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    Kempes, o Matador que deu uma Copa para a Argentina

    Texto por Caio Fiuza
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    A carreira de Mario Kempes é daquelas que todo menino que dá seus primeiros chutes na bola sonha em ter. Início promissor no Instituto de Córdoba, artilheiro em seu país natal pelo Rosario Central, onde também conquista os primeiros títulos, o atacante acerta ida para a Europa. Lá, mantém a fama de goleador e levanta mais taças. 

    Retorna à Argentina para a disputa da Copa do Mundo. Conduz a Albiceleste ao título, sendo o artilheiro e melhor jogador da competição, com direito a dois gols na final. Ainda haveria tempo de El Matador vestir a camisa do gigante River Plate e ser campeão nacional. Após pendurar as chuteiras, é homenageado na província de Córdoba, onde nasceu, dando nome ao estádio local. 

    As joias do Instituto

    A cidade de Bell Ville e o clube de futebol Instituto de Córdoba são a origem dos dois maiores personagens do inédito Mundial da Argentina, em 1978. Desde a infância, Mario Kempes construiu uma amizade com Osvaldo Ardilles. 

    A trajetória da dupla foi parecida. Do começo no Instituto, à afirmação no futebol nacional e o sucesso na Europa. Enquanto Mario foi ídolo, artilheiro e é, até hoje, um dos maiores jogadores da história do Valencia, ''Ossie'', como Ardilles ficou conhecido, foi destaque no Tottenham e responsável por abrir o futebol inglês aos atletas argentinos. 

    ''Nós nos conhecemos desde os 12 anos de idade. Kempes era meu parceiro favorito. Tínhamos um entendimento telepático'', disse Ardilles sobre o companheiro.

    Em 1984, Ardilles estava de volta ao Tottenham, após uma temporada emprestado ao Paris Saint-Germain, em decorrência da Guerra das Malvinas, finalizada em 1982, entre Argentina e Inglaterra.

    O meia tentou ajudar na contratação do amigo pelos Spurs. Entretanto, a passagem de Mario Kempes pelo clube inglês durou apenas duas partidas de pré-temporada.

    Na goleada do Tottenham diante do Enfield por 7 a 0 e no empate por 2 a 2, contra o Nice, da França, Kempes deixou o campo sem balançar as redes e a Inglaterra, sem uma proposta de contrato e a chance de atuar ao lado do companheiro pelo clube londrino. 

    Rei Valenciano

    Em suas duas primeiras temporadas na Espanha, Mario Kempes fez o que sabia de melhor: gols. El Toro foi o goleador máximo de La Liga em 1977/78 (24) e em 1978/79 (28). Mas foi em seu segundo ano com a camisa de Los Che que o argentino fez história. 

    Após desbancar Girona, Real Sociedad (que venceria o espanhol daquela temporada), Barcelona, Alavés e Valladolid, o Valencia encontrou o poderoso Real Madrid, na final da Copa do Rei. 

    Os Merengues não foram pareos para o faro de gol de Mario Kempes. Assim como na final da Copa do Mundo, o atacante anotou dois tentos, garantindo a vitória por 2 a 0 e o título ao Valencia, depois de 12 anos de jejum. 

    Na temporada seguinte, o time valenciano chegou à duas finais. Na Recopa da Uefa, contra o Arsenal. Com o zero no placar, a decisão foi para os pênaltis. Mario Kempes abriu a disputa e perdeu. Porém, como dois adversários também falharam, o matador levantou mais um troféu.

    Já na Supercopa da Uefa, diante do Nottingham Forrest, derrota na Inglaterra por 2 a 1, vitória na Espanha por 1 a 0 e título assegurado pelo critério do gol marcado fora de casa. Terceiro maior artilheiro da história do Valencia, as taças contribuiriam para engradecer ainda mais a passagem de Kempes pelos Che.

    Entre os Deuses 

    Mario Kempes disputou três Copas do Mundo. O auge como atleta foi no segundo Mundial. Após ter passado em branco em 1974, a sina parecia se repetir quatro anos depois.

    O atacante passou a primeira fase inteira sem marcar, mas brilhou na hora certa, quando anotou dois gols nas vitórias sobre Polônia, Peru e Holanda, essa na final.

    A Copa na Argentina teve diversas polêmicas por conta na ditadura no país. A goleada sobre o Peru, por exemplo, foi acusada de ter sido vendida pelos peruanos. Nada, entretanto, ficou provado. 

    O fato é que Kempes foi o grande nome do time que deu ao povo argentino o título que tanto era esperado. A garra de Kempes venceu a arte da Holanda.  

    O brilho na conquista da Copa em casa, com a artilharia do torneio, com seis gols, fez Kempes ser, para muitos, o grande nome do futebol argentino. Até a chegada de Diego Maradona... 

    Rivalidade com Maradona 

    A ''rivalidade'' entre a dupla vem desde o início dos anos 1980, quando, já consagrado no Valencia, Mario Kempes retornou à Argentina para defender o River Plate, enquanto Diego Maradona começava a brilhar no futebol local e havia assinado com o arquirrival, Boca Juniors.

    A temporada de 1981 foi enriquecedora para o futebol argentino. Enquanto Mario Kempes e o River Plate foram campeões do Nacional, Diego Maradona e o Boca Juniors levantaram o caneco do Metropolitano. 

    Apesar dos seus embates com Maradona, a carreira de Mario Kempes é rica de momentos, sejam eles altos, como o início fabuloso no interior da Argentina e a consolidação como heroi na Espanha, ou baixos, desde a dispensa no Tottenham até encerrar a carreira vestindo camisas de clubes desconhecidos no Chile e Indonésia. 

    O que Mario Kempes viveu nos gramados é a perfeita combinação entre o sonho de todo menino que almeja ser jogador com a montanha-russa que é mundo do futebol. 

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    Mario Kempes (ARG)
    Mario Kempes (ARG)

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