Entre velhas deficiências e ataque milionário ineficaz, Chelsea decepciona

Basta entrar nas redes sociais do Chelsea para perceber: o torcedor está ansioso para a chegada do goleiro Edouard Mendy. Na derrota para o Liverpool, por 2 a 0, a mais nova falha de Kepa Arrizabalaga, o mais caro da história na posição, o deixou com a imagem ainda mais arranhada. Mas não é o único problema neste início de temporada.

Mendy ainda não foi confirmado oficialmente, embora pareça questão de tempo para isso. E não subestime o impacto de um goleiro. Em dúvida, basta olhar para o efeito de Alisson no Liverpool. E se o sucesso futuro do gigante senegalês ainda é incerto, em Stamford Bridge o que é certo é que não há clima para Kepa seguir como titular.

O duelo com o atual campeão inglês servia como uma espécie de termômetro para avaliar as ambições do Chelsea na temporada. E a derrota não deve cair toda nas costas da trapalhada do goleiro na frente de Sadio Mané no segundo gol dos Reds. A defesa foi mais uma vez um problema, e o ataque não funcionou.

O lance definidor da partida envolveu falha coletiva e individual da defesa, com Mané com muito espaço para fazer a diagonal entre Andreas Christensen e Kurt Zouma. Christensen acabou por ser expulso ao impedir a progressão do rival com falta. Para esse problema defensivo Lampard ao menos buscou soluções no mercado com o zagueiro Thiago Silva e o lateral esquerdo Ben Chilwell. Como os dois não estrearam, ainda não é possível avaliar a contribuição da dupla, mas prevê-se que ambos sejam titulares e elevem o nível do time. O brasileiro, em especial, parece uma adição necessária, embora longe do auge.

Os reforços na defesa ainda não tiveram como mostrar serviço, os do setor ofensivo sim. Participaram das duas partidas da Premier League até aqui. E o saldo para já é decepcionante. Timo Werner (60 milhões) e Kai Havertz (100 milhões) formam a dupla de reforços mais cara da temporada (sem contar Ziyech, que não estreou). Um preço alto pago na expectativa por gols, que não vieram para já. Os três gols marcados na estreia, na vitória sobre o Brighton, não foram marcados por atacantes.

Apesar do talento, Havertz também não parece solução para a falta de criatividade no meio-campo. O meia-atacante se destacou no Bayer Leverkusen mais por sua capacidade de marcar gols do que pelas assistências ou organização de jogo. Kovacic, Kanté e Jorginho também não chamam a atenção pela capacidade criativa, e Mason Mount, com 21 anos, talvez não esteja pronto para tanta responsabilidade.

O Chelsea deu sinais de evolução desde a chegada de Lampard no comando, mas é preciso dar um passo além se o time quiser pensar em título. A concorrência na Premier League é cruel e não perdoará qualquer sinal de fragilidade.