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    Copa do Mundo 1994: Romário e Bebeto 'embalam' o tetra brasileiro

    Texto por Ryann Gomes
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    Em 1994, a Copa do Mundo voltou a ser disputada na América do Norte. Depois de popularizar o futebol por praticamente todo o mundo, faltava à Fifa desbravar o concorrido mercado americano. Apesar de o beisebol, o futebol americano, o basquetebol e o hóquei sobre o gelo concentrarem a preferência do povo estadunidense, a Fifa optou por apostar na candidatura dos EUA, que sediaram o Mundial.

    Mesmo com a falta de tradição norte-americana no futebol, foi esta edição que, à época, bateu todos os recordes de público, mantidos entre as melhores médias da história das copas.

    A edição americana foi um sucesso, mas ao mesmo tempo foi palco de tristes episódios. A grande decepção ficou por conta de Diego Armando Maradona. O meia argentino foi flagrado no exame anti-doping da partida contra a Nigéria. Outro triste desdobramento se deu no jogo entre Estados Unidos e Colômbia, onde Andrés Escobar marcou um gol contra, e, ao retornar a Medellín onde morava, foi assassinado em um restaurante. 

    Em contrapartida, Roger Milla entrou no hall de recordes como o atleta mais velho a comemorar um gol em Copas do Mundo. Aos 42 anos, o camaronês balançou as redes no primeiro minuto da etapa complementar no duelo contra a Rússia de Oleg Salenko, artilheiro do mundial com seis gols anotados ao lado do búlgaro Hristo Stoitchkov. 

    Após heroísmo de Romário, Brasil demora a engrenar nos EUA

    O Brasil, de fato, não vivia um bom momento em 1994. Basta recordar que o time de Carlos Alberto Parreira só conseguiu se classificar para o mundial na última partida das Eliminatórias da Copa.

    O histórico jogo contra o Uruguai, em 19 de setembro de 1993, no Maracanã, marcou a volta de Romário ao time com uma das melhores e mais importantes atuações do Baixinho com a camisa da Seleção Brasileira. Autor dos dois gols da vitória por 2 a 0, Romário convenceu o treinador que seus gols pesavam mais a favor do que a inquestionável fama de indisciplina do baixinho.

    Garantido no Mundial, a seleção brasileira ficou no grupo A, com a Suécia, a Rússia e Camarões. Diferente de seleções empolgantes do passado, o Brasil de 94 era um time marcado pela consistência defensiva e transições rápidas ao ataque.

    Se em edições anteriores jogadores de talento como Gerson, Rivellino, Falcão e Zico davam toque de genialidade ao meio campo brasileiro, nos Estados Unidos o setor foi ocupado por jogadores de boa técnica e voluntariosos como Dunga e Mauro Silva.

    O Brasil estreou contra a Rússia em São Francisco. Aos 27 minutos, Romário abriu o placar com oportunismo. No segundo tempo, Raí fez o último gol do jogo, cobrando pênalti sofrido por Romário. No segundo jogo, o Brasil se soltou mais e ganhou com facilidade de Camarões por 3 a 0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.

    Fechando a primeira fase, a seleção brasileira enfrentou a Suécia em Detroit. Aos 23 minutos do primeiro tempo Andresson fez o primeiro gol sueco. A Suécia se fechou dificultando a penetração do ataque brasileiro. Mas no comecinho do segundo tempo, Romário marcou. O empate de 1 a 1 garantiu ao Brasil o primeiro lugar do grupo, mas a seleção saiu de campo vaiada, sem convencer o torcedor brasileiro e a crítica.

    Eficiência defensiva e brilho de dupla de ataque resolvem os problemas

    Nas oitavas de final, os brasileiros enfrentaram os anfitriões do Mundial. O jogo estava marcado para 4 de julho, o dia da independência dos Estados Unidos, e todo o marketing que promoveu a partida exaltava um espírito nacionalista. Os americanos se prepararam para uma batalha. Depois de um jogo duríssimo, onde o lateral Leonardo foi expulso por ter atingido deslealmente um jogador americano com uma fortíssima cotovelada no rosto, o Brasil venceu por 1 a 0, com um gol de Bebeto, marcado a 15 minutos do final.

    Nas quartas-de-final, contra a Holanda, a seleção brasileira fez sua melhor partida no mundial, vencendo por 3 a 2, com gols de Romário, Bebeto e do lateral Branco, em cobrança de falta, aos 36 minutos, desempatando o jogo para o Brasil.

    Na semifinal, o time brasileiro foi a Los Angeles para enfrentar a mesma Suécia com quem tinha empatado na primeira fase. Os suecos voltaram a jogar trancados na defesa, o que exigiu muita cautela e paciência por parte do Brasil para vencer por 1 a 0, com gol de Romário, marcado a menos de 15 minutos do final.

    O tetra vem na marca da cal

    Depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do Mundo. A Itália seria a adversária do Brasil. Os dois times repetiriam, assim, a final da Copa de 70. Desta vez, o apito final revelaria ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo 

    Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tiraram parte do brilho do espetáculo e, a exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve a emoção de uma verdadeira final de Copa do Mundo. Quase não houve chance de gol e ao final de 90 minutos regulamentares e de 30 minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da Copa para os pênaltis.

    Pela primeira vez uma Copa do Mundo seria decidida em cobrança de pênaltis. O capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para fora. Pelo Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca, que não teve dificuldade em espalmar.

    Daí para a frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro Tafarel defendeu o pênalti cobrado por Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem.

    Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália, Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão dando o título ao Brasil.

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