A saída de Lucas Veríssimo do Corinthians pegou a todos de surpresa. Inclusive ao zagueiro. O defensor falou pela primeira vez sobre a transferência para o Al Duhail, do Catar, após já ter tudo certo para assinar um novo contrato com o Timão.
A sequência do defensor, inclusive, já havia sido confirmada pela diretoria corintiana. Veríssimo, com o acordo verbal, chegou até a comprar casa em São Paulo, projetando um futuro a longo prazo na cidade. Em entrevista ao jornalista André Hernan, o zagueiro traçou uma linha do tempo do imbróglio.
"A partir do início de dezembro, o clube, junto com meu staff e o Benfica, começou as negociações para eu poder permanecer. Achei muito bacana, queria permanecer. Nesse meio tempo, até comprei casa em São Paulo, porque ia permanecer, tinham me apresentado um contrato longo. No decorrer do mês, finalizou as negociações. Entre os clubes estava tudo certo, e eu dei o ok também. Faltava só a oficialização, colocar isso no contrato. Só que só poderia assinar depois de o novo presidente assumir", começou por contar Veríssimo
Augusto Melo assumiu como presidente corintiano. Tratava a permanência de Veríssimo como sacramentada. Mas o novo contrato nunca chegou a ser assinado, como conta Veríssimo.
"A gente se reapresentou dia 07, começamos os treinos. Tive uma, duas, três, quatro conversas com o Rubão (diretor de futebol), onde eu estava cobrando ele essa assinatura. Até então, só estava na palavra. E eu vivi muita coisa dentro do futebol onde as palavras voam. Comecei a ficar preocupado de acontecer de novo. Então comecei a cobrar e as coisas não aconteciam", continuou por explicar.
Sem a tal assinatura, o Al Duhail aproveitou para se meter no negócio. Conversou com o Benfica, cobriu a proposta corintiana e, então, conversou com o zagueiro sobre um futuro no Catar.
"Benfica e Corinthians trocaram emails, levou um tempo para o Corinthians responder, mas responderam. E ficaram de assinar. Como não foi assinado, o Corinthians abriu uma brecha, onde entrou o Al Duhail. Na semana do dia 15 (de janeiro), eu tive uma conversa com o Rubão, onde perguntei pra ele do contrato, e ele disse que a gente ia assinar no mesmo dia. O dia passou, acabou, e nada. O clube anunciou duas renovações e duas contratações esse dia, e nada de resolver minha situação. Passou um dia, dois, comecei a me sentir constrangido, desvalorizado. Fiz um bom começo no Corinthians e o pessoal me tratou como qualquer um. Não senti que trataram da maneira que deveriam tratar a situação. Nessa mesma semana, me apresentaram o projeto do Catar. Eles procuraram o Benfica, cobriram a proposta do Corinthians e me procuraram para oferecer os valores e projeto para ver se eu dava ok. Achei muito bom o projeto, o clube é top, tem palavra. O projeto da liga, para o crescimento dela, era muito bom, gostei e dei o ok", complementou.
O zagueiro ainda negou a versão corintiana, de que o defensor e seu staff "enrolaram" e não assinaram o vínculo. Veríssimo deixou claro que só dependia do Corinthians a concretização do negócio. Em nenhum momento, o Timão apresentou garantias financeiras aos portugueses, e tampouco formalizou a transferência. Sem o avanço no negócio, Veríssimo se mudou ao Catar.
O Corinthians respondeu, algumas horas depois das declarações do zagueiro, através de uma nota oficial. Nela, nega que tenha demorado a dar a resposta e culpando, por outro lado, o jogador e seu staff.
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que, ao contrário do que disse o atleta Lucas Veríssimo em vídeo que circulou na tarde desta terça-feira (30), o clube enviou, em 4 de janeiro de 2024, ao estafe do jogador, o pré-contrato de trabalho para ser assinado. Diante da falta de resposta, uma cobrança por posicionamento foi feita pelo clube 15 dias depois (19/01). Os dois momentos estão registrados nos documentos anexados. Mais uma vez lamentamos o ocorrido, mas ressaltamos que sempre defenderemos a instituição e a marca Corinthians", lê-se no comunicado.