A mensagem do Everton era clara: o time queria se intrometer entre as potências do futebol inglês em um projeto comandado por Carlo Ancelotti. James Rodríguez foi contratado como um símbolo deste ambicioso plano. Nada correu como o esperado para o Toffees, Ancelotti surpreendeu ao abandonar o clube com convite do Real Madrid, sem chegar perto de seu objetivo. Já o talentoso colombiano adicionou mais uma decepção a sua lista nos últimos anos.
Destaque no FC Porto entre 2010 e 2013, com boa passagem pelo Monaco ainda jovem na temporada 2013/14, James Rodríguez viveu seu auge na Copa do Mundo do Brasil. Foi o artilheiro do torneio, com seis gols. Assinou com o Real Madrid e ganhou status de "supercraque". E, com altas expectativas, vieram as decepções.
A temporada 2014/15 ainda foi em alto nível individualmente. Foram 17 gols e 17 assistências, mas não o suficiente para fazer o Real Madrid vencer na Espanha e na Liga dos Campeões. No ano seguinte, James conviveu com a reserva e sequer esteve em campo no auge da temporada, quando o Real Madrid bateu o Atlético de Madrid nos pênaltis.
James nunca retomou a titularidade absoluta no Real Madrid. Longe de ter sido um fracasso, o meia-atacante deixou a impressão de que podia fazer mais. E essa foi a história de praticamente todas suas temporadas posteriores.
Emprestado ao Bayern em 2017/18, James Rodríguez teve um bom desempenho, com oito gols e 14 assistências. Mas não encantou. Na temporada seguinte amargou a reserva, com algumas boas exibições, mas sem consistência. Não foi adquirido em definitivo.
James voltou ao Real Madrid, mas já não havia espaço para ele lá. Foram míseros 14 jogos em 2019/20, com um gol e duas assistências. Acabou por ser chamado por Carlo Ancelotti para o projeto do Everton, e sua chegada foi recebida com muito entusiasmo na Inglaterra.
No Everton, James até teve bom início. Nos seis primeiros jogos, marcou três gols e distribuiu quatro assistências. Mas caiu de produção e não elevou o patamar do clube, como se pretendia. Com a saída de Ancelotti, acabou encostado em 2020/21 por Rafa Benítez e sequer entrou em campo, embora garanta estar bem fisicamente.
Com o maior salário do Everton, James se tornou um elemento caro e difícil de realocar. Não encontrou opção no mercado da Europa que fosse capaz de satisfazer todas as partes. Agora, negocia a sua saída para o Catar, onde a janela ainda segue aberta. O nome do clube é mantido em sigilo, embora muitas fontes citem o Al-Rayyan. Caso acerte a transferência, o colombiano se despede do futebol europeu aos 30 anos e com a impressão de que poderia ter feito mais e por mais tempo.