Holanda 1 x 2 Alemanha: a Laranja Mecânica parou no Muro de Munique

A Alemanha recebia uma Copa e tinha mais tradição no torneio. A Holanda havia disputado apenas dois Mundiais, e sem sucesso, mas tinha um grande time. No dia 7 de julho de 1974, duas seleções históricas se enfrentaram na decisão da Copa, que acabou com festa alemã. 

As 75 mil pessoas que lotaram o estádio Olímpico de Berlim viram o primeiro duelo oficial entre holandeses e alemães. Viram, talvez, o mais marcante de todos. 

O começo foi favorável ao "Carrossel Holandês", que era o oposto da disciplinada e forte seleção alemã. Depois de dois minutos de posse para os holandeses, Cruyff arrancou até a área e acabou derrubado por Uli Hoeneß, ídolo do Bayern de Munique. O britânico Jack Taylor não teve dúvidas e marcou logo a penalidade, convertida por Johan Neeskens. 

A Alemanha foi em busca da resposta. A construção do jogo daquele time começava desde trás, com Franz Beckenbauer e Paul Breitner, e visava Gerd Müller no comando do ataque. 

O nome importante para o empate, porém, foi o de Bernd Hölzenbein. O ponta arrancou pela canhota, avançou até a área e acabou derrubado por Wim Jansen: pênalti. Na cobrança, Breitner bateu no cantinho e Jongbloed só ficou olhando. 

A Alemanha cresceu no jogo. Anulou Cruyff e passou a avançar em velocidade pelos flancos. Vogts quase conseguiu a virada após arrancada pela canhota, mas Jongbloed fez grande defesa. Na sequência, Beckenbauer quase marcou um golaço de falta de cavadinha, mas Jongbloed espalmou. 

A virada alemã veio ainda no primeiro tempo. Rainer Bonhof fez boa jogada pela direita e mandou para o meio. O artilheiro Müller girou e bateu rasteiro para balançar as redes. 

O estádio entrou, então, em ritmo de festa. Bonhof quase aumentou a euforia no início do segundo tempo, aparecendo livre para cabecear na área, mas o desvio foi para fora. Müller teve um gol anulado. 

A Holanda sofreu para buscar a reação, mas quase conseguiu. Se não fosse por Breitner evitar em cima da linha um gol contra do goleiro Maier, ou pelo próprio Maier ao evitar gol em forte arremate de Neeskens na área... 

O Laranja Mecânica parou, mas a Máquina Alemã, não. A Alemanha, com o chamado "Muro de Munique", segurou o 2 a 1 para ser mais uma vez campeã do mundo.