O dia que a moeda caiu em pé e o São Paulo foi campeão

O São Paulo, tradicional clube brasileiro, viveu tempos difíceis nos anos 1930. Por desavenças com a federação paulista e a Confederação Brasileira de Desportos, o Tricolor fechou as portas em maio de 1935. Embora tivesse retomado às atividades ainda naquele ano, tudo havia mudado. 

Sem os antigos craques, o São Paulo demorou para recuperar as glórias de outros tempos. No primeiro Paulista que disputou, conseguiu apenas quatro vitórias em 15 jogos e perdeu todos os clássicos que disputou. Um clube então rico jogava em campos alugados, de clubes vizinhos. Treinava muitas vezes na várzea.

No início da década de 1940, as coisas começaram a mudar com a chegada de Leônidas em 1942. Apesar da formação de um time forte, o Tricolor não era levado em consideração pelos rivais da cidade e também por muitos jornalistas da época. 

Segundo consta, na reunião do conselho arbitral para a definição das regras para o Paulista de 1943, alguém teria decretado: bastaria jogar uma moeda no ar para definir se o campeão seria o Corinthians ou o Palmeiras. Timão e Verdão eram os grandes favoritos, e o Tricolor não era nem levado em consideração. 

Ainda na reunião, alguém teria respondido que o São Paulo só seria campeão "se a moeda caísse em pé". Mesmo com a fila de 12 anos sem títulos, e com o favoritismo dos rivais, os tricolores, que usaram o Pacaembu como casa, superaram as expectativas. 

Com campanha de apenas duas derrotas em 15 jogos, e incríveis 63 gols marcados, o Tricolor calou a boca dos críticos e voltou a ser campeão paulista depois de empate em 0 a 0 com o Palmeiras, então Palestra Itália, no dia 03 de outubro de 1943. O dia ficou marcado como "O dia em que a moeda caiu em pé".