A passagem de Paolo Guerrero pelo Internacional está perto de chegar ao fim e sem deixar muitas saudades no torcedor colorado. Com bons momentos pelo clube, Guerrero sai em baixa, marcado por lesões e pela impressão de que poderia ter rendido mais.
O gols estiveram lá, e em proporção até melhor do que na maior parte de sua carreira. Foram 32 em 72 jogos e uma média de 0,44 por partida. Historicamente, Guerrero é dono de uma média de 0,40 por jogo representando clubes. Ou seja, entregou o que sempre fez de frente para o gol, e com o desempenho que o tornou em um astro internacional.
Os números de Guerrero poderiam até ter sido mais impressionantes não fosse pelo desempenho em 2021. Na primeira temporada, o peruano anotou 20 gols em 41 jogos. Foram 10 em 2020, mas em apenas 15 jogos. Dois fatores interromperam a boa fase: a pandemia e, mais determinante ainda, uma grave lesão no joelho.
Guerrero disputou apenas três rodadas do Brasileirão em 2020 antes de passar por intervenção cirúrgica no joelho direito, em agosto. O retorno aos gramados demorou quase oito meses e se deu no Gaúcho, em março. Desde então, o atacante tem sofrido com problemas físicos e com a perda de espaço no elenco.
Em 2021, Guerrero fez apenas 16 partidas. Não conseguiu atuar em nenhuma delas por 90 minutos, seja por opção técnica ou por limitações físicas, e anotou somente dois gols. O artilheiro ainda teve de passar por nova operação, muito mais simples, em busca de alívio das dores no joelho. Não foi o suficiente.
A relação entre Inter e Guerrero também começou a se deteriorar com o tempo afastado. O jogador chegou a falar em rescindir o contrato no meio do ano, mas voltou atrás e prometeu cumprir seu contrato. Seguiu com pouco espaço e com dores. Do lado colorado, os altos salários para um reserva fizeram do astro um peso no orçamento. A insatisfação pública fez ainda com que o peruano perdesse pontos entre os torcedores. Um problema que seria facilmente resolvido com gols. Mas a boa fase de Yuri Alberto reforçou o papel secundário de Guerrero, abrindo caminho para uma negociação para a rescisão de interesse mútuo.
O futuro de Guerrero não é ainda claro. No Brasil, são poucas as portas abertas para o veterano de 37 anos e altos vencimentos, embora fala-se em aproximação de representantes do atleta com o Corinthians, onde teve passagem de sucesso.