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    1997: Um Vasco 'Animal' é campeão brasileiro

    Texto por Rodrigo de Brum
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    Depois de oito anos, o Vasco da Gama voltou a conquistar o Campeonato Brasileiro. E o título de 1997 ficará para sempre lembrado como o ano do 'animal'. Craque do torneio, Edmundo estabeleceu o recorde de gols em uma edição nacional até então, e guiou o esquadrão do Vasco ao título. Um equipe que aliava a experiência e também a juventude de promessas que despontavam para o futebol mundial.

    Para a disputa daquele ano, houve uma mudança no regulamento para abrigar 26 clubes. Isto porque após o escândalo envolvendo Ivens Mendes (Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF) e os presidentes de Corinthians e Athletico Paranense, ficou decidido que não haveria rebaixados em 1996.

    Então, após a primeira fase em turno único, os oito melhores clubes foram divididos em dois grupos. Os dois melhores fariam a grande final a ser disputada em jogos de ida e volta.

    A melhor Campanha

    Apesar de contar com um plantel de extrema qualidade, o técnico Antonio Lopes precisou de algum tempo para ajustar a equipe do Vasco. Nos primeiros 12 confrontos, o Cruzmaltino obteve campanha de 6 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Depois do título com o Grêmio no ano anterior, o zagueiro Mauro Galvão acertou com o Vasco. Em entrevista ao oGol, ele explicou essa decisão e falou sobre o encaixe dos novos jogadores ao elenco.

    "Eu comecei a perceber que o Grêmio estava no final de um ciclo. Todo time passa por isso. O clube chegou até aquele limite e começou a vender jogadores como o Carlos Miguel, Paulo Nunes, Emerson, Arce. Então, você entende que é preciso ir à luta. Achei que era o momento de sair. No Vasco, o importante era conseguir encaixar o time. Eu cheguei com Valber, Evair, Nasa e o Odvan. Então, para poder encaixar o time no meio de um campeonato não é algo fácil. Mas o Vasco já tinha uma base que havia jogado o Carioca, que era o Ramón, Juninho, Germano... Depois o Felipe subiu, o Pedrinho também", relembrou Mauro Galvão.

    Depois dessa fase inicial de oscilação, o Vasco atingiu sua melhor sequência naquele brasileiro, quando permaneceu invicto por 12 rodadas. Destaque para a goleada de 6 a 0, diante do União São João, em São Januário.

    Um atropelo com a cara e o talento de Edmundo. O Animal marcou o primeiro gol aos 32 segundos de jogo e parou por aí... Na etapa inicial. Já no retorno, o camisa 10 do Vasco marcou cinco gols em 21 minutos e definiu a goleada. Até hoje, Edmundo é o único jogador a marcar seis gols em uma partida de Campeonato Brasileiro.

    A sequência invicta do Vasco só seria interrompida na rodada final da primeira fase. Em Campinas, o Guarani levou a melhor pelo placar de 3 a 2. O Gigante da Colina não contou com Edmundo nessa partida.

    Vasco em vantagem para a decisão

    No Grupo A da semifinal, o Vasco teria como adversários o Flamengo, a Portuguesa, e Juventude em partidas de ida e volta. O começo não poderia ser melhor, com triunfo fácil diante dos gaúchos por 3 a 0.

    Mas a partida válida pela semifinal que não sai da cabeça dos vascaínos aconteceu no dia 3 de dezembro de 1997, no Maracanã, contra o Flamengo.

    O time vascaíno mostrou seu poderio ofensivo em mais uma grande atuação de Edmundo naquele campeonato. Três gols do Animal, com destaque para o último deles. Depois de deixar dois defensores na saudade, a batida de perna esquerda, sem chances para Clemer, e a comemoração irreverente. Com seu 29º gol no Brasileirão, Edmundo quebrava o recorde de Reinaldo, que durava 20 anos. 

    Com a melhor campanha no somatório das duas fases, o Vasco chegava à final para encarar o Palmeiras, podendo empatar os dois duelos para garantir o troféu.

    Título vem com polêmica e na raça

    A primeira partida da grande decisão em 1997 aconteceu no estádio do Morumbi, em São Paulo. O duelo foi truncado, com poucas oportunidades de gol. O Vasco teve boa chance aos 19 da etapa final, com Edmundo. Mas o atacante parou em Velloso. A melhor oportunidade, no entanto, seria do Palmeiras. Em cobrança de falta, Alex acertou a trave de Carlos Germano.

    A polêmica viria nos minutos finais. Edmundo recebeu o terceiro cartão amarelo aos nove minutos da etapa final e ficaria suspenso para a finalíssima. Então, instruído pelo banco do Vasco, o Animal cavou a expulsão após dar um pontapé no zagueiro Kleber. Dessa forma, ele 'anulou' o cartão amarelo, com a intenção de ser julgado no Tribunal Especial da CBF e ainda disputar o jogo da volta.

    O tribunal, que estava em recesso, foi convocado de maneira extraordinária e acabou por absolver Edmundo, que foi apenas multado em R$ 120,00. A artimanha do Vasco deu certo, e o Animal jogaria na volta, no Rio de Janeiro.

    Mauro Galvão
    Assim como na partida disputada no Morumbi, o jogo foi quente e com poucas chances de gol. Edmundo teve uma boa oportunidade, mas parou na intervenção da defesa do Palmeiras. E depois disso, o alviverde partiu com tudo para cima do adversário.

    O goleiro Carlos Germano, no entanto, fechou a meta carioca. Junior e Alex tentaram em chutes de longa distância e, já nos acréscimos, o arqueiro vascaíno defendeu cabeçada de Oséas e garantiu o terceiro título nacional da história do Vasco.

    "O Palmeiras tinha muita gente boa. Eles tinham Euller, Viola, Alex, Zinho, depois entrou o Oséas. Eles vieram com tudo, tentaram de todas as maneiras. Teve a atuação do Germano que foi muito boa. A gente tentou minimizar, mas é impossível a bola não chegar no gol, quando você vê time que eles tinham. Mas nós tivemos nossas chances, uma com o Edmundo, outra com o Ramón. O Edmundo chegou a chutar uma bola que estava entrando no gol e o Cléber tirou. Mas o importante foi que deu tudo certo. A gente sabe que corremos um risco, mas se estivéssemos na posição do Palmeiras a gente ia tentar até o fim o gol também", finalizou Mauro Galvão.

    Números da edição

    Média de gols: 2,76 gol/jogo

    Melhor ataque: Vasco - 69 gols

    Artilheiro: Edmundo (Vasco) - 29 gols

    Jogador com mais partidas: Ramón (Vasco) - 30 partidas

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