"Se não for sofrido, não é Corinthians". O dito, popularizado pela torcida corinthiana, foi apresentado à risca para Memphis Depay, novo reforço alvinegro. Na noite desta quarta-feira, com o holandês presente nas tribunas da Neo Química Arena, o Timão recebeu o Juventude, precisando de uma vitória por dois gols de diferença para avançar na Copa do Brasil, e, após um duelo amarrado e cheio de polêmicas, foi buscar o tento salvador em cabeçada de André Ramalho nos acréscimos: 3 a 1.
Com o resultado, o time comandado por Ramon Díaz sobe mais um degrau na briga pelo título da Copa do Brasil, avança para a semifinal e agora aguarda o vencedor do duelo entre Flamengo e Bahia, que se enfrentam, nesta próxima quinta-feira, no Maracanã.
Polêmicas e um gol para cada lado
Como era de se esperar, o Corinthians, empurrado por um "bando de loucos", tomou a iniciativa em Itaquera e se lançou para cima do Juventude. Nos primeiros minutos, porém, o Timão sofreu com o nervosismo e abusou dos erros na construção das jogadas.
Ainda assim, logo aos seis, Angel Romero bateu cruzado na área e obrigou Gabriel a fazer uma grande defesa, dando um forte indício do que estaria por vir. Do outro lado, o time visitante fez o possível para conter o ímpeto alvinegro, mas encontrou dificuldades para se segurar na defesa.
Tanto que aos 28, após boa trama do ataque corinthiano, Yuri Alberto desviou para Talles Magno, que enfiou na medida para Angel Romero. O atacante paraguaio (estrangeiro com maior número de gols com a camisa do Corinthians) invadiu a área e bateu rasteiro, sem chances para o goleiro jaconero: 1 a 0.
O gol, entretanto, serviu de combustível para o Juventude acordar na partida. Já no lance seguinte, após bela trama pela esquerda, Lucas Barbosa encarou a marcação de Matheus Bidu, dividiu com o Hugo Souza e completou para o gol vazio. Seria o gol de empate, mas o VAR entrou em ação e o árbitro (após muita análise e incerteza) marcou falta no goleiro alvinegro. Nada feito. E essa não foi a única polêmica.
Minutos depois, após cobrança de escanteio de Alan Ruschel da direita, Zé Marcos dividiu com Hugo Souza, que se embolou com a bola e mandou contra o próprio patrimônio. Assim como no lance anterior, o árbitro de vídeo voltou a ser protagonista e apontou para uma possível falta do zagueiro jaconero em Fagner. Desta vez, porém, o juiz confirmou o gol e gerou muito protesto de todos os corinthianos em Itaquera.
Timão pressiona e arranca classificação no fim
Sem tempo a perder, o time comandado por Ramón Díaz foi para a blitz no início do segundo tempo. Logo no primeiro minuto, Charles recebeu na intermediária, clareou para a perna direita e soltou uma bomba. Atento, Gabriel voou no canto e espalmou para o lado.
A pressão alvinegra seguiu e, aos dez, Rodrigo Garro recebeu um presente de Yuri Alberto para marcar o segundo dos donos da casa. O problema é que Gabriel, em noite inspirada, fechou o ângulo mais uma vez e manteve o Juventude com a vantagem no agregado.
Entrincheirado na defesa, o Juventude povoou a entrada da sua área e obrigou o Corinthians a arriscar em chutes de média e longa distância. Igor Coronado e Rodrigo Garro bateram no capricho de fora, mas lá estava Gabriel para defender outra vez.
Charles tentou, André Ramalho também... até que aos 37, a insistência alvinegra valeu a pena. Em mais uma construção na entrada da área, Rodrigo Garro recebeu com liberdade, armou para a perna esquerda e soltou uma bomba. A bola pegou um efeito venenoso e enganou Gabriel, que fez a defesa parcial, Zé Marcos ainda tentou cortar, mas a bola entrou.
A um gol da classificação para as semifinais, o Corinthians aumentou o volume e foi para o tudo ou nada nos minutos finais. Foi quando nos acréscimos, com o sofrimento habitual (e o cheiro dos pênaltis exalando), Coronado cobrou escanteio da direita e encontrou o "salvador" Ramalho, que subiu no terceiro andar e testou firme, mantendo o Timão vivo na Copa do Brasil: 3 a 1.