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    O Revolucionário Johan Cruyff

    Texto por Ryann Gomes
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    Johan Cruyff foi, sem sombra de dúvidas, um dos maiores personagens do futebol mundial de todos os tempos. Não à toa ganhou a Bola de Ouro em três oportunidades (71, 73 e 74) e foi eleito, em 1999, pela Federação de Estatística e História de Futebol, o jogador europeu do século XX.

    Oriundo de um bairro de Amsterdã nas proximidades do Estádio do Ajax, o maior jogador da história da Holanda teve uma carreira marcada por magníficas exibições e sucessos conquistados a serviço do clube holandês, do Barcelona e, é claro, da seleção holandesa.

    Mas o holandês foi também, entre os nomes lendários do futebol mundial, aquele que melhor soube prolongar seu legado, quando decidiu ser treinador. Responsável pelo renascimento do Ajax, no fim da década de 80, foi ele quem traçou a estratégia para os “anos de ouro” do Barcelona (já nos anos 90), dando origem ao dream team que ainda hoje faz sonhar os catalães e, de um modo geral, todos os amantes deste esporte.

    Início difícil e estreia com gol

    O começo da trajetória do menino Johan não foi nada fácil. Com muito talento para o futebol e o beisebol, Cruyff optou por balançar as redes e entrou para as categorias de base do Ajax logo aos dez anos.

    Porém, dois anos mais tarde, acabou por perder seu pai, e se viu obrigado a dividir a atenção dos treinos para ajudar sua mãe a vender frutas e legumes nas ruas do bairro onde morava, a fim de contribuir com a renda familiar.

    Mesmo com toda dificuldade, o jovem seguiu se destacando no clube e, aos 17 anos, fez a sua estreia no time principal, no dia 15 de novembro de 1964, em duelo contra o Groningen. A equipe acabou perdendo, mas Cruyff marcou seu primeiro gol como profissional

    Idolatria no Ajax

    Com a camisa do Ajax, Johan Cruyff se destacou por sua enorme técnica e habilidade dentro de campo, que rapidamente o tornaram o melhor jogador de todos os tempos a representar o time de Amsterdã. Fato que está eternizado na instituição (o ex-jogador dá nome ao estádio do clube).

    Durante sua passagem pelo clube, que durou nove anos (1964-1973), venceu todos os títulos que disputou. Em especial, o inédito tricampeonato da Copa dos Campeões Europeus (hoje conhecida como Liga dos Campeões da Europa) entre os anos de 1971 e 1973.

    Barcelona e Carrossel Holandês

    As glórias alcançadas representando o Ajax carimbaram o passaporte de Cruyff para a Espanha. Viajou de Amsterdã para Barcelona em 1973, numa transferência que envolveu cerca de seis milhões de dólares, um valor exorbitante para a época.

    No ano seguinte, foi uma das figuras de destaque da seleção holandesa, que começou a defender em 1966, no Mundial de 1974, realizado na Alemanha. Se tornou referência de um time eternizado com a alcunha de “laranja mecânica”.

    Junto ao técnico Rinus Michels, Johan contribuiu para encantar o mundo com a criação de um jeito característico de jogar futebol. Polivalente, o craque via sua seleção ágil, com os jogadores trocando de posição constantemente, como num jogo de tabuleiro. Era o Futebol Total.

    Para frustração de Cruyff e de todo o mundo, a engrenagem holandesa emperrou justamente na final do Mundial, para a frieza e consistência defensiva dos alemães, donos da casa.

    Outra frustração para o craque foi a falta de títulos na Catalunha. Cruyff só conseguiu uma Liga Espanhola e uma Copa do Rei em cinco temporadas pelo Barça, fazendo 60 gols em 180 jogos. 

    Ainda quando defendia os Blaugrana, surpreendendo a todos, anunciou sua aposentadoria da seleção, alegando questões políticas. Cruyff totalizou 48 partidas pelo selecionado nacional e marcou 33 gols.

    Considerado um gênio, Cruyff foi outro grande jogador a tentar levar o futebol para os Estados Unidos. No final da carreira, voltou para a Holanda, vestiu novamente a camisa do Ajax e encerrou a carreira com o Feyenoord, sendo campeão holandês e da Copa pela equipe. 

    Legado como treinador e dirigente

    O percurso de Cruyff no mundo do futebol não parou com o fim da carreira como atleta. No dia 04 de Maio de 1988, voltou para a Catalunha e assinou contrato para treinar o Barcelona, iniciando a construção do chamado Dream Team.

    A equipa imaginada pelo holandês concretizou-se no início da década de 90, resultando na conquista da primeira Copa dos Campeões do clube catalão e no domínio permanente da Liga Espanhola. Os títulos que faltaram como jogador sobraram como técnico.

    O lado estético do sucesso criou uma revolução de ideias no futebol espanhol e europeu: o estilo idealizado por Cruyff tornou-se, mais do que um simples jogo de futebol, mas num verdadeiro espetáculo ofensivo e insinuante. Usando um pouco do que aprendeu na Laranja de Rinus Michels, fez a Catalunha sonhar. 

    Sob o comando do clube catalão, conquistou quatro campeonatos na Espanha: três campeonatos nacionais e uma Copa do Rei; além de conquistas continentais, como uma Copa dos Campeões e uma Supercopa europeia, graças a figuras como Ronald Koeman, Michael Laudrup, Stoichkov, Hagi, Zubizarreta e Romário, que interpretaram da melhor forma os conceitos dinâmicos e ousados do treinador.

    Em 1966, o holandês deixou o Barcelona e, consequentemente, a carreira de técnico, que voltaria 13 anos depois para uma rápida passagem no comando da seleção da Catalunha.

    Cruyff ainda se aventurou na vida de dirigente e foi, além de nomeado como presidente honorário do Barça, em 2010, apontado como conselheiro do Ajax e, posteriormente, no Chivas Guadalajara, do México.

    Em 2015, já debilitado, Cruyff foi diagnosticado com câncer de pulmão e, no ano seguinte, especificamente no dia 24 de março, após muita luta, o holandês veio a falecer e deixou para o futebol mundial um enorme legado de genialidade.

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