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      Totti, a bandeira de Roma

      Texto por Vasco Sousa
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      Falar de Totti e da Roma é quase como falar da mesma coisa. Francesco foi um jogador de uma só camisa, de um amor ao clube cada vez mais raro de ver no futebol moderno. Francesco Totti é o maior símbolo da história da Roma e um dos melhores jogadores da história do futebol italiano.

      Os primeiros passos

      O futebol não demorou a entrar na vida do jogador, que nasceu na capital italiana. Aos sete anos, começou a jogar na Fortitudo, pequeno clube da cidade romana, passando ainda por mais dois clubes de Roma (Smit Trastevere e Lodigiani) até chegar na “sua” Roma, com 12 anos.

      O seu talento cedo chamou a atenção dos responsáveis pelo clube romano. Depois de vencer o Campeonato Italiano de juvenis e a Copa da Itália de juniores, foi chamado para a equipe principal e, em março de 1993, o treinador sérvio Vujadin Boskov promoveu a sua estreia, em jogo contra o Brescia. Totti tinha apenas 16 anos.

      Carlo Mazzone, o seu técnico seguinte, concedeu-lhe a primeira titularidade e rasgou elogios: “talento puro”, comentou o treinador italiano, que cada vez mais apostava no jovem Francesco.

      Na temporada 1994/95, ainda com 17 anos, já arrancou a temporada como titular e marcou o seu primeiro gol na Serie A logo na primeira rodada da competição, frente ao Foggia. Na Itália, poucos duvidavam que estávamos perante um novo talento extraordinário, ao nível de Roberto Baggio e de Del Piero, na altura também um jovem a emergir.

      No decorrer da temporada 1998/99, Totti capitaneia a equipe pela primeira vez na carreira em duelo contra a Atalanta na Copa da Itália. Tinha 22 anos e era já visto como um símbolo do clube.

      O título italiano

      Apesar da decepcionante campanha em 1996/97 (a Roma terminou no 12.º lugar), a equipe giallorossi andou sempre entre os cinco primeiros da Serie A e os responsáveis pelo clube estavam decididos a voltar a fazer da Roma campeã italiana. Para atingir esse objetivo, foi contratado Fabio Capello, um dos melhores treinadores do futebol italiano.

      Depois do sexto lugar em 1999/2000, a aposta foi forte para a temporada seguinte, com a contratação de Gabriel Batistuta, um dos maiores goleadores da história da Serie A. Totti formou com o argentino e com Montella um inesquecível trio ofensivo, conhecido pelo “Trio da Maravilha”. Depois de um campeonato disputado com a Juventus, a 16 de junho de 2001, Totti conquistou o primeiro e único título de campeão italiano, abrindo o marcador no jogo decisivo, diante do Parma.

      Depois do título de 2001, a Roma ficou sempre perto de se sagrar campeã italiana novamente: até 2017, terminou o campeonato no segundo lugar por nove vezes. Totti acrescentaria ainda mais quatro títulos pela Roma (duas Copas e duas Supercopas). A nível individual, viveu em 2006/07 a sua melhor temporada, com 26 gols marcados na Serie A, que lhe valeram a Chuteira de Ouro dessa temporada.

      Altos e baixos na Seleção

      Não se pode, assim, dizer que a carreira de Totti tenha sido recheada de títulos, mas conseguiu o que muitos poucos alcançam: em 2006, sagrou-se campeão do mundo pela Squadra Azzurra.

      Com passagens por todos os times jovens da seleção italiana, com destaque para o título europeu S21 em 1996, Totti só chegou ao time principal italiano depois da Copa de 1998, já que não foi convocado por Cesare Maldini para a Copa na França. 

      Foi, assim, sob as ordens de um histórico do futebol italiano, Dino Zoff, que Totti pôde cantar o “Fratelli d'Italia” ao serviço da seleção principal.

      Em 2000, esteve em destaque na Eurocopa que se realizou na Holanda e na Bélgica: marcou dois gols e venceu Panenka nos pênaltis para eliminar a Holanda, nas semifinais. Contudo, a aventura terminou com uma das maiores desilusões da sua carreira, ao perder a final para a França, de forma dramática.

      Em 2002, Totti jogou pela primeira vez uma Copa do Mundo, sem boas recordações: acabou expulso frente à anfitriã Coreia do Sul, em um dos jogos mais polêmicos da história da competição. Dois anos depois, na Eurocopa realizada em Portugal, deixou uma péssima imagem: no jogo de estreia, frente a Dinamarca, cuspiu em um adversário, e acabou suspenso por três jogos. A Itália não passou na fase de grupos e Totti abandonou o torneio com apenas um jogo realizado e com muitas críticas ao seu comportamento.

      O maior título de todos

      Mas foi na Alemanha, em 2006, que Totti se consagrou ao serviço da seleção italiana. Os italianos chegavam ao torneio envoltos em polêmica, depois de estourar um escândalo de corrupção pouco antes do início do torneio. Contudo, em campo, a Itália superou rival por rival e sagrou-se campeã do mundo ao vencer a França nos pênaltis, depois da famosa cabeçada de Zidane em Materazzi. Totti foi considerado um dos melhores jogadores do Mundial: foi o líder em assistências (quatro) e ainda marcou um gol decisivo, de pênalti, diante da Austrália.

      Pouco depois da final da Copa, Totti surpreendeu tudo e todos ao decidir abandonar a seleção para se dedicar apenas ao seu clube. Resistiu aos pedidos de retorno de vários treinadores italianos, acabando por dizer adeus à Squadra Azzurra antes dos 30 anos e com 58 jogos. 

      Roma até ao fim

      Voltando à sua realidade do clube, Totti fez ainda mais 11 temporadas, terminado a carreira quase aos 41 anos. E acumulou recordes: é o jogador com mais jogos e gols pela Roma, o segundo artilheiro da história da Serie A, com 250 gols (recorde de um jogador na competição por um só clube) e é o goleador do dérbi romano contra a Lazio (11 gols).

      Em 28 de maio de 2017, o fim. A Roma venceu o Genoa por 3 a 2 e garantiu a classificação para a Champions, mas o que se recorda desse jogo não é o resultado, mas sim a despedida do maior ídolo da história do clube. Os aplausos e os cânticos foram muitos e as lágrimas também apareceram. O mundo do futebol despedia-se de um dos seus grandes, a Roma dizia adeus ao seu maior ídolo. 

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      Francesco Totti (ITA)
      Francesco Totti (ITA)

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