'Qual é, Jesus?' Destaque no City, Gabriel não convence na seleção

Fundamental no esquema de Pep Guardiola no Manchester City, Gabriel Jesus segue se firmando no futebol inglês. A grande fase do atacante na Terra da Rainha, entretanto, é um real contraste da que o mesmo vive com a seleção brasileira.

Na noite desta quinta-feira, Jesus chegou a marca de 50 jogos com a camisa do Brasil e, mais uma vez, se despediu de uma Data Fifa sem balançar as redes. Mesmo com atuação imponente do selecionado canarinho diante do Uruguai, o atacante desperdiçou oportunidades e não conseguiu deixar sua marca.

O jejum do centroavante pela seleção, inclusive, já dura há dois anos, mais precisamente há 15 jogos. O último gol de Gabriel foi marcado na decisão da Copa América em 2019.

Em um pequeno recorte dos nove jogos que Gabriel Jesus pelo Manchester City na temporada é possível notar a gritante diferença de desempenho. Nos nove compromissos pelos Citizens, o atacante marcou três gols e distribuiu quatro assistências, com a média de uma participação em gol a cada 75 minutos em campo. 

Mas a diferença não está apenas nos números. Na Inglaterra, Jesus tem como trunfo a regularidade, consistência e o comprometimento tático. Visto como possível substituto de Aguero, que rumou para Catalunha, o brasileiro deixou o papel da referência para o espanhol Ferrán Torres e passou a atuar pelo lado direito, com o objetivo de dar profundidade ao jogo de Guardiola. Funcionou.

Com Tite na seleção, Gabriel chegou a desempenhar papel parecido, mas as características do jogo brasileiro não contribuíram para o sucesso do camisa 9, principalmente na última Copa do Mundo, onde o jogador passou em branco.

Não tão visceral nas transições, o Brasil por muito tempo se limitou ao brilho individual de Neymar e fez com que o jogador do City se tornasse apenas mais uma peça de recomposição. Um esboço de mudança ocorreu na Copa América de 2019, quando Jesus atuou com mais liberdade, abrindo espaço para Firmino, e foi peça importante na conquista do título. Mas parou por aí.

Sofrendo com a discrepância nas dinâmicas de jogo entre clube e seleção, Gabriel Jesus segue tentando emplacar as boas atuações do City na seleção, mas ainda não encontrou sua melhor versão para Tite.