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Kun Agüero: Cydadão de Manchester

Texto por Paulo Mangerotti
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Existem poucos nesse mundo capazes de transformar a tristeza e agonia de milhões em felicidade e êxtase instantâneo numa fração de segundos. Numa prorrogação. Numa última rodada de campeonato. Numa decisão que envolvia (indiretamente) o maior rival. Kun Agüero, ou melhor, "Agüeeeroooooo" , é desses personagens. Craque argentino, ídolo eterno do lado azul de Manchester.

A imagem está cravada na história e é, indubitavelmente, um dos momentos mais épicos da Premier League, certamente o ápice do Manchester City. Torcedor dos Cityzens ou não, é difícil um fã de futebol que não tenha a imagem clara na cabeça. A transmissão mostra olhares perdidos no Eithad Stadium, ansiedade dentro e fora do gramado. Em uma imagem dividida, a tela mostra o fim do jogo do Manchester United, que comemorava ainda timidamente o título, já que o empate de momento no jogo do City dava o troféu aos Red Devils.

A bola estava com o Crystal Palace, mas o Manchester City recupera após uma cobrança de lateral. O jogo já está nos acréscimos. A bola chega até a meia-lua, Mario Balotelli faz o pivô, a bola chega até Agüero, que finge bater, mas dá um toque se desvencilhando da marcação. Livre, cara a cara com o goleiro Paddy Kenny, Agüero fuzila. É a virada por 3 a 2, é o título do Manchester City após uma disputa ferrenha, ponto a ponto, com o grande rival United.

O momento é tão icônico que é indissociável da imagem de Agüero e se tornou até uma estátua. O atacante argentino sequer sabia naquela época que aquele título de Premier League seria apenas o primeiro de cinco que viria a levantar junto do clube. O primeiro que serviu como passo para a consolidação de um novo gigante na Inglaterra, o título que fez decolar o projeto do City.

Muito antes, um jovem Kun

O Manchester City é o grande clube da carreira de Agüero. Pelos Cityzens, o atacante levantou cinco títulos da Premier League, uma Copa da Inglaterra, seis Copas da Liga e três Supercopas. Lá, em Manchester, a trajetória foi de 10 temporadas, com 390 jogos disputados e 260 bolas na rede. Agüero é, com boa margem de vantagem, o maior artilheiro da história do Manchester City.

Antes de chegar na Inglaterra, porém, Kun construiu desde muito jovem uma carreira promissora. Com 15 anos, Agüero já dava os primeiros toques na bola pelo Independiente e não foi preciso de muito tempo para chamar a atenção. 55 jogos e 23 gols depois da estreia como profissional, Agüero sequer havia completado a maioridade e se transferiu para o Atlético de Madrid.

Na Espanha, Agüero amadureceu de forma rápida. Menos de seis meses depois de sua chegada já assumiria a titularidade e, apenas na segunda temporada no futebol Europeu, bateu pela primeira vez a marca de 30 gols. Era o presságio de que muito mais estaria por vir.

Pelo Atlético, Agüero encantou e passou a ser visto como uma das maiores promessas da posição a nível mundial. Foram 104 gols em 237 jogos pelo clube, onde a grande conquista foi a Liga Europa. No Atleti, Agüero foi um dos primeiros a iniciar uma dinastia de grandes atacantes que seguidamente viriam a vestir a camisa do clube. Ao lado de Agüero estiveram Forlán e Diego Costa, depois vieram Radamel Falcao (seu substituto), David Villa, Griezmann e Luisito Suárez.

Inteligência letal e redenção

Para alguns, principalmente os brasileiros, pode parecer uma heresia comparar Agüero a Romário. Não é uma comparação em qualidade, grandeza ou importância. É uma questão de estilo, quase de imagem e semelhança. Alguns podem garantir, até jurar de pé juntos, que a inteligência posicional, a arrancada curta, a maestria de finalização e a presença de área mesmo com o tamanho diminuto fizeram Agüero lembrar muito Romário.

Na história, Agüero não conseguiu um feito tão grande como Romário de tirar o Brasil de uma fila na Copa do Mundo como protagonista, mas pode dizer que viveu do inferno ao céu com a camisa da Argentina.

Parte de uma das mais talensosas gerações argentinas de todos os tempos, capitaneada por ninguém menos que Lionel Messi e ao lado de estrelas como Di Maria, Mascherano, Tevez e companhia, Agüero sofreu com a camisa celeste. Em um roteiro digno dos melhores tangos, o atacante viveu muitos dessabores, em três Copas do Mundo, uma delas comandada pelo sogro Diego Maradona, e em outra derrotado na final, numa prorrogação, para a Alemanha.

A Argentina viveu um jejum de 28 anos sem títulos, algo que vinha desde muito antes de Agüero se tornar jogador de futebol. O peso todo recaía sobre Agüero e aquela geração, mas foi tirado dos ombros da melhor forma que um argentino poderia sonhar, num "Maracanazzo" contra a seleção brasileira. O título não foi como o de Romário em 1994, de Copa do Mundo e como protagonista, mas serviu para Agüero como se fosse.

Na linda história que construiu no futebol, Agüero aposentou-se de forma precoce. O atacante ainda parecia ter muito mais para mostrar por alguns anos, mas foi forçado a parar por um problema de coração em uma breve passagem pelo Barcelona. Irônico. Agüero parou pelo risco de seu coração parar, como se não fosse isso que ele próprio tivesse feito em um dia 13 de maio de 2012, no dia que ficará para sempre conhecido como "O Milagre de Agüero".

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Sergio Agüero (ARG)
Sergio Agüero (ARG)

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