O autor do gol que garantiu a vitória do Chile sobre a Bolívia, em Cuiabá, pela Copa América, é um tanto inusitado. Benjamin Anthony Brereton Díaz nasceu em Stoke-on-Trent, na Inglaterra, mas agora está tendo a oportunidade de brilhar por uma seleção do outro lado do oceano. E já colocou seu nome na história...
Filho de mãe chilena com pai inglês, Brereton não só nasceu, como também sempre viveu na Inglaterra. Começou a carreira nas divisões de base do Stoke City, antes de migrar para o tradicional Nottingham Forest, onde conseguiu um maior destaque. Na temporada 2016/17, inclusive, foi eleito uma das revelações da segunda divisão inglesa.
Na temporada seguinte, ainda pelo Nottingham Forest, fez seis gols em 39 jogos. O destaque o rendeu uma convocação para a seleção inglesa sub-19. Brereton disputou duas Eurocopas sub-19, e foi destaque e campeão em 2017, com três gols em cinco jogos.
Na temporada seguinte, foi emprestado ao Blackburn, que logo o comprou em definitivo. Só conseguiu maior destaque na equipe em sua terceira temporada, justamente a última, com sete gols em 43 jogos e uma campanha sólida pelos Rovers.
Atacante de centro que pode também jogar na beirada do campo, com bom porte físico, Brereton começou a chamar a atenção da comissão técnica da seleção chilena. Apesar de só ter ido na América do Sul quando ainda era criança, e de em entrevista recente confessar que pouco se lembra do país, aproveitou os vínculos maternos para se naturalizar.
Foi lembrado por Martín Lasarte no retorno das Eliminatórias, mas não entrou em campo. Ainda assim, acabou convocado para a Copa América. E fez história...
Depois de entrar na reta final da estreia, empate contra a Argentina, Brereton foi titular contra a Bolívia e, logo aos dez minutos, marcou seu primeiro gol por La Roja.
O gol foi especial para o atacante não só por ser seu primeiro com a seleção chilena. Brereton se tornou o primeiro jogador nascido na Inglaterra a marcar um gol em uma Copa América em mais de 100 anos de torneio.
Aos 22 anos, o pioneiro Brereton traz, do outro lado do oceano, a esperança de renovação de uma seleção que já vem em fim de ciclo.