25 de junho de 1978. Monumental de Nuñez, Buenos Aires. Um estádio cheio. Uma cidade vivendo uma ditadura. Mas em 90 minutos, os problemas foram esquecidos. E até um pouco além dos 90 minutos: neste dia, a Argentina venceu a Holanda, por 3 a 1, e chegou ao topo do futebol mundial pela primeira vez.
Os holandeses já haviam sido vice-campeões em 1974 e mantiveram a base, com uma ressalva: Johan Cruyff não viajou para a Argentina. Rinus Michels também já não era o técnico e Neeskens já vivia um declínio de gols (mesmo no Barcelona), mas Ernst Happel era um comandante confiável e Rensenbrink lutou pela artilharia daquela Copa.
A Argentina, por sua vez, era uma seleção batalhadora, longe de estar definida por completo por Menotti, que fez algumas mudanças ao longo da campanha. Em destaque, um artilheiro: Mario Kempes, que foi provavelmente o grande nome daquele Mundial.
Título com sabor de Tango
A final foi com cara de Tango. A Argentina entrou para o jogo tentando absorver o clima do estádio, aplicando uma marcação intensa para cima da Laranja Mecânica, que sofreu para criar jogadas. Kerkhof, então, tentou pelo alto, e levou muito perigo.
A Argentina priorizava jogadas pelo meio. Usando a técnica, mas também a imposição física. E assim saiu o gol, que teve toda a cara de Mario Kempes. O artilheiro recebeu de Luque na entrada da área, avançou e se jogou na bola para mandá-la para o fundo da rede.
Ainda antes do intervalo, a Holanda teve uma grande chance de empatar. Kerkhof desviou de cabeça para Rensenbrink, que apareceu na pequena área, mas Fillol fez uma das grandes defesas da carreira para rechaçar o lance.
Os holandeses se adiantaram no segundo tempo, enquanto os argentinos apareciam com cada vez mais perigo em contragolpes. Luque desperdiçou grande chance logo no início. O lance acabou fazendo muita falta...
Já aos 36 minutos, Kerkhof apareceu na ponta direita e cruzou para Nanninga, de cabeça, deixar tudo igual. A Holanda ainda mandou uma bola no poste aos 45 minutos, mas não houve virada. O campeão mundial, para aumentar o drama em Nuñez, só foi conhecido na prorrogação.
O jogo se tornou ainda mais físico, intenso, brigado. E foi na marra, na luta, que Kempes marcou o segundo gol. Também com um pouco de sorte: a bola bateu em tudo e em todos até que o atacante desse o toque final para o fundo das redes.
O gol do título foi de Bertoni, e também assim: pelo meio da defesa, na marra, na confusão, e ainda com tabela com Kempes. Pela primeira vez na história, logo em casa, nos tempos de ditadura, a Argentina conquistou a Copa do Mundo!
3-1 Pro. | ||
Mario Kempes 38' 105' Daniel Bertoni 116' | Dick Nanninga 82' |