Pela primeira vez desde que assumiu o Manchester City, o técnico Pep Guardiola viu seu sistema defensivo regredir de uma temporada para a outra. A resposta para o problema veio no mercado. Os Citizens resolveram investir mais de 110 milhões de euros em zagueiros nesta janela de transferências da Europa.
A nova contratação de peso do City para o sistema defensivo, Rúben Dias, chega para tentar retomar uma tendência que era positiva desde a chegada de Guardiola. Ano após ano, além de marcar muitos gols, o City melhorava seu desempenho defensivo.
Em seu primeiro ano na Inglaterra, em 2016/17, Guardiola teve trabalho para ajustar a defensiva do time de Manchester, que sofreu 60 gols. Na temporada seguinte, de título incontestável no Campeonato Inglês, mais de 100 gols marcados, o City sofreu apenas 46 tentos em 57 jogos. Já em 2018/19, os Citizens fizeram 61 jogos oficiais e sofreram 39 gols, média de 0,64 gol/jogo. Como se não bastasse, o City ainda fechou a temporada com incríveis 169 gols anotados.
A melhora temporada a temporada foi quebrada em 2019/20. Com uma lesão no joelho, Aymeric Laporte desfalcou o City em 26 partidas e os números refletem a ausência de um dos homens de confiança de Pep. O desempenho foi de 53 gols sofridos em 59 confrontos, média de 0,9 gol/jogo.
Depois da goleada sofrida na terceira rodada do Campeonato Inglês 2020/21 diante do Leicester, por 5 a 2, a contratação de Rúben Dias parece ainda mais necessária, apesar do City de Guardiola já ter investido muito dinheiro em zagueiros.
O primeiro zagueiro a chegar ao City na era Guardiola foi o inglês John Stones, contratado do Everton em 2016 por cerca de 55 milhões de euros. O defensor surgiu como uma grande promessa mas, aos poucos, perdeu espaço com Guardiola. Stones disputou somente 24 partidas na temporada passada e parece ter perdido a confiança de seu técnico. Ele esteve em campo em apenas um dos três jogos disputados pelo City na nova temporada.
Já o zagueiro Aymeric Laporte é uma das joias de Guardiola. Contratado por 65 milhões de euros, em 2018, o canhoto se firmou na defesa dos Citizens e teve na temporada 2018/19 seu ápice sob o comando do treinador. Foram 51 jogos, cinco gols marcados. O caminho de crescimento acabou por ser interrompido na última temporada pela já citada lesão no joelho.
As outras duas contratações coincidem com o momento de queda no desempenho da defesa do City. Para a nova temporada, o Manchester garantiu a contratação de Nathan Aké, zagueiro holandês que integrou as categorias de base do Chelsea e foi vendido em 2017 para o Bournemouth, por quase 23 milhões de euros. Agora, com o atleta de 25 anos se destacando na Premier League, foi preciso desembolsar 45 milhões para contar com os seus serviços.
Por fim, o português Rúben Dias chega para formar dupla titular com Laporte. Aos 23 anos, o jogador disputou 137 partidas com a camisa do Benfica e marcou 12 gols. Ele ainda soma 19 partidas pela seleção de Portugal. Somente com esses quatro jogadores, o City desembolsou perto de 235 milhões de euros (uma média de praticamente 60 milhões de euros por defensor). Ou seja, o clube gasta muito com o setor e, ainda assim, não parece satisfazer o técnico Guardiola.
Em seu último ano de contrato com os Citizens, Pep terá ainda mais pressão sob seus ombros para enfim conquistar o primeiro título de Liga dos Campeões na história do Manchester City e fazer valer tamanho investimento feito pelo clube. Resta saber se será suficiente.