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      Copa do Mundo 1958: o mundo se rendeu ao Rei e ao Brasil

      Texto por ogol.com.br
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      Em 1958, o mundo conheceu um Rei. E não foi o Rei Gustavo, da Suécia, país-sede do torneio. Mas sim Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, que brilhou em solo sueco para dar ao Brasil o primeiro título mundial da história do país. 

      O Mundial da Suécia não teve a presença dos principais campeões da época: Itália, detentora de duas taças, e Uruguai, também bicampeão, não estiveram entre as 16 seleções qualificadas. 

      A primeira Copa sem Jules Rimet, lendário dirigente da Fifa falecido dois anos antes, foi disputada em 12 estádios, com destaque para o maior deles: o Rasunda, com capacidade para 52 mil pessoas.

      O sistema de disputa foi o mesmo das Copas anteriores: quatro grupos de quatro participantes com duas vagas para as quartas de final, fase em que começava o mata-mata. 

      As teimosias de Feola e a dupla invicta

      A seleção brasileira ficou no grupo considerado o mais difícil daquela Copa, com os ingleses, a União Soviática e a Áustria. Os brasileiros conseguiram superar os obstáculos. 

      Muito por conta da teimosia do técnico Vicente Feola. O treinador bateu o pé com João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos, para convocar o jovem Pelé, do Santos, de 17 anos, que havia se machucado pouco antes do embarque, em amistoso com o Corinthians. Foi a melhor escolha da carreira de Feola. 

      A delegação, comandada por Paulo Machado de Carvalho, notório dirigente paulistano que deu nome ao Pacaembu, viajou até a Suécia para iniciar campanha no dia 8 de junho daquele ano de 1958. A estreia foi contra a Áustria, que vinha de bons Mundiais, mas já se mostrava mais enfraquecida. Altafini Mazzola marcou dois gols e o revolucionário Nilton Santos, do Botafogo, contribuiu para o 3 a 0. 

      Apesar da boa estreia, Feola foi melhorando o desempenho da equipe ao longo da campanha. Colocou a sua cara no time para conseguir ter Pelé e Garrincha no ataque: escolheu Zagallo para a ponta esquerda para equilibrar o setor ofensivo, já que o ponta do Flamengo (e depois do Botafogo) era o único que conseguia atacar e defender naquela época (e por isso foi considerado um ponta revolucionário). 

      Garrincha e Pelé entraram no time depois do 0 a 0 com a Inglaterra. No jogo decisivo, contra a União Soviética, então campeã olímpica. O desconhecido garoto de Santos e o menino das pernas tortas de Pau Grande desequilibraram, Vavá fez os dois gols e o Brasil foi para as quartas de final. A partir de então, Garrincha e Pelé fizeram um pacto: nunca perderiam uma partida juntos pela seleção. E nunca perderam

       As pedreiras 

      Como esperado, a Alemanha dominou o grupo A, a França, de Just Fontaine, o grupo B, e a Suécia o C. Juntavam-se a elas o País de Gales, a Iugoslávia e a Tchecoslováquia. O Brasil era o único forasteiro no mata-mata. 

      A seleção de Feola não quis nem saber disso. Nas quartas, derrubou o País de Gales com gol de Pelé, e nas semifinais fez uma partidaça diante da França. 

      Fontaine marcou um dos gols do jogo do dia 24 de junho e chegou a 13 gols naquela Copa, número que o colocou como recordista de gols em uma edição de Mundial. Mas o Brasil reagiu. 

      Naquele dia, Estocolmo viu o verdadeiro Rei: aos 17 anos, Pelé marcou três gols e derrubou a França, que acabou goleada por 5 a 2 e deu adeus para aquela Copa. Foi uma das grandes exibições de Pelé em Copas. 

      Na outra semifinal, em Göteborg, a Suécia deixou pelo caminho a atual campeã Alemanha, em vitória por 3 a 1. O duelo do Rasunda estava marcado: Brasil x Suécia. 

      A final e o primeiro título brasileiro

       O Rei Gustavo estava no Rasunda no dia 29 de junho de 1958 para ver a grande decisão da Copa do Mundo, que teria um campeão inédito. Mas a Majestade dentro de campo foi outra... 

      Foi no Rasunda que Pelé ficou eternizado na história do futebol mundial. E não só ele: também a calma de Didi para pegar a bola, colocar debaixo do braço e correr para o meio-campo, mostrando que nada estava perdido após o gol de Nils Liedholm; a genialidade de Garrincha para entortar os zagueiros, como eram tortas as suas pernas, para deixar o gol de empate e da virada para Vavá; e também a obra de arte que foi o terceiro gol brasileiro. 

      Aos 32 minutos de jogo, Didi fez o cruzamento, Pelé apareceu na área como uma majestade, recebendo a bola no peito como um bom anfitrião, a tirando da zaga como um mágico, com um lindo chapéu, e a finalizou como um matador: foi um dos gols mais lendários da história das Copas, e da história de Pelé. 

      A partir daí, não houve como os donos da casa reagirem. Até o Rei Gustavo se rendeu a Pelé, que ainda marcou no último minuto da peleja para fechar o placar em 5 a 2 (Zagallo fez o quarto). Gustavo se rendeu a Pelé, e entregou a taça para Bellini, que a levantou como ninguém nunca antes havia feito. Para mostrar ao mundo, de forma bem clara, que a Copa do Mundo havia nascido para o Brasil, e que o Brasil havia nascido para a Copa do Mundo. 

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