A Liga dos Campeões é hoje a grande competição do futebol mundial. O terreno onde brilham os melhores do planeta - e há quem diga que alguns nem pertencem a este globo - e ano após ano Lionel Messi e Cristiano Ronaldo monopolizaram as atenções e os títulos do torneio. Talvez por isso os feitos de Divock Origi e Lucas Moura nesta semana tenham causado ainda mais impacto e surpresa. A dupla de coadjuvantes nos lembrou que a glória não está reservada apenas aos "deuses do futebol".
Quem conseguiria prever que, nas semifinais mais emocionantes da história da Liga dos Campeões, os heróis seriam Origi e Lucas. Impossível. Antes de a competição começar, a expectativa era por ver se Cristiano Ronaldo conseguiria dar para a Juve a qualidade extra capaz de colocar o clube no topo da Europa novamente, ou por uma temporada de afirmação e resposta de Lionel Messi no Barcelona.
Lucas Moura sequer é titular absoluto no Tottenham. A sua presença desde o início no jogo desta quarta-feira - o 50º na competição - se deve muito pelos desfalques do time londrino, com Harry Kane de fora. Na fase de grupos, o ex-jogador do São Paulo e PSG já havia saído do banco contra o Barcelona para marcar o gol da classificação para as oitavas, mas desta vez o destino parecia ser diferente, com o Ajax abrindo dois gols de vantagem ainda no primeiro tempo, três no agregado. Ao apito final, o cenário era outro, com Eriksen pedindo uma estátua em homenagem ao brasileiro, autor de três gols para a história.
Origi e Lucas, bons jogadores, mas apenas "meros mortais" do futebol, foram protagonistas nesta semana de um dos mais surpreendentes capítulos da história do futebol. Pelo menos um deles terminará a temporada com um título já antológico. E, daqui há 30 anos, quando lembrarem das campanhas de Liverpool e Tottenham, não falaremos de Salah ou Kane, Messi e Ronaldo serão apenas figurantes que valorizaram o feito. Na memória afetiva do torcedor, Origi e Lucas já tem seu lugar no Olimpo do futebol.