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Abel Braga: O mundial e a idolatria em dois grandes brasileiros

Texto por Igor Barbosa
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O nome de Abel Braga tem uma relação intrínseca com dois gigantes do futebol brasileiro. É impossível desassociar Abel de Fluminense e Internacional. Mas como a história do ex-jogador e treinador se encontrou com esses clubes? Abel é uma figura histórica e vitoriosa do futebol brasileiro, que colecionou títulos importantes e campanhas inesquecíveis por grandes clubes do futebol brasileiro.

A história de Abel no futebol começa aos 17 anos, quando o zagueiro chega no... Fluminense! Três anos depois, ele era promovido aos profissionais e fazia a estreia já levando o seu primeiro título da carreira: o Campeonato Carioca de 1971. Abel, que era zagueiro, chegou a ser emprestado para o Figueirense em 1973, após vencer novamente o Carioca, mas retornou ao Flu, onde ficou até o fim de 1976. No ano seguinte, se transferiu para o Vasco, clube em que conseguiu mais um estadual para o currículo e o levou para a Copa do Mundo de 1978, quando foi reserva.

Após a experiência no Cruz-maltino, Abel foi contratado pelo Paris Saint-Germain para atuar no futebol europeu, onde ficou duas temporadas. Como jogador, o zagueiro passou ainda pelo Cruzeiro, Botafogo e encerrou o primeiro ciclo no futebol em 1984, no modesto Goytacaz do interior fluminense.

O início da trajetória como treinador

Abel Braga se formou em Educação Física e não esperou tempo algum após sua aposentadoria para começar a se preparar para ser treinador. Após deixar os gramados no Goytacaz, Abel assumiu o cargo de auxiliar-técnico de Jorge Vieira, que comandava o Botafogo na ocasião.

Alguns meses depois, Abelão partiu para sua primeira experiência como treinador, e foi logo fora do Brasil: o técnico comandou o Rio Ave, de Portugal. Nos anos seguintes, Abel retornou ao Brasil e conseguiu seu primeiro título. Como comandante do Santa Cruz, o técnico venceu o Campeonato Pernambucano de 1987, o que o levou a cruzar com o Internacional pela primeira vez.

Participação no Grenal do século

O Internacional é um clube histórico na carreira de Abel Braga. A identificação e idolatria veio depois, mas a primeira passagem do treinador pelo clube gaúcho já era um presságio da sintonia. Mesmo sem títulos, o técnico comandou o Colorado em um momento marcante do clube: na vitória do Grenal do século, em fevereiro de 1989, pela semifinal do Campeonato Brasileiro 1988.

Eram quase 80 mil torcedores presentes no Beira-Rio para o clássico que viria a ser conhecido como o Grenal do século. Os rivais gaúchos jamais haviam se enfrentado em um cenário tão decisivo a nível nacional.

No jogo, o Grêmio saiu na frente e ainda ficou com um jogador a mais, mas Abel Braga foi ousado: o treinador resolveu substituir o volante Leomir e colocar Diego Aguirre, atacante. No segundo tempo, virada histórica com dois gols de Nilson e muita festa no Beira-Rio. O Inter amargou o vice-campeonato para o Bahia, mas o clássico ficou marcado na história. O primeiro grande ato de Abel no Inter, apenas o começo de uma bela trajetória.

Reencontro com os títulos no final da década de 90

Abel voltou para a Europa, onde treinou três equipes portuguesas em sequência. No Famalicão, o técnico brasileiro conseguiu o feito de levar a equipe para a Primeira Liga, divisão de elite do futebol português. No Belenenses, história repetida: também pegou o clube na segunda divisão e conseguiu o acesso. Abel Braga finalizou sua trajetória no futebol português treinando o Vitória de Setúbal, conseguindo um oitavo lugar na Primeira Liga.

No retorno ao Brasil em 1995, Abel teve curta passagem pelo Vasco, antes de ter seu segundo trabalho no Internacional. Na sequência, treinou os três grandes clubes do Paraná e começou a ganhar mais destaque no cenário brasileiro. Foi lá que Abel Braga voltou a ser campeão: faturou dois títulos do Campeonato Paranaense, primeiro com o Athletico em 1997 e depois com o Coritiba em 1998.

Traumas em Copas do Brasil

Mesmo sem grandes conquistas nos anos seguintes, Abel Braga estava prestigiado no mercado de treinadores do Brasil. Assim, assumiu o Flamengo em 2004. O técnico conseguiu o título estadual daquele ano, mas acabou perdendo a final da Copa do Brasil para o Santo André no Maracanã. Abel foi demitido e resolveu ficar sem assumir qualquer equipe até o ano seguinte.

Em 2005, já como treinador do Fluminense, Abel Braga repetiu o mesmo roteiro: título estadual com o Tricolor, mas nova derrota em final de Copa do Brasil, desta vez para o Paulista de Jundiaí.

Enfim, a glória

Após duas derrotas traumáticas pela Copa do Brasil, Abel Braga voltou a Porto Alegre para assumir pela terceira vez o comando do Internacional, em 2006. Essa decisão mudaria para sempre a história do clube e do treinador.

O início não foi fácil. O Colorado foi derrotado pelo Grêmio na final do Campeonato Gaúcho, mas o trabalho foi mantido pensando na sequência da Copa Libertadores. A confiança foi recompensada e Abel Braga conduziu o Inter para sua primeira conquista continental, superando nada mais nada menos que o São Paulo na grande final. O Tricolor Paulista era o atual campeão do mundo.

Com o título, o Internacional se preparou para disputar o Mundial de Clubes da Fifa no final do ano. O adversário na grande final foi o Barcelona, que contava com Ronaldinho Gaúcho (eleito o melhor jogador do mundo em 2005). Com um gol de Adriano Gabiru, o Colorado sagrou-se campeão do mundo, superando todo o favoritismo dos espanhóis.

Depois da passagem de grande sucesso pelo Inter, Abelão foi aos Emirados Árabes comandar o Al-Jazira por três temporadas. Quando voltou para o Brasil, novamente teve um reencontro com um velho conhecido: o Fluminense. Era a oportunidade de exterminar o trauma da derrota de 2005 na Copa do Brasil.

Em sua primeira temporada, Abel Braga conseguiu levar o time ao terceiro lugar do Brasileirão, mas o melhor estava guardado para o ano seguinte. Em um campeonato bem disputado contra o Atlético Mineiro, o Fluminense contou com nomes como Diego Cavalieri, Deco, Thiago Neves, Wellington Nem, Rafael Sóbis e Fred para vencer o primeiro título nacional da carreira de Abel. O Tricolor ainda foi campeão estadual nesse mesmo ano.

Final de carreira conturbado

Abel Braga conquistou o respeito eterno de torcedores de Internacional e Fluminense, conquistando grandes títulos pelas duas equipes. Inclusive, ainda voltaria a treinar ambos duas vezes em oportunidades posteriores.

Em 2014, passou a temporada inteira no Inter. Conquistou mais um título estadual e conseguiu classificação para a Libertadores pelo Campeonato Brasileiro. Em dezembro, não teve seu contrato renovado e deixou o clube. Em 2015, retornou ao Al Jazira, onde permaneceu até o fim do ano. Depois, passou por um ano sabático, até reassumir em 2017 o Fluminense. Em março daquele ano, o treinador perdeu seu filho mais jovem em uma tragédia em seu apartamento e muito se especulou sobre sua aposentadoria, mas ele seguiu no comando do Tricolor até junho de 2018.

A aposentadoria do treinador acabou por acontecer apenas em junho de 2022. Nos anos finais de sua carreira, Abel Braga passou por Flamengo, Cruzeiro, Vasco, teve sua sétima passagem no Internacional, um curto trabalho no futebol suíço e sua quarta passagem no Fluminense. Em seu trabalho de despedida, Abel foi campeão carioca, título que não era conquistado pelo Tricolor desde 2012, também com ele no comando.

Em 28 de abril de 2022, Abel Braga entregou o cargo no Fluminense. Em 29 de junho, anunciou oficialmente sua aposentadoria como treinador de futebol. 

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