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História das Copas
Copas do Mundo

Copa do Mundo 1954: a arte do leste e o milagre alemão

Texto por ogol.com.br
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Em 1954, a Copa do Mundo voltou a ser sediada na Europa. A primeira Copa no continente após a Segunda Guerra Mundial foi sediada na Suíça, que pouco foi afetada pela guerra por sua postura neutra e tinha um país preparado para a competição.

Fora 16 seleções qualificadas divididas em quatro grupos. Entre as novidades estiveram a Turquia, que eliminou a Espanha nas Eliminatórias, a Escócia e a Coreia do Sul. A Argentina foi uma das ausências, já que Brasil e Uruguai foram os representantes sul-americanos. 

Brasil tenta secar as lágrimas 

O Brasil viajou para a Suíça depois de eliminar Chile e Paraguai nas Eliminatórias. A seleção passou por uma completa reformulação depois do Maracanazo de 1950: Zezé Moreira assumiu no lugar de Flávio Costa e dos 11 titulares da decisão do Maracanã, nenhum foi convocado para a Copa seguinte. 

O reformulado time brasileiro via surgir alguns craques históricos: Castilho, Djalma Santos, Nilton Santos, Julinho Botelho e Didi. O selecionado brasileiro para a Copa de 54 era dos mais fortes, mas teve um pouco de azar em seu caminho. 

No grupo 1, o Brasil passou fácil pelo México (goleada por 5 a 0), mas teve dificuldade para avançar. Contra a Iugoslávia, empate em 1 a 1. O Brasil avançou em primeiro na chave. E para explicar um pouco melhor: a fase de grupos só teve mesmo dois jogos, já que os cabeças de chave não se enfrentaram (no caso desta chave eram a seleção brasileira e a França). Os iugoslavos acabaram avançando com vitória sobre a França. 

Só que na fase seguinte, as quartas de final, as duas seleções enfrentaram pedreiras. A Iugoslávia acabou eliminada pela Alemanha, enquanto o Brasil teve pela frente a Hungria, que havia enfiado 9 a 0 na Coreia do Sul e 8 a 3 na Alemanha. 

A Hungria era conhecida como "O Time de Ouro", moldado por Gusztáv Sebes, que aproveitou o esquema M-M de Martón Bukovi no MTK e montou uma seleção sem um atacante fixo, com uma espécie de falso 9. Campeã olímpica, a Hungria não perdia há quatro anos. 

Mesmo sem Ferenc Puskás, o Major Galopante, lesionado, os húngaros formavam uma seleção dos sonhos. Em menos de dez minutos, já estava 2 a 0 para os europeus. Djalma Santos descontou de pênalti ainda no primeiro tempo, mas Lantos também teve um pênalti favorável e converteu. Depois dos 25 minutos, o jogo virou uma batalha campal e até Nilton Santos acabou expulso. No fim, com dois a menos, o Brasil perdeu por 4 a 2. 

Arte x eficiência 

A Copa de 1954 ficou marcada pela arte do leste europeu. As "escolas dos cafés" trouxeram grandes seleções, mas acabaram sempre destruídas pela eficiência alemã. Nas semifinais, a Áustria, de Erich Probst (vice-artilheiro daquela Copa) acabou goleada pelos alemães por 6 a 1. Os austríacos ainda acabaram aquele Mundial em terceiro lugar, vencendo na disputa os atuais campeões, os uruguaios. A Celeste Olímpica acabou derrubada nas semifinais pela Hungria em um jogaço. O time de Sebes venceu só na prorrogação, por 4 a 2, em um dos grandes jogos daquele torneio. 

A decisão entre alemães e húngaros foi uma das melhores finais de todos os tempos. Conhecido como o "Milagre de Berna", o duelo teve uma reviravolta incrível dos alemães, que conseguiram superar o "Time de Ouro". 

Em dia de muita chuva em Berna, Puskás e Czibor abriram 2 a 0 para os húngaros com menos de dez minutos de jogo. A reação alemã começou ainda no primeiro tempo: Max Morlock deu o primeiro aviso em um gol "chorado", e Helmut Rahn empatou. E não eram nem 20 minutos de jogo... 

Puskás e companhia pressionaram, e muito, em busca do terceiro gol, mas Turek, goleiro do Fortuna Düsseldorf, fez grandes defesas. A eficiência alemã falou mais alto: faltando cinco minutos para o fim, Rahn pegou sobra de bola na entrada da área e mandou no cantinho, sem chance para Grosics. O milagre deu o primeiro título mundial para a Alemanha. 

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