Não foi hoje que acabou a espera do torcedor palmeirense, que tanto sonhava com o título mundial. O time de Abel Ferreira foi valente, não fugiu da luta e batalhou até a prorrogação, mas acabou derrotado pelo Chelsea, por 2 a 1, em Abu Dhabi.
Pela primeira vez na história, depois do vice-campeonato para o Corinthians, os Blues conquistam o Mundial de Clubes da Fifa, frustrando o sonho alviverde.
O Palmeiras adotou blocos médios na organização defensiva no início de jogo. Thiago Silva, referência na primeira fase de construção do Chelsea, teve certa liberdade para buscar Havertz no jogo entrelinhas. A partir daí, porém, a defesa palmeirense estava muito bem encaixada.
O time de Abel Ferreira não teve a postura reativa que muitos esperavam. Na verdade, foi a equipe que mais buscou jogo no início da partida, conseguindo os primeiros arremates. O primeiro acertar o alvo foi Rony, mas em cabeçada fraca e nas mãos de Mendy.
Dudu chegou muito perto do gol após uma saída rápida alviverde. O camisa 7 recebeu na canhota e dançou para cima da marcação de Azpilicueta. Mesmo fora da área, Dudu limpou o marcador e arriscou o chute, que passou por cima da meta defendida por Mendy.
Pouco depois do chute de fora da área, Dudu teve chance, também, na área. Em mais um ataque rápido, Rony abriu para o camisa 7, que chutou torto e desperdiçou boa oportunidade.
Os Blues pouco conseguiram criar chances de gol no primeiro tempo. Fora em cobranças de falta, a equipe londrina pouco conseguiu ameaçar. Hudson-Odoi foi dominado pelo onipresente Rony, Havertz não conseguiu fazer a diferença e Mason Mount, e depois Pulisic (o inglês saiu lesionado), tampouco apareceram para jogo. Lukaku foi bem controlado por Luan.
Já perto do intervalo, no melhor momento londrino no primeiro tempo, Thiago Silva, sempre com liberdade para avançar, arriscou de fora da área e Wéverton foi no cantinho jogar para escanteio. Foi a única defesa do goleiro palmeirense antes do intervalo.
O Chelsea adiantou as linhas no segundo tempo, e contou com um Kanté mais participativo no último terço. Rüdiger, que vive a temporada de mais gols na carreira, também passou a ser presença frequente no ataque, e ameaçou com chute de fora logo nos primeiros minutos.
Outro ponto favorável para a equipe inglesa foi a presença não tão efetiva de Rony na marcação de Hudson-Odoi. O ponta inglês aproveitou e, aos nove minutos, cruzou na medida para o então sumido Lukaku abrir o placar de cabeça.
O Palmeiras, que parecia se complicar na partida, contou com uma ajudinha brasileira para reagir. Thiago Silva acabou vacilando e cortou bola com a mão na área. Com o auxílio do VAR, o árbitro marcou pênalti. Raphael Veiga deslocou o gigante Mendy para o Verdão renascer na decisão.
A torcida, que canta e vibra, passou a carregar o time para o ataque. De repente, o jogo mudou de lado. Havertz ainda teve chance de mudar esse quadro, mas quase na pequena área mandou o chute na lateral.
Apesar da confiança em alta dos brasileiros, Tuchel conseguiu, com alterações, fazer sua equipe voltar a avançar em campo. Os minutos finais foram equilibrados e tensos. Mas a tensão estava longe de acabar: ainda haveria a prorrogação.
Fisicamente, o Palmeiras estava mais inteiro que o adversário. O Chelsea até voltou para a prorrogação com maior posse de bola, mas tinha dificuldade para penetrar em um rival muito bem organizado. Faltava criatividade e perna.
A grande dificuldade do Verdão era responder ao adversário nos contra-ataques. A saída de Raphael Veiga tirou a capacidade de retenção de bola do time, e Wesley não teve a mesma força de Rony pelo lado do campo. Dudu, naturalmente, estava fisicamente mais desgastado. O time paulista errava muitos passes na primeira fase de construção (por falta de opção ou mesmo precipitação na tomada de decisão).
Vendo seu time sendo constantemente ameaçado (Pulisic chegou a acertar o travessão em lance desviado pela defesa), Abel resolveu colocar Rafael Navarro no jogo no lugar de Dudu. Não adiantou muito: o time seguiu sem conseguir trocar três passes.
A pressão resultou em pênalti para o Chelsea. Dessa vez a mão na área foi de Luan, em chute de Azpilicueta. Havertz assumiu a responsabilidade pela cobrança, e tirou de Wéverton para deixar os londrinos perto do título.
Abel ainda apostou na estrela de Deyverson, e Gómez também virou atacante, mas restavam poucos minutos. Gómez e Deyverson só fizeram faltas, caíram na pilha dos defensores adversários e não evitaram o pior. Pela primeira vez na história, o um time londrino conquista o Mundial de Clubes da Fifa.
2-1 Pro. | ||
Romelu Lukaku 55' Kai Havertz 117' (pen.) | Raphael Veiga 64' (pen.) |