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Abedi Pelé: a magia africana em ação

Texto por Ryann Gomes
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Mágico, imponente, imbatível. Eleito o melhor jogador africano entre 1991 e 1993, Abedi tornou-se num fenômeno que ultrapassou as fronteiras do continente, tornando-se um exemplo para futuras gerações de jogadores africanos que atingiram o sucesso na Europa.

Sucesso precoce na África

Abedi Ayew, mais conhecido no futebol como Abedi Pelé, nasceu em Acra, capital do Gana, no dia 5 de novembro de 1964. Abedi cresceu em Kyebi, perto de Dome, nos arredores da capital ganesa.

A carreira daquele que é considerado o melhor jogador da história do Gana e um dos melhores jogadores africanos de todos os tempos, começou na década de 70 nas categorias de base do Great Falcons, de onde sairia mais tarde, após ‘assombrar’ com grandes atuações, para assinar o primeiro contrato profissional no Real Tamale United.

Caminho até a França 

Dois anos depois de se destacar em seu país, Abedi iniciou, pela primeira vez uma aventura no estrangeiro, se transferindo para o Al Sadd, do Catar, onde despertou o interesse dos suíços do FC Zürich. No entanto, sua estreia no futebol europeu não foi bem sucedida.

Entre 1984 e 1987, passou pelo campeonato do Benim antes de migrar para o futebol francês e assinar pelo Chamois Niortais FC. Após uma temporada, foi contratado pelo Mulhouse, clube onde chamaria a atenção do todo poderoso Olympique de Marseille.

Brilho em Marselha

Assim que chegou em Marselha, Abedi Pelé participou de apenas 13 jogos e acabou emprestado para o Lille por duas temporadas. Com a camisa dos Les Dogues, enfim conseguiu desempenhar seu futebol, encantando os torcedores, colegas e até mesmo os adversários, com a magia do seu futebol, repleto de técnica e explosões selvagens que deixavam os marcadores colados ao chão. 

Voltou ao Olympique em 1990, para ser uma peça fundamental da grande equipe que dominava o futebol francês e ameaçava estender esse domínio para todo o continente europeu.

Nesta temporada, apesar do grande futebol apresentado, o Marseille perdeu a vaga na final da Copa dos Campeões, eliminado pelo Benfica com uma inglória ‘ajudinha’ da mão do atacante Vata. Na ocasião, o presidente Bernard Tapie jurou vingança no fim do jogo em Lisboa, e prometeu que o Olympique voltaria para disputar o topo da Europa.

Na edição de 1991, Abedi Pelé foi fundamental na brilhante caminhada marselhesa, eliminando o Milan, multicampeão europeu, nas quartas de final. Nas semifinais, contra os russos do Spartak de Moscou, foi arrasador e marcou dois gols que seriam decisivos para classificar o Olympique para a primeira final europeia de sua história. 

A grande final, jogada em Bari, Itália, foi contra a geração dourada do Estrela Vermelha, de Belgrado. O jogo foi extremamente tático, sem grandes emoções nos noventa minutos, forçando uma prorrogação onde o 0 a 0 prevaleceu. Na disputa por pênaltis, os iugoslavos seriam mais felizes e Olympique deixara escapar sua primeira oportunidade.

Duas temporadas depois, o Marselha se tornou o primeiro, e até hoje único, representante francês a conquistar o mais cobiçado dos troféus europeus, voltando a bater o Milan. Seria o francês Basile Boli o autor do gol solitário com que os marselheses bateram os rossoneri, mas a assistência foi de Abedi, que no final do jogo foi eleito o melhor jogador em campo. 

Nova volta ao mundo

No fim daquele ciclo, com o Olympique de Marseille se envolveu num escândalo de suborno de jogadores adversários, tal como os principais jogadores do plantel. No meio da confusão, Abedi Pelé se transferiu para o Lyon, iniciando uma nova fase de viajante na carreira.

Da França, Abedi partiu para Itália, onde jogou no Torino, destacando-se de tal maneira que foi eleito o melhor jogador estrangeiro do Calcio em 1995/96. Meses depois, seguiu sua peregrinação ao se mudar para os alemães do TSV 1860 Munique, que seria a penúltima mudança da carreira. 

Um ano e meio mais tarde, Abedi Pelé assinou contrato com Al Ain dos Emirados Árabes Unidos, onde permaneceu por dois anos até pendurar as chuteiras no ano 2000.

A seleção

Como tudo em sua vida, as coisas aconteceram de forma precoce na seleção. Aos 17 anos, já tinha brilhado na conquista da Copa Africana de Nações de 1982. A magia e o brilho das exibições do menino-prodígio no torneio, valeram a transferência para o Catar e iniciaram a verdadeira história de amor entre Abedi e a competição.

Entre 1982 e 1996, participou em cinco edições da competição, o que se tornou um recorde. Campeão em 1982, chegou à final em 1992, perdida para a Costa de Marfim, onde Abedi acabou não participando por ter recebido o segundo amarelo nas semifinais contra a Nigéria.

Eleito o melhor jogador africano entre 1991 e 1993, Abedi tornou-se num fenômeno que extravasou as fronteiras do continente, tornando-se um exemplo para futuras gerações de jogadores africanos que atingiram o sucesso na Europa.

Lamentavelmente, Abedi Pelé faz parte da restrita galeria de grandes estrelas e heróis do futebol que nunca disputaram um Campeonato do Mundo. Apesar de liderar a equipe nas Eliminatórias de 1986, 1990, 1994 e 1998, Abedi só viu o seu país se classificar para o mundial pela primeira vez, seis anos depois de pendurar as chuteiras. 

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Abedi Pelé
Abédi Pelé (GHA)

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