Dois anos depois de conquistar a Copa América diante de um Maracanã lotado, a seleção brasileira volta a jogar a competição em outro cenário, e também com uma nova cara.
As mudanças fora das quatro linhas, com o contexto pandêmico e as polêmicas envolvendo a realização do torneio no Brasil, são acompanhadas também por mudanças nas escolhas de Tite.
Olhando para a lista de convocados para a Copa América que começa neste domingo, contra a Venezuela, às 18h, no Mané Garrincha, o time brasileiro conta com 11 caras novas.
A principal delas, claro, é Neymar. De fora da última edição por lesão, Neymar volta ao time e é uma das novidades. O setor ofensivo ganhou ainda Gabigol e Éverton Ribeiro, do Flamengo, e Vinícius Júnior, do Real Madrid.
Everton Cebolinha segue no time, mas agora com menos protagonismo. Artilheiro da última Copa América, o ex-gremista, hoje no Benfica, é reserva para um ataque formado por Gabriel Jesus, Neymar e Richarlison, e que por vezes conta também com Firmino (dependendo do esquema). Willian, David Neres e Coutinho não foram convocados.
Casemiro se manteve como grande pilar do meio-campo, mas viu o entorno se modificar. Arthur, Fernandinho e Allan perderam espaço para Fabinho, Fred e Douglas Luiz.
Se na zaga Felipe, do Atlético de Madrid, é a única novidade, no lugar de Miranda, nas laterais apenas Alex Sandro se manteve. Danilo e Renan Lodi, que serão titulares contra a Venezuela, e Emerson ganharam espaço no setor nas vagas de Filipe Luís, Fágner e Dani Alves, o último machucado. Entre os goleiros, Cássio foi o único campeão que não se manteve, dando lugar a Wéverton.
As mudanças na seleção não se resumem a nomes. Tite também modificou a forma de o time jogar. Deu, na verdade, mais repertório e referências táticas aos atletas, com um leque mais amplo de opções.
O 4-2-3-1 deu lugar a um 4-3-3 que vira, muitas vezes, um 4-2-4. Quando opta pela segunda opção, tem Richarlison e Jesus pelas pontas, com Firmino e Neymar pelo meio. No 4-3-3, sai um dos atacantes e entra um meia.
Na estreia na Copa América, Tite vai sair do 4-2-4 do jogo contra o Paraguai, pelas Eliminatórias, para o 4-3-3, com Lucas Paquetá no lugar de Firmino. Dependendo da dinâmica do ataque, também, Paquetá pode ser jogado para o flanco.
As laterais agora têm uma lógica invertida. Se com Dani Alves era o lateral direito que dava profundidade ao time, com o canhoto mais cauteloso, com a sequência de Danilo na direita, Lodi ganha protagonismo no ataque do outro lado.
No meio, Fred é mais incisivo no último terço que Arthur, e Paquetá tem mais jogo interior que Coutinho, que gostava de flutuar da canhota para o meio. Com novos nomes e uma nova cara, a seleção brasileira começa uma Copa América bem diferente da última.
3-0 | ||
Marquinhos 23' Neymar 64' (pen.) Gabriel Barbosa 89' |