Brasil x Argentina: Superclássico em tom de despedida para Messi e Diniz

A rivalidade e a tradição fazem de Brasil e Argentina um dos maiores clássicos do futebol mundial. Nesta terça-feira, às 21h30, as maiores potências sul-americanas voltam a se encontrar, em um "Superclássico das Américas" que tem um tom de despedida para dois dos protagonistas, e um desnível de expectativas há muito não visto em favor dos Hermanos.

A Argentina entra em campo, no Maracanã, como campeã mundial. Entra com Messi, o melhor jogador do mundo, um dos maiores da história. Entra com um time entrosado e que, embora tenha sido derrotado pelo Uruguai no último confronto, tem se mostrado praticamente imbatível desde que Lionel Scaloni assumiu o comando. Um cenário para lá de positivo, que contrasta com o que vemos no Brasil.

Desde a década de 90, mesmo em momentos de transição, o Brasil pareceu mais preparado e em melhor posição que nossos rivais mais tradicionais. O momento agora é bem diferente. A grande estrela da equipe, Neymar, se recupera de uma lesão de longo prazo, e mesmo antes disto vinha sendo criticado pelo desempenho aquém das suas capacidades, um misto de problemas físicos e aparente desmotivação com a vida profissional, que acabou por o levar ao menos competitivo futebol árabe.

O Brasil vive também um momento de reformulação, com novas caras em busca de protagonismo - Vinícius Júnior e Rodrygo entre os principais, e com o primeiro como desfalque. Há ainda um vácuo no comando. Fernando Diniz é o técnico, mas de forma interina, a tentar adotar uma quebra de paradigmas em relação ao modelo de Tite, que teve relativo sucesso, embora falhando nos grandes torneios. O período tem sido traumático, com o pior início da história da seleção nas eliminatórias.

Despedidas para Messi e Diniz?

Em alta no Fluminense, pela conquista da Copa Libertadores, Fernando Diniz voltou a conviver com as críticas no comando da seleção brasileira. Uma passagem com data para terminar no meio do próximo ano, quando Carlo Ancelotti deve assumir, em uma transição pouco transparente que ainda deixa os torcedores ressabiados. De qualquer maneira, se o plano da CBF obtiver êxito, o Superclássico será o primeiro e o último para Diniz nessa experiência temporária na seleção.

Diniz pode estar se despedindo também dos jogos oficiais. Afinal, Ancelotti estaria livre para a Copa América de 2024, no meio do ano, ao fim do seu contrato com o Real Madrid (que até o momento não foi renovado). O treinador do Fluminense só terá amistosos para disputar no primeiro semestre, e mesmo que consiga encaixar seu modelo, provavelmente não conseguirá mudar sua avaliação pública sem uma volta por cima nas eliminatórias.

Para Messi, o caminho das despedidas é inevitável. Assim como Neymar, o genial argentino expôs seu desgaste do mais alto nível competitivo, e preferiu seguir para o Inter Miami, na frágil MLS, para uma jornada profissional mais tranquila e com menos pressão na reta final de sua carreira. Nesta terça, o craque deve ter seu último contato com o Maracanã. Ao menos em jogos por competições oficiais.

Diniz prepara para este clássico uma formação ofensiva, mais uma vez, e com muita renovação. A seleção vai com: Alisson; Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto; André e Bruno Guimarães; Raphinha, Gabriel Jesus, Rodrygo e Gabriel Martinelli.

A Argentina deve entrar com: Emiliano Martínez; Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico; Enzo Fernandez, De Paul e Mac Allister; Messi, Di María e Lautaro Martínez.