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    Renato Gaúcho, o Imortal Tricolor com 'sotaque carioca'

    Texto por Ryann Gomes
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    Habilidoso, goleador e polêmico. Renato Portaluppi, ou simplesmente Renato Gaúcho, sempre foi conhecido por seus dribles fantásticos, tanto quanto por seu temperamento forte. Com ousadia e uma dose de atrevimento, o ponta-direita é considerado por muitos como o maior ídolo da história do Grêmio e um dos maiores do futebol brasileiro. 

    Nascido em Guaporé, no interior do Rio Grande do Sul, no dia 9 de setembro de 1962, Renato chegou a trabalhar em uma padaria em Bento Gonçalves antes de chegar em Porto Alegre, e iniciar, cercado de irreverência, uma trajetória de muitas conquistas no mundo da bola.

    Talento e idolatria no Grêmio

    Depois de muito insistir, Renato conseguiu uma oportunidade para representar o juvenil do Esportivo, time de Bento Gonçalves. Pouco depois, o atacante deu seus primeiros passos no Grêmio.

    O início, como era de se esperar, foi fulminante. Iniciou entre o grupo de juvenis do Tricolor, onde logo se destacou. Não demorou para o atacante ser promovido ao time profissional.

    Foi promovido à equipe profissional no início de 82, mas passou boa parte do ano no banco de reservas, por escolha do técnico Ênio Andrade. Em 1983, no entanto, Renato foi alçado à titularidade e logo se firmou como um dos maiores craques do futebol nacional. 

    Com atitude e protagonismo, Renato Portaluppi comandou um dos melhores anos da história do Imortal Tricolor, que começou direito a grandes exibições e uma assistência improvável para César,  no gol que deu ao Grêmio seu primeiro título da Copa Libertadores da América.

    Não parou por aí. Renato tinha muito mais a oferecer. Na decisão do Mundial Interclubes, diante do poderoso alemão Hamburgo, que havia vencido a Juventus de Platini na disputa do maior título europeu do ano, Renato Gaúcho simplesmente apavorou o mundo. Com jogadas geniais e dribles desconcertantes, o camisa 7 causou pesadelos à defesa alemã e, com dois gols marcados, o último deles na prorrogação, deu o tão sonhado título da Copa Intercontinental ao time de Porto Alegre.

    Nos anos seguintes, já com status de ídolo, Portaluppi seguiu em alto nível e participou ativamente de mais dois títulos do Campeonato Gaúcho, em 85 e 86.

    Indisciplina, temperamento forte e o pouco brilho na seleção 

    Já com reconhecimento no futebol nacional e internacional, Renato Gaúcho passou a ser convocado para a seleção brasileira. Junto a convocação, veio a fama de indisciplinado. Notório bon-vivant, o atacante passou a ser taxado como 'incontrolável'.

    O problema é que no comando da seleção do Brasil nesta época estava nada mais nada menos que Telê Santana. Famoso pelo rigor e a disciplina que impunha em seus jogadores, o treinador estabeleceu um severo esquema de concentração, com pouquíssimas folgas e horários estritos para reapresentação.

    Em um episódio, na reta final de preparação para a Copa do Mundo de 86, o jogador gremista acabou não cumprindo os horários estabelecidos pelo comandante, e acabou sendo convidado a se retirar da concentração. A partir de então, o 'indisciplinado' Renato acabou não tendo mais chances e ficou de fora do Mundial.

    Na Copa seguinte, em 1990, na Itália, Renato, que participou da campanha do título da Copa América no ano anterior, até foi convocado por Sebastião Lazaroni, mas acabou sendo considerado pelo treinador como reserva de Careca e Muller. Na ocasião, o atacante só entrou em campo por alguns minutos contra a Argentina, nas oitavas de final, quando os brasileiros foram eliminados.

    Chegada ao Flamengo e insucesso na Europa

    Em 1987, Renato, declarado amante das praias cariocas e do futevôlei, acertou sua ida para o Flamengo, onde veio a formar uma grande dupla de ataque com Bebeto.

    Portaluppi ganhou a simpatia da torcida rubro-negra após marcar contra o Atlético Mineiro, no Mineirão, o gol que garantiu a classificação para a final da Copa União contra o Internacional. Na temporada, Renato foi eleito o melhor jogador do Brasileirão, recebendo a Bola de Ouro da revista Placar.

    Na metade do ano seguinte, porém, o gaúcho de Guaporé resolveu dar um passo maior na sua carreira, e rumou para Itália, onde fora atuar na Roma. A chegada de Portaluppi ao futebol italiano foi cercada de expectativa. O treinador Nils Liedholm comparou o brasileiro com o craque holandês Ruud Gullit, afirmando que Renato era o "Gullit branco". 

    No entanto, Renato não correspondeu às expectativas. Após apenas uma temporada, deixou a Roma, alegando ter sido boicotado pelos companheiros de time, sobretudo Giuseppe Giannini. Ainda hoje, o Gaúcho é considerado um dos maiores bidones, uma expressão depreciativa para 'jogador fracassado, pela imprensa italiana.

    Sem sucesso no continente europeu, Renato Gaúcho retornou ao Rubro-Negro carioca, onde permaneceu até 1990 quando conquistou o título da Copa do Brasil pelo Fla. Em meio a polêmicas, como não poderia deixar de ser, se transferiu para o Botafogo no ano seguinte.

    Polêmicas no Alvinegro e passagens por Belo Horizonte

    Durante a sua passagem clube de General Severiano, o já intitulado como "Rei do Rio" foi mal no Campeonato Brasileiro e frustou as expectativas alvinegras. Como se não bastasse, o atacante, que até estava bem no Estadual, aceitou um empréstimo para voltar ao Grêmio no meio da competição.

    No ano seguinte, já de volta ao Botafogo, Portaluppi conseguiu convencer. Ele levou o Botafogo até as grandes finais do Brasileirão de 92. Porém, no meio da decisão diante do Flamengo, seu ex-clube, Renato protagonizou nova polêmica. Após a derrota por 3 a 0 no jogo de ida para os rubro-negros, o atacante apareceu num churrasco na casa de Gaúcho, jogador do rival, que comemorava o resultado da partida. O episódio transformou sua permanência no Glorioso em algo insustentável.

    Após deixar o Bota, Renato emendou uma meteórica, mas brilhante passagem pelo Cruzeiro, onde contribuiu diretamente para os títulos do Campeonato Mineiro e da Supercopa da Libertadores. Em seguida, Portaluppi acumulou sua terceira passagem no Flamengo até chegar ao Atlético Mineiro, em 1994.

    Gol icônico no Flu, retorno ao Fla e o fim no Bangu

    Renato Gaúcho chega ao Fluminense em 95. No Campeonato Carioca desse mesmo ano, a dupla Fla-Flu chega à última rodada do octogonal final como os únicos com chance de conquista do título. Apesar de terminar o primeiro tempo em vantagem, o Tricolor teve jogadores expulsos, o que permitiu a reação e o empate rubro-negro em 2 a 2, resultado que daria o título ao clube da Gávea.

    Entretanto, faltando minutos para o final da partida, Aílton fez boa jogada e bateu para o gol. A bola escorou na barriga de Renato e tomou a direção do gol. Com o resultado de 3 a 2, o título ficou com o time das Laranjeiras e a jogada acabou eternizada como o gol de barriga, que não sai da memória do torcedor tricolor.

    No ano seguinte, porém, o Flu decepcionou no Brasileiro e acabou rebaixado. Já com a idade avançada, Renato retornou mais uma vez para o Flamengo, mas já não conseguiu repetir as atuações de outrora. Até que em 1999, Portaluppi surgiu como a solução dos problemas do Bangu para a disputa do Carioca. Não deu certo. O corpo não aguentava mais a rotina de um atleta profissional, e Renato decidiu ficar apenas com o futevôlei e a cervejinha gelada. O ponto final na trajetória de um ícone do futebol brasileiro.

    O lado treinador de Renato Gaúcho

    À beira do campo, Renato Portaluppi teve sua primeira oportunidade à frente do Madureira, em 2000. Depois,  acumulou passagens no futebol carioca, tanto no Vasco como no Fluminense. Seu grande momento no Rio foi pelo Tricolor das Laranjeiras, onde conquistou o título da Copa do Brasil, em 2007, e um vice-campeonato da Libertadores no ano seguinte, em campanha marcante.

    Fora do Rio, o comandante passou por Bahia e Athletico Paranaense. Seu trabalho mais duradouro e vitorioso como técnico foi justamente onde mais brilhou como jogador: no Grêmio. 

     A idolatria gremista aumentou ainda mais com Portaluppi no comando técnico do Imortal Tricolor. Principalmente por sua terceira passagem, onde o ex-atacante comandou o clube nos títulos da Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana, além de ter sido campeão também do Gaúcho. 

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    Renato Gaúcho (BRA)
    Renato Gaúcho (BRA)

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