Romário estava há quase um ano sem jogar pela seleção brasileira. O clima para o Baixinho não era bom com o técnico Carlos Alberto Parreira e com o auxiliar Zagallo, mas nem era a campanha do Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Se aproximava um jogo decisivo contra o Uruguai.
Romário havia contestado a escalação de Careca como titular em amistoso contra a Alemanha, ainda em dezembro de 1992. Zagallo, então, soltou o verbo contra o jogador, o chamando de "desagregador". "O que ele fez foi molecagem, pois tentou jogar a torcida contra nós”, disse o Velho Lobo.
Mas o Brasil não caminhou bem sem Romário e o apelo popular acabou fazendo a comissão técnica da seleção voltar atrás. Contra o Uruguai, no Maracanã, em jogo que valia lugar na Copa dos Estados Unidos, em 1994, Romário seria titular com Bebeto.
O show de Romário
De cara, Romário já mostrava aos uruguaios que quem mandava no Maracanã era o Brasil. Ou melhor, era ele. Aquele baixinho que driblava, que tabelava, que aparecia em todos os lados do campo. Depois de tabela com Raí, Romário quase fez o primeiro gol, mas acertou o travessão.
A pressão brasileira no jogo era enorme. E Romário não era o único a tentar: o lateral Branco mandou chute forte e parou no goleiro Robert Siboldi. Depois, Bebeto apareceu na área para dividir com Siboldi, que conseguiu evitar mais uma vez o tento.
Os brasileiros ficaram no quase até na marcação de um pênalti. Romário foi claramente puxado na área, mas o árbitro resolveu mandar o jogo seguir. A pressão continuava infrutífera, até quando Romário era genial. Com uma matada de muita categoria e uma caneta espetacular, o atacante acabou na cara do gol, mas chutou para fora.
Siboldi terminou o primeiro tempo com grandes defesas. Foram mais de dez chances criadas pelo time da casa, e nada do gol. Na volta para a segunda parte, nada mudou: Siboldi pegou cabeçada de Ricardo Gomes e chute de Romário depois de tabela com Raí.
Até que, aos 27 minutos, acabou o drama no Maracanã. Bebeto cruzou da direita e Romário subiu com tudo para, de cabeça, finalmente vencer Siboldi. A dupla já começava a mostrar ao mundo um pouco do que seria a Copa de 1994.
O Brasil se tranquilizou com o gol e, em contra-ataque, chegou ao segundo. Mauro Silva recuperou bola e enfiou para Romário, que ganhou na velocidade de Siboldi e colocou mais um na conta: 2 a 0. Romário colocou o Brasil debaixo do braço e levou o time de Parreira para a Copa nos Estados Unidos. Este final, todo mundo já sabe. Mas fica para outra história...
2-0 | ||
Romário 72' 81' |