Para cativar a torcida, a Seleção Brasileira entrou em campo carregando flores e uma bandeira do Uruguai. Jogando de branco (como foi até 1953), a estreia do Brasil na primeira Copa do Mundo foi em uma segunda-feira, dia 14 de julho de 1930, no estádio Parque Central, em Montevidéu. Mesmo com um frio “atroz e ininterrupto” de 02º C, estavam presentes 24. 059 expectadores, a maioria uruguaios, curiosos para ver como se portariam os rivais sul-americanos e os europeus. A alta arrecadaçã...ler comentário completo »
Para cativar a torcida, a Seleção Brasileira entrou em campo carregando flores e uma bandeira do Uruguai. Jogando de branco (como foi até 1953), a estreia do Brasil na primeira Copa do Mundo foi em uma segunda-feira, dia 14 de julho de 1930, no estádio Parque Central, em Montevidéu. Mesmo com um frio “atroz e ininterrupto” de 02º C, estavam presentes 24. 059 expectadores, a maioria uruguaios, curiosos para ver como se portariam os rivais sul-americanos e os europeus. A alta arrecadação de 5. 900 dólares, era uma amostra de que o futebol brasileiro estava sendo encarado com respeito.
No sorteio inicial, o capitão Preguinho ganhou o cara ou coroa e escolheu jogar contra o vento forte no primeiro tempo. O Brasil pressionou muito nos primeiros dez minutos, exigindo duas boas defesas do goleiro Milovan Jakšić. Mas logo a Iugoslávia equilibrou a partida e abriu o placar em um lance de sorte.
Aos 21 minutos de jogo, Đorđe Vujadinović chutou fraco. O goleiro Joel pulou, mas a bola desviou no zagueiro Itália, sobrando limpa para o ponta direita Aleksandar Tirnanić concluir para o gol vazio.
Nove minutos depois, a bola foi lançada para a área do Brasil. Era um lance aparentemente tranquilo, mas o zagueiro Brilhante rebateu mal e a bola sobrou para o centroavante Ivan Bek, sem marcação, que ampliou o marcador chutando no canto.
Ainda no fim do primeiro tempo, o árbitro uruguaio Aníbal Tejada anulou um gol de Vujadinović por impedimento. Em várias falhas defensivas clamorosas da defesa brasileira, a Iugoslávia marcou duas vezes e perdeu chances de fazer mais.
Já na etapa final, dessa vez com o vento a favor, o Brasil pressionou e chegou várias vezes na área adversária.
O gol de honra veio aos 17 minutos.
Hermógenes avançou e chutou, mas Arsenijević desviou para escanteio. Hermógenes cobrou o tiro de canto e Stefanović tirou de cabeça. Os iugoslavos tentaram puxar o contragolpe, mas Fausto recuperou a bola, passou por Vujadinović e cruzou alto para a área. Preguinho dividiu com o capitão Ivković e marcou o primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo.
Depois, a Seleção dominou amplamente a partida, mas não conseguiu o empate.
No Rio, várias pessoas se juntaram em frente ao jornal “A Noite“. O andamento do jogo era informado por cartazes, mas o telégrafo demorava cerca de duas horas para chegar de Montevidéu. Assim, quando os cariocas receberam a notícia de que o jogo acabara de começar, na verdade ele já tinha sido encerrado. E aos 40 minutos do segundo tempo, a torcida vibrou com o que seria o gol de empate. Estava escrito no cartaz: “Preguinho, 2 x 2”. Mas alguns minutos depois, veio a correção: houve apenas um gol do Prego e a Iugoslávia venceu por 2 a 1.