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      A história de Alex Henrique

      Início difícil, sucesso no Japão e idolatria em Aparecida: a história de um dos artilheiros da temporada

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      Alex Henrique é um dos principais artilheiros do futebol brasileiro na temporada. Quem vê gols, porém, não imagina as pedras que teimaram em aparecer no caminho. Foram todas, categoricamente, chutadas para escanteio. Grande referência da Aparecidense, o atacante vive, aos 35 anos, o momento mais especial da carreira. 

      Em conversa com a reportagem de oGol, Alex lembrou do começo de carreira no interior de São Paulo. Natural de Pitangueiras, o atacante começou a jogar nos campos de terra batida. 

      "Dificuldades financeiras a gente sempre encontra no futebol. A gente que veio de família humilde, jogando em campinho de bairro, terrão... A gente jogava de chuteira em campo de terra. Sempre tive vontade de jogar o amador em minha cidade, campeonato de bairros... Às vezes não conseguia porque não tinha um destaque, mas tudo foi acontecendo com calma. Depois fui campeão amador", começou a contar.

      Em 2006, Alex teria a chance de realizar o sonho de todo menino do interior paulista: jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. O Comercial, na época, montou uma grande equipe, e acabou vice-campeão. Só que o menino de Pitangueiras, por problemas financeiros, não conseguiu chegar em Ribeirão Preto. 

      "Estava tudo certo para eu ir para o Comercial, só que eu perdi o ônibus por falta de condições (financeiras). Acabei não indo, e nessa Copa São Paulo o Comercial chegou na final contra o América, de São José do Rio Preto. Infelizmente, por problemas financeiros, acabou não acontecendo. Mas era para ser assim. Não fiquei cabisbaixo, procurei assimilar bem e dar sequência na minha carreira. Graças a Deus, superei tudo isso e aqui estou", contou. 

      Poucos anos depois de não conseguir o dinheiro da passagem para Ribeirão Preto, Alex foi jogar do outro lado do mundo. Após um acesso na segunda divisão paulista pelo Batatais, em campanha que o orgulha até hoje, com direito a uma final contra o Pão de Açúcar de Paulinho (que depois defendeu Corinthians, seleção e Barcelona), Alex Henrique foi jogar no futebol japonês. 

      "Do nada, você estar em uma segunda divisão (do Paulista), conseguir o acesso e depois ir para o outro lado do mundo, com cultura diferente, país diferente... Só quem viveu lá sabe como é... Tive de assimilar tudo aquilo muito rápido. Aprendi muito em termos de posicionamento em campo, sistema tático, disciplina. Foi marcante. Os primeiros seis meses trazem uma dificuldade natural, mas se você consegue absorver língua e cultura, você começa a ser visto de uma outra forma pelos próprios japoneses. Superei os meses difíceis e as coisas começaram a acontecer naturalmente", começou por dizer o brasileiro, que defendeu Avispa Fukuoka, Thespa Kusatsu e Verdy Tokyo.

      "Depois do segundo ano, comecei a ficar mais solto. Joguei lá quatro anos, em três times diferentes. Os últimos anos já não precisava de tradutor, já conseguia pedir comida, táxi, ia nas lojas, conseguia até desconto (risos). Sempre falo que se eu tivesse de escolher um país para morar, depois do Brasil, seria o Japão. Um país seguro, te dá essa vontade de querer viver lá. Meu filho nasceu no Japão e adora lá", confessou. 

      Idolatria em Aparecida

      Alex Henrique ainda jogou na Tailândia e rodou por equipes no Brasil como CSA, ASA, Moto Club e América de Natal até, em 2018, desembarcar em Aparecida de Goiânia para defender a Aparecidense. O primeiro ano já foi marcante, e o atacante conseguiu entrar para a história do clube. 

      "Vivemos um grande ano. Tivemos uma etapa marcante de ter eliminado o Botafogo na Copa do Brasil. Depois, chegamos na final do Estadual contra o Goiás, uma final muito disputada, acirrada. Foi um grande feito, que marcou a gente. Não conseguimos o título, mas a campanha foi muito boa. Desde lá, sempre tive o carinho de todos aqui e consegui atingir grandes números pelo clube, mostrando a cada jogo e treino a evolução. Hoje, sou o maior artilheiro do clube, que tem 35 anos de existência. Fico muito feliz de ter pisado pela primeira vez aqui em 2018 e construir uma grande trajetória. Espero atingir mais objetivos e não ficar só no quase. Espero que a gente consiga títulos, o acesso para a Série C também, para entrar de vez para a história do clube", projetou. 

      Com a mesma idade do clube, Alex Henrique vive uma temporada fora de série. Já soma 22 gols em 36 jogos na temporada (média de 0,61 gol/jogo). Marcou em 56% das partidas que disputou. Soma 11 gols nos últimos 14 jogos e é o principal artilheiro do Goiano, um dos grandes artilheiros do futebol nacional. 

      "Tenho conseguido números muito bons na temporada, com 35 anos. No Brasil, se criou uma cultura que depois dos 30 já não serve mais, que não tem a mesma intensidade de um atleta de 20, 25. Mas os números estão aí para comprovar que não é assim. São 23 gols, números significativos. Fico feliz de poder ajudar minha equipe, de estar atingindo esses números. Nesse campeonato goiano, estamos na semifinal, sou artilheiro isolado com oito gols... Isso é muito bom, esses números mostram que o trabalho está sendo alcançado com sucesso. Espero dar sequência a isso para atingir mais números", analisou. 

      Para a Aparecidense chegar na semifinal, contra o Atlético Goianiense, Alex Henrique marcou um gol e deu assistência na vitória por 2 a 0 sobre o Goiás, nas quartas. A vaga na final vai se decidida nesta quarta-feira, e o artilheiro, suspenso, vai acompanhar tudo da arquibancada. 

      "Conseguimos fazer grande jogo contra o Goiás, que jogou com reservas, mas tinha muita qualidade. Fiz um gol, uma assistência. Agora temos de manter o mesmo foco. Infelizmente, recebi o terceiro cartão e estou suspenso. Mas vou até o estádio e vou estar lá na torcida mandando vibrações positivas para que a gente consiga mais uma vez estar na final. Espero que  seja um grande dia para o time brilhar mais uma vez. Vamos enfrentar uma grande equipe, de Série A, mas temos totais condições de chegar e fazer grande jogo. Por ser jogo único, pode ser mais igual. Se for empate, vai ser tudo decidido nos pênaltis. A gente tem tudo para fazer um grande jogo. Ninguém chega em uma semifinal à toa", destacou. 

      Com contrato até o meio do ano com a Aparecidense, Alex Henrique garante estar focado nos objetivos atuais do clube. O futuro, espera decidir mais na frente, com portas abertas para seguir fazendo história em Aparecida. 

      "Tenho contrato até o final do Estadual desse ano, em maio. Procuro sempre pensar passo a passo. Como tenho contrato vigente, no momento minha cabeça é voltada para isso. Claro que tenho um carinho enorme pela Aparecidense, por todos que estão aqui. E fico feliz por ter atingido números no clube, ser o maior artilheiro. Lógico que a gente procura sempre acrescentar mais números ainda, mas, no meu caso, pensando nesse lado como atleta, eu acho que tenho condições de poder ainda buscar desafios maiores. Vejo isso, tenho essa capacidade ainda. Se for para ser aqui, vou ficar muito feliz, vou me dedicar como me dediquei todos esses anos. É um lugar que aprendi a gostar. Mas como jogador, a gente sempre pensa fazer uma grande campanha para despertar interesse de outras equipes, no Brasil ou fora. Esse é o pensamento, ou então não teria sentido você atingir etapas de valorização sem pensar em interesse de outras equipes. Minha trajetória no futebol foi toda voltada para isso. Agora, se vou continuar fazendo meu trabalho na Aparecidense, ou se vai pintar outra possibilidade, isso vai se decidido depois que se encerrar o contrato". 

      Brasil
      Alex Henrique
      NomeAlex Henrique José
      Data de Nascimento/Idade1985-04-20(39 anos)
      Nacionalidade
      Brasil
      Brasil
      PosiçãoAtacante (Ponta Direita) / Atacante (Ponta Esquerda)

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