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Rivalidades
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Galatasaray x Fenerbahçe: o dérbi intercontinental

Texto por ogol.com.br
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Um clube pertence a um continente, o outro a um diferente. Ambos ficam na mesma cidade, mas apresentam diferenças enormes. O dérbi entre Galatasaray e Fenerhabçe é único no mundo, com rica história que começa na geografia de Istambul. 

O fato de parte do território turco estar na Ásia e outra parte na Europa permite que haja no futebol o Dérbi Intercontinental. Separados pelo estreito de Bósforo, os rivais se contrapõem até no continente. O Fenerbahçe fica na Ásia, o Galatasaray, na Europa. 

O Fenerbahçe é conhecido como clube do povo, da plebe, enquanto o Galatasaray é a equipe da elite turca. O dérbi centenário começou em 17 de janeiro de 1909, com vitória do Galatasaray por 2 a 0. Os Leões conseguiram, dois anos depois, a maior vitória do dérbi: 7 a 0. 

Em 1912, os rivais quase se fundiram para impedir o domínio de atletas não turcos na liga nacional. Os presidentes das duas equipes, inclusive, chegaram a um acordo para formar um novo clube, mas a Guerra dos Balcãs, naquele mesmo ano, impediu que o plano fosse adiante. 

A rivalidade, então, só cresceu nos anos seguintes. Historiadores turcos apontam um duelo amistoso, em 1934, como a grande causa do aumento da rivalidade. Houve muita briga em campo e nas arquibancadas, e o jogo teve de ser abandonado. A partir de então, o clima tenso, dentro e fora do gramado, só aumentou. 

As disputas tensas não se limitam só ao futebol: jogos de basquete e vôlei também são muito tensas até os dias de hoje. Os estádios, ou ginásios, comumente só podem receber uma torcida, para evitar maiores conflitos. 

O maior público registrado foi em um dérbi em 2003, com 71.333 pagantes. Os clubes seguem, até hoje, levando multidões aos estádios por lutarem, ano após ano, pela soberania no futebol turco. O Galatasaray, porém, se vangloria por ter chegado além do rival internacionalmente: em 2000, o time, então defendido pelo goleiro Taffarel, ganhou a tríplice coroa, com título turco, da Copa da Turquia e da Liga Europa. 

Além de glórias, a história do clássico traz momentos tristes. Entre muitas batalhas sangrentas nas arquibancadas, ficou marcado o jogo de 12 de maio de 2013, que teve insultos racistas a jogadores africanos do Galatasaray e a morte de Burak Yıldırım, fã do Fenerbahçe de apenas 19 anos que foi esfaqueado até a morte. 

A mancha de sangue no Dérbi Intercontinental não apaga um dos maiores clássicos do futebol mundial, em jogo que para Istambul e mexe com dois continentes distintos, separados por uma paixão. 

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