Quando o Vasco iniciou pela terceira vez em sua história a Série B, ninguém, leia-se torcedores, imprensa, jogadores, diretoria, ninguém possivelmente esperava que seria tão difícil assim. Difícil até o último jogo. Até o último suspiro. O último suspiro vascaíno na Série B, e a torcida espera que tenha sido definitivamente o último, foi dado na virada do time de Jorginho sobre o Ceará.
O Maracanã inicialmente vibrou com o Oeste. Sim, cabe explicação. O Oeste abriu no primeiro tempo 2 a 0 sobre o Náutico, que lutava com o Cruz-Maltino pela vaga na Série A. No final das contas, o Rubro-Negro venceu mesmo os pernambucanos e evitou o rebaixamento. Mas o Gigante da Colina, que havia saído atrás no primeiro tempo, jogou como grande que é, e nunca deixará de ser, e virou o placar, para se garantir na primeira divisão sem depender de ninguém.
O dia que o Maracanã torceu para o Oeste, e sofreu com o Vasco
O nervosismo estava todo do lado carioca. Sem nada a perder, o Ceará começou melhor em campo. Mais solto, deixava os torcedores que lotavam o Maracanã ainda mais preocupados.
A dificuldade do Vasco de jogar era imensa. Os visitantes marcavam alto, e davam poucos espaços. O nervosismo só aumentava com o passar do tempo.
O Maracanã só se acalmou um pouco quando foi anunciado gol do Oeste contra o Náutico, que também lutava por Série A. Mas o time não estava bem. Felipe Menezes quase marcou em arremate de fora. Martin Silva defendeu em dois tempos. O goleiro pegou também tentativa de Wescley.
Eduardo teve mais sorte. Aos 27, arriscou de fora da área e acertou o cantinho. Martín Silva se jogou, mas não conseguiu chegar. O drama ficou maior.
O torcedor vascaíno via que era mais fácil torcer para o Oeste do que para sua própria equipe. Em Pernambuco, o Rubro-Negro fez 2 a 0 ainda no primeiro tempo, o que deixou o clima no estádio mais tranquilo, embora nervoso. O Maracanã gritava "Oeste". Pela primeira vez na história, certamente.
O gigante acordou
No segundo tempo, o time da casa emppolgou mais. Não demorou muito para empatar. Thalles pegou rebote de Éverson em tentativa de Éder Luís e mandou para a rede.
Em quatro minutos, o Vasco fez mais que todo primeiro tempo. O segundo gol foi novamente de Thalles, completando de cabeça bola jogada para o meio de Jorge Henrique.
O Vasco finalmente jogava como grande, mas nem assim escapava dos sustos. Wescley apareceu na pequena área para completar jogada e acabou acertando o travessão.
Foi apenas um susto. A torcida já comemorava o acesso. Até pela vitória sem sustos do Oeste na Arena Pernambuco. Talvez o torcedor vascaíno tenha sido mais personagem que o time. O time jogou quatro, cinco minutos. Foi suficiente. O torcedor vibrou os 90. Protestou, também. Protestou não pelo time ter subido, mas porque não aceita mais quedas. O torcedor espera que esta seja a última recordação do Vasco na Série B.
2-1 | ||
Thalles 48' 50' | Eduardo 28' |