EUA entre os favoritos e Canadá desafia a Argentina: soccer quer protagonismo na Copa América

O final de semana trouxe as últimas duas seleções garantidas na Copa América de 2024. A Concacaf definiu seus últimos dois representantes: Costa Rica e Canadá. A seleção canadense caiu no grupo da campeã mundial, Argentina, e promete dificultar a vida dos hermanos. Embora o protagonista da América do Norte no torneio seja o dono da casa, Estados Unidos, que foi soberano na Nations League e traz uma geração para lá de talentosa. 

Os Estados Unidos venceram o México, no domingo, por 2 a 0, e conquistaram o tricampeonato da Nations League da Concacaf. Com a vitória, a seleção estadunidense chegou a sete jogos de invencibilidade contra os mexicanos, sequência inédita na história. 

Se anteriormente os confrontos entre as equipes eram marcados pela superioridade de La Tricolor, a "Geração de Ouro" dos Estados Unidos alterou o panorama nos últimos anos. Nomes como Tyler Adams, autor de um golaço inesquecível; Giovanni Reyna, Weston McKennie e Christian Pulisic comandam uma geração estadunidense das mais promissoras. 

Já faz alguns anos que os Estados Unidos passaram a ter jogadores nas principais ligas da Europa (e os nomes citados são exemplos disso). Com o técnico Gregg Berhalter, a equipe conseguiu criar a dinâmica coletiva perfeita para colocar o México na roda, como raras vezes foi visto. Se antes no confronto a seleção estadunidense se limitava a competir através de um jogo físico forte, agora ela passou a ser a protagonista com a bola nos pés. 

Os Estados Unidos estão no grupo C da Copa América e dividem o favoritismo da chave com o Uruguai. Bolívia e Panamá são os "azarões" da chave. Jogando em casa, a seleção de Berhalter entra com força para desafiar as potências sul-americanas. 

E o Canadá?

A seleção canadense, por sua vez, tenta se recuperar de uma turbulência. A histórica campanha nas Eliminatórias para a Copa de 2022, que desbancou México e Estados Unidos, foi seguida de uma crise interna entre os jogadores e a Canada Soccer, federação local, por divergências com relação a premiação para o Mundial. 

O britânico John Herdman deixou o comando da equipe após a Copa disputada no Catar, na qual os canadenses "jogaram como nunca, mas perderam como sempre". No lugar dele, assumiu o quebequense Mauro Biello, que foi jogador e técnico do antigo Montreal Impact, hoje Montréal CF. 

Apesar da frustrante eliminação para a Jamaica nas quartas da Nations League, por conta da regra do gol fora, Biello conseguiu recuperar um pouco da auto estima da equipe ao superar Trinidad & Tobago e colocar o Canadá na Copa América. 

Biello ainda tem o status de "interino", e entrou na seleção canadense com um discurso conciliador. Procurou afastar a briga política com a federação do vestiário e apostou em uma renovação no elenco. Contra Trinidad & Tobago, abriu mão dos experientes Milan Borjan e Steven Vitória, indicando que já era hora de apostar no futuro. 

Dos convocados para enfrentar a seleção da América Central, apenas um jogador (Jonathan Osorio) tinha mais de 30 anos. Seis nomes tinham 23 ou menos, e dez jogadores haviam feito menos de dez partidas pela seleção. Ismaël Koné, jovem de 21 anos do Watford, vem ganhando protagonismo, enquanto Luc De Fougerolles, defensor de apenas 18 anos, estreou pelo Canadá contra Trinidad. 

Países-sede da Copa de 2026, Canadá e Estados Unidos terão um grande teste na Copa América do meio do ano. Sem jogar as Eliminatórias, terão uma oportunidade ímpar de medir forças com seleções de alto nível. Em momentos diferentes, buscarão protagonismo, cada uma dentro da sua realidade.