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      À espera de um milagre

      De Super Grêmio à luta contra o rebaixamento: um roteiro original no Brasileiro

      2021/12/07 07:11
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      O que leva um clube grande ao rebaixamento? Dívidas, salários atrasados, disputas políticas, elenco limitado ou dividido… Estas estão entre as principais razões que historicamente conduzem um gigante do futebol brasileiro à Série B durante uma temporada atípica. Não é o caso do Grêmio, que decidiu adaptar o roteiro do livro com um toque original.

      Afinal, qual a razão principal para um clube superavitário, com elenco recheado de grandes jogadores, salários em dia e uma das folhas de pagamento mais caras do Brasil brigar até a última rodada do Brasileirão para não cair para a segunda divisão? Inicialmente cotado como um dos candidatos ao título, a equipe não reagiu em nenhum momento da competição e amarga a zona de rebaixamento desde a segunda rodada.

      Com jogadores de renome, como Douglas Costa e Rafinha, além dos salários em dia, o Grêmio inverteu a ordem de um grande clube que precisa enfrentar a história de uma crise para atingir o fundo do poço. Então, afinal, o que culminou no rebaixamento do aclamado “Super Grêmio” em 2021?

      De Super Grêmio à grande decepção

      A temporada de 2021 se abriu para o Grêmio como um sinal de mudanças. Novas contratações eram especuladas e noticiadas pela mídia. O caso de Rafael Santos Borré foi o mais enfático no início do ano. O colombiano, por sinal, acabou por não acertar com o clube.

      Logo em seguida, a notícia era de que Douglas Costa e Rafinha, atletas com histórico de títulos e passagem pela seleção, estavam na mira do Tricolor. O apelido “Super Grêmio” popularizou entre os torcedores, que se animavam ao ver os reforços pretendidos pelo clube. O termo rendeu até música, que envelheceu rapidamente.

      O que parecia ser uma temporada próspera transformou-se numa verdadeira derrocada mês após mês. 

      Renato fica, Renato sai

      A temporada de 2020 encerrou para o Grêmio apenas no mês de março, após a disputa da final da Copa do Brasil contra o Palmeiras. Sem tempo para uma pré-temporada, o Tricolor rapidamente se atirou na figura de Renato Portaluppi, já desgastado após mais de cinco anos no clube, ainda mais em função das eliminações recentes em Libertadores e Copa do Brasil.

      Renato renovou com o Grêmio no dia 5 de março, para a disputa da pré-Libertadores. A eliminação para o Independiente del Valle, porém, culminou na queda do treinador no dia 15 de abril, apenas 40 dias no cargo durante a temporada.

      Transição da era pós-Renato

      Após a queda de Renato do comando técnico do clube, a transição tornou-se complexa. A aposta foi em Tiago Nunes, que contou com um início meteórico no Grêmio, rendendo, inclusive, o título gaúcho sobre o grande rival, o Internacional.

      A chegada do Brasileirão indicava uma equipe competitiva. Mas logo o time começou a enfrentar os primeiros obstáculos com um surto de Covid-19, desfalcando o elenco titular nas primeiras rodadas. O Grêmio sofreu e demorou a encontrar o caminho das vitórias na competição. Quando venceu, na 10ª rodada do torneio, já não tinha Tiago Nunes na casamata.

      Falta de filosofia

      Para substituir o treinador jovem e de jogo propositivo, o Grêmio foi ao passado resgatar a imagem de Luiz Felipe Scolari, um veterano no mundo da bola e conhecido por seu jogo mais defensivo.

      De um começo com Renato, passando por Tiago Nunes, até chegar a Felipão, o Grêmio trocava de técnicos esperando uma solução mágica sem pensar em uma filosofia a seguir.

      As três metodologias de trabalho bastante diferentes acabaram impactando na equipe, que até teve bons momentos com o veterano no comando técnico, mas logo depois desandou. As derrotas seguidas tornaram-se uma rotina.

      Já na reta final de campeonato, com o time afundado na zona da degola, o Grêmio foi atrás de Vagner Mancini. Uma nova filosofia, completamente diferente das outras três que atuaram na casamata Tricolor ao longo da desastrosa temporada. Uma decisão com toques de desespero em busca do tal "milagre", com Mancini obrigado a desafiar as probabilidades em busca da salvação.

      Formação do elenco

      A filosofia de jogo adotada pelos treinadores também está ligada ao elenco montado pelo Grêmio para a temporada. Com jogadores contestados ainda remanescentes, o Tricolor pouco se renovou da temporada 2020 para 2021, e viu atletas que já não vinham em grande fase manterem-se no elenco.

      Embora tenha grandes nomes no plantel, o Grêmio também conta, na mesma medida, com nomes controversos e que pouco atuaram ao longo da temporada, como os casos de Paulo Miranda, Everton Cardoso, Victor Ferraz, Luiz Fernando e até mesmo o ídolo Maicon, que já no alto de seus 35 anos pouco conseguia atuar.

      Dotados de altos salários e, consequentemente, difíceis de negociar, o Tricolor decidiu mantê-los. A folha, que já alcançava quase os R$ 15 milhões, impedia a investida em mais reforços de peso. Boa parte do desgaste com Renato, por sinal, vinha da cobrança do treinador por nomes para elevar o nível do elenco.

      Sem chances de trazer novos jogadores no início do campeonato, coube ao Grêmio oferecer aos treinadores um mesmo elenco, completamente heterogêneo, e sem uma linha de formação. A falta de opções, com o tempo, foi notória e, não à toa, o Grêmio precisou ir ao mercado já em meio à competição e em completo desespero.

      Sequência de erros

      Ao fim, o Grêmio conviveu com uma sequência de erros em vários âmbitos na figura de seu presidente Romildo Bolzan, que perdeu o departamento de futebol e, isolado, viu o Grêmio definhar mês após mês.

      A renovação, e posterior demissão de Renato Portaluppi sem uma convicção, escancarou um problema no clube: a falta de comando no futebol. Renato tinha a chave da porta do vestiário e coordenava todas as ações. Resolvia problemas além do campo.

      Com a troca de técnicos sendo uma rotina, e sem um trabalho para o comando do departamento de futebol do clube, o Tricolor acumulou problemas, viu derrotas se empilharem e a pressão aumentar.

      O rebaixamento é o epílogo mais provável do livro, que em seu prólogo já anunciava a tragédia que 2021 poderia se tornar, e como definitivamente se tornou.

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