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      Ex-lateral comentou carreira para oGol

      Winck repassa carreira de sonho no Inter, frustrações na seleção e quase ida para Europa

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      Luiz Carlos Winck teve o futebol como a saída para superar dramas da perda de um pai ainda quando criança. No esporte, conseguiu, com o irmão, Sérgio, manter a cabeça erguida para enfrentar a vida de cara. O futebol deu muito aos Winck, e a família, até hoje, segue com o esporte no sangue. 

      Em conversa por telefone com a reportagem de oGol, Luiz Carlos recordou que chegou na base do Internacional ainda muito jovem, com 13 anos, e viu o clube como a realização de um sonho de menino. 

      "Fui fazer um teste no Internacional na época do Abílio dos Reis, uma das pessoas que mais revelava jogadores na base. Fiz o teste, passei e, na outra semana, já estava fazendo uma preliminar no Beira-Rio. Foi uma oportunidade muito boa. Era um sonho que tinha desde pequeno. Na época, foi uma emoção muito grande", recordou. 

      No Beira-Rio, Luiz Carlos chegou a jogar com seu irmão, Sérgio, durante algum tempo. A experiência acabou ajudando ambos a superar a perda do pai, que faleceu após sofrer com câncer. 

      "Nosso pai sofreu uma pancada no peito e acabou se transformando em um câncer maligno. Nós eram muito pequenos, e tínhamos um apego muito grande com nossa mãe. Tanto que no início foi difícil ficar longe da minha cidade natal, Portão, e ficar em Porto Alegre. A gente era muito acostumado com a colônia, então sentia falta. Mas o tempo foi passando e a gente foi buscando a nossa realização profissional". 

      Sérgio deixou o Colorado, mas Luiz Carlos seguiu no clube e se firmou. Os anos de colorado sempre foram, para o lateral, "a realização de um sonho". O agora ex-jogador se tornou um dos atletas com maior número de jogos pelo clube. 

      "O Internacional sempre foi, para mim, muito importante. Foi realizar um sonho de criança ter sido um lateral reconhecido mundialmente jogando pelo Inter. Ter conquistado prêmios como melhor lateral pelo país, duas vezes pelo Internacional. Sou muito grato ao Inter. Minha vida pessoal e profissional devo muito ao Inter". 

      Winck ficou no Inter de 1981 até 1988. O ex-lateral recebeu uma proposta do Hamburgo, para atuar na Alemanha, mas, como explica, acabou em São Januário para ser campeão brasileiro com o Vasco. 

      "Na época, em 1989, eu estava vendido para o Hamburgo, da Alemanha. Mas fraturei a perna e até fiquei fora da Copa do Mundo de 1990 em função dessa fratura. Vinha como titular das Olimpíadas em 1988, comecei como titular em 1989 com o Lazaroni. Mas acabei fraturando a perna na liberação que tivemos para a Libertadores. Fui para o Vasco em julho ou agosto, fiz o Brasileiro e finalizei o ano campeão. Para mim foi muito importante esse começo bom no Vasco", comentou. 

      Luiz Carlos guarda com carinho a passagem pelo Cruz-Maltino. Além do título brasileiro de 1989, com assistência para o gol do título, de Sorato, contra o São Paulo, no Morumbi, Winck esteve na Colina também em 1990 e 1992. 

      "Tínhamos um grande ambiente. Edmundo, Roberto Dinamite voltou. Foram gerações que passaram ali... Nelsinho Rosa o primeiro treinador, o Alcir, saudoso Alcir, Joel Santana... Foram marcas importantes também no Vasco, um clube pelo qual tenho um carinho muito grande". 

      Ídolo do Inter parou no Olímpico

      Winck causou polêmica quando foi para o Grêmio em 1993. O ídolo colorado confessa que, apesar de ter sido bem recebido no Olímpico, a troca de colorado para tricolor não foi fácil no Sul. 

      "Foi um momento difícil. Meu procurador na época, Nelinho, acabou acertando com o Grêmio. Na hora de me apresentar, não foi fácil, porque eu tinha uma identificação muito grande no Inter. Mas fui muito bem recebido por toda a direção e torcida do Grêmio. Isso vale muito para aquilo que a gente faz como profissional e homem: ter uma carreira digna abre portas em todos os lugares, independente da rivalidade. Acabei ganhando o Gaúcho e fui vice da Copa do Brasil. Depois, rompi contrato para ir ao Corinthians", recorda. 

      O ex-lateral, porém, recorda que o torcedor do Inter entendeu a situação no momento. "Se não fosse dessa forma, não teria retornado e não teria o respeito de ambas as torcidas, que até hoje permanece". 

      Além da dupla Gre-Nal e do Vasco, Winck jogou também em Corinthians, Atlético Mineiro, Botafogo e Flamengo, antes de encerrar a carreira no Glória. Em termos de clubes, a única frustração da carreira foi não ter atuado na Europa. 

      "Tive uma venda concretizada (para o Hamburgo), mas, em função da fratura, acabou se negando a ida. Depois, tive outra oportunidade, para o Sporting, de Lisboa, e acabei não indo. Acabei até me cobrando um pouco. Mas você vestir as maiores camisas do futebol brasileiro, ter o respeito de todos, foi muito importante", comentou, antes de explicar.

      "Tinha pré-contrato com o Sporting. Estava com o Vasco na época. A gente foi jogar com o Barcelona um torneio na Espanha em 1992. Eu dei aquele drible de corpo que o Pelé fez, no Zubizarreta, e fiz o gol. E assinei o pré-contrato, mas acabei não indo, porque o Eurico (Miranda, dirigente vascaíno), na época, melhorou as questões da luva e salário". 

      Frustrações na seleção

      A grande frustração mesmo da carreira de Winck foi não ter disputado uma Copa do Mundo. O ex-jogador lamenta a lesão em 1989, que acabou o fazendo perder espaço no time para 1990. 

      "Fez-me falta não ter jogado uma Copa. Seria a realização plena do que eu buscava no futebol, o pico máximo em todos os sentidos. Vestir a camisa da seleção já foi o máximo, mas participar da Copa, que é o maior evento, seria importante demais". 

      Winck fez 17 jogos e um gol com a camisa da seleção brasileira. O ex-lateral disputou duas Olimpíadas, e acabou com a medalha de prata em ambas. O ouro bateu na trave, principalmente em 1988. 

      "O vice de 1988 eu sinto muito.  Porque a gente tinha a base da seleção principal. Tínhamos ali quase uma certeza, depois de ganhar da Alemanha na semifinal, que teríamos o ouro contra a União Soviética. Acabou não acontecendo". 

      Futebol passado como tradição

      Considerado um lateral revolucionário, pelas características de ala ainda não tão presentes na época em que atuou, Luiz Carlos segue vendo o nome da família no futebol. O hoje treinador do Juventude confessa que torce pelo sucesso de seu sobrinho, Cláudio Winck, filho de Sérgio. Cláudio começou a carreira também no Inter, e agora luta com o Sport contra o rebaixamento.

      "Torço muito pelo Cláudio. Ele sofreu muito no Inter com a comparação. Ela poderia ter acontecido de forma positiva, com mais apoio das pessoas. E não com tanta cobrança, para que ele fosse, rapidamente, o mesmo que eu levei muitos anos para ser. Isso foi uma cobrança exagerada que acabou prejudicando ele um pouco. Ele fez bons jogos pelo Inter, marcou em Gre-Nal. Ele não tem a característica tão forte de marcação, mas qual lateral brasileiro tem?", questionou. 

      "Ele é jogador goleador, boa estatura, bola aérea boa, parada, em movimento... É um jogador que busca o espaço dele. Tem 22 anos, tem muita coisa pela frente para atingir o lugar de destaque que ele quer. Está emprestado ao Sport e a gente fica torcendo para que ele realmente tenha uma campanha de não rebaixamento e, ao mesmo tempo, uma sequência vitoriosa na carreira", completou. 

      Brasil
      Luís Carlos Winck
      NomeLuiz Carlos Coelho Winck
      Data de Nascimento/Idade1963-01-05(61 anos)
      Nacionalidade
      Brasil
      Brasil
      PosiçãoDefensor (Lateral Direito)

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