Siga oGol no facebook
bet365
Brasileirão
Brasileirão

1985: o Coxa dominou o ano das zebras

Texto por Carlos Ramos
l0
E0

100 mil pessoas. Maracanã. Final de Campeonato Brasileiro. Nas arquibancadas, camisas de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Mas não havia nenhum gigante carioca decidindo a competição. E nem mesmo nenhum dos gigantes esperados para decidir um Brasileirão. O jogo era entre Coritiba e Bangu, e culminou no primeiro, e único até hoje, título brasileiro do Coxa. 

Aquele brasileiro, novamente com 40 e tantas equipes (44, especificamente), foi dividido em quatro grupos. O Bangu dominou a chave D, composta por times de menor expressão do sul e sudeste. O Coritiba teve vida mais complicada, contra gigantes como Atlético Mineiro, Botafogo, Corinthians, Fluminense, Grêmio, Palmeiras... Mas avançou também. A campanha de ambos foi assim: derrubando gigantes. 

1985 foi o ano das zebras no Campeonato Brasileiro. Lela, protagonista na primeira conquista paranaense em âmbito nacional, foi convidado por oGol para contar essa história. 

Um Coxa valente 

Para início de conversa, ninguém imaginava que aquele ano seria dominado pelas zebras. Depois de avançarem na primeira fase, Bangu e Coritiba dominaram os rivais na segunda. Os cariocas passaram em primeiro em um grupo com Internacional e Vasco. O Coxa derrubou o Corinthians. 

E zebra não é coisa criada. Não é algo inventado. Ninguém acreditava na façanha de ambos. Lela confessou que não estava nos planos iniciais do Coxa chegar na final. 

"A gente queria fazer um bom campeonato. O Coritiba não tinha nenhum título grande. Tinha uma camisa no Paraná, mas não era conhecido no Brasil. Queríamos fazer uma boa campanha, mas agora o título, com certeza, nenhum jogador pensava", confessou.

Lela lembra em especial um duelo da segunda fase, um jogo contra o Joinville. Aquela partida indicou que os paranaenses estavam dispostos a ir além. 

"O jogo contra o Joinville, lá em Joinville, ficou muito marcado. Ganhamos de 1 a 0. O Rafael pegou uma bola de um escanteio, deu um balão para frente, eu consegui ganhar da defesa adversária e, por cobertura, fiz o gol. O jogo estava muito difícil. Foi uma vitória muito importante", recordou. 

Lela marcou ainda na vitória sobre o Corinthians, por 1 a 0. Artilheiro em jogos decisivos naquela campanha, Lela reage até hoje com espanto pelos feitos. 

"A gente até hoje se pergunta como que foi que aconteceu aquilo. O Coritiba, na época, era um time de camisa, mas que não tinha grandes títulos ainda. E a gente conseguiu passar do Corinthians, vencer o Flamengo, no Rio", completou. 

O último gigante que o Coxa precisava derrubar para chegar na final foi o Atlético Mineiro. Os paranaenses encararam as partidas contra o Galo como a "decisão antecipada". 

"Para nós, foi a final antecipada. Como o jogo contra o Bangu seria um jogo só, algo que até hoje não entendi, o que viesse era lucro. Então a final antecipada para a gente mesmo foi aquele jogo contra o Atlético", disse. 

O Coritiba venceu em casa, por 1 a 0, e depois segurou o 0 a 0 em Belo Horizonte para chegar na final. Lela lembra a tensão daquele empate no Mineirão. 

"Não sei como eles não conseguiram fazer gol no nosso time. Poderia ter outro jogo, jogar 180 minutos que eles não conseguiriam fazer gol. Nós nos fechamos, abdicamos de atacar, não demos um chute no gol. O Rafael (goleiro) foi o salvador da pátria. A gente tinha que ter se classificado mesmo naquele jogo", relembrou.

Finalista, o Coxa teve pela frente o Bangu, que eliminou na outra semifinal o Brasil de Pelotas. A improvável decisão estava desenhada. 

"Essa final, ninguém esperava. Pessoal estava esperando o Atlético. Do outro lado estava Bangu e Brasil de Pelotas, duas agremiações sem tradição no futebol brasileiro. Já no nosso lado, pendia para o lado do Atlético Mineiro. Mas graças a Deus, nós conseguimos", celebrou Lela. 

Na final, Lela, e o Coxa, enfrentaram um Maracanã lotado. Todas as outras torcidas do Rio de Janeiro pendiam para o lado banguense, mas o Coritiba superou todo aquele ambiente. 

"Apesar de o Bangu não ser um time com tradição, era o Rio de Janeiro em peso. Na final, eram mais de 100 mil torcedores. Você via camisa do Flamengo, Botafogo, Fluminense, Vasco. Foi um jogo aberto, os dois gols foram bonitos. Foi jogo bonito. E na prorrogação, antigamente os jogadores não tinham o mesmo físico de hoje, então você já sabia que ia ser empate. Nos pênaltis, nós fomos mais felizes". 

E a surpresa foi escrita... 

Números da edição

Média de gols: 2,40 gols por jogo

Melhor ataque: Bangu - 55 gols

Artilheiro: Edmar (Guarani) - 20 gols

Jogador com mais partidas: Gilmar (Bangu) - 31 jogos

Comentários (0)
Quer comentar? Basta registrar-se!
motivo:
EAinda não foram registrados comentários…
Links Relacionados
Jogador
Equipe
Competição