Poucos minutos em campo rendem a Pedro a pior seca de gols da carreira

O semblante de Pedro desanimado no banco de reservas na partida entre Flamengo e Ceará tomou as redes sociais. Na sequência surgiram os questionamentos ao técnico Renato Gaúcho pelas poucas oportunidades oferecidas ao atacante. Em meio a este cenário há um fato: Pedro vive a maior sequência de jogos sem balançar as redes da carreira.

Ao entrar em campo por sete minutos e passar em branco no empate do Flamengo com o Ceará, Pedro chegou aos oito jogos seguidos sem marcar. Antes, ao longo dos quase cinco anos como profissional, o máximo que o atacante havia passado sem fazer um gol havia sido em 2017, com a camisa do Fluminense, quando enfrentou uma seca de sete partidas entre abril e julho daquele ano.

É bem verdade que, apesar de ter chegado aos oito jogos sem marcar, Pedro não tem nem de perto os minutos equivalentes a oito partidas disputadas nesta sequência. Titular apenas duas vezes no período, em jogos que não foi substituído, o atacante saiu do banco de reservas seis vezes e soma assim 294 minutos de seca, o que daria pouco mais de três jogos completos.

O curioso sobre o momento atual de Pedro, porém, é que o quadro atual surge como uma inversão do que foi visto no início da temporada. Em junho, destacávamos como Pedro tinha o melhor aproveitamento entre os atacantes do Flamengo na relação minutos/gol.

Naquela altura, Pedro precisava de 86 minutos em campo para balançar a rede, enquanto Gabriel Barbosa 89 e Rodrigo Muniz 100 minutos. Hoje, os números mostram que Pedro precisa de 145 mintuos para marcar, enquanto Rodrigo Muniz deixou o Flamengo com a relação 114 minutos/gol e Gabriel conseguiu alcançar a boa média que tinha Pedro há dois meses, com 86 minutos/gol.

A situação de Pedro, por fim, acabou por chamar a atenção de comentaristas. O ex-jogador Roger Flores, por exemplo, deu a entender que Renato Gaúcho não escala o atacante mais vezes por uma suposta orientação da diretoria, o que o técnico negou veementemente.

"Primeiro lugar, que em qualquer clube que eu trabalhar, quem vai escalar o time sou eu. Eu tenho conversado quase que diariamente com o Pedro, outro dia tive uma conversa boa. Falei que é um jogador que tem muitas qualidades, é um jogador novo, futuramente estará na seleção, mas hoje ele joga numa posição que tem o Gabigol", afirmou Renato na coletiva após o empate com o Ceará, ressaltando também a dificuldade para escalar o Flamengo devido a quantidade de opções disponíveis no elenco.

Melhor ataque do Campeonato Brasileiro, o Flamengo já ultrapassou os 100 gols marcados em 2021 e raramente é questionado por problemas ofensivos. Desde a chegada de Pedro ao Rubro-Negro, a posição de reserva de luxo para Gabriel Barbosa nunca chegou a ser um problema explícito, especialmente porque o atacante sempre teve suas oportunidades e correspondeu às expectativas. A dor de cabeça para Renato, agora, passa também pelo atacante reencontrar a paz com a rede.