O futebol japonês vem evoluindo consideravelmente nos últimos anos. Com cada vez mais jogadores em destaque no cenário internacional, a seleção japonesa quer começar a colher frutos e títulos, apostando na "experiência" e até na "malícia brasileira".
Os tempos de futebol "ingênuo" do Japão ficaram para trás. Ao menos é este o discurso dos jogadores nipônicos. Primeiros classificados em campo para a Copa do Mundo de 2014, os japoneses querem se firmar como nova força do futebol com vitórias e títulos.
"A habilidade natural é um elemento essencial do futebol, mas, durante a fase final das eliminatórias, percebi que jogar para valer até o apito final e não desistir têm a mesma importância.Passar por esses jogos difíceis, em casa e fora, me mostrou isso muito bem. Esta é uma experiência valiosa que vou usar na minha preparação rumo à Copa do Mundo do ano que vem", explicou Kagawa, em entrevista ao site da Fifa.
6 títulos oficiais
"Precisamos dessa preparação, quero ver como lidamos com a atmosfera e até onde podemos ir. Vamos lá para ganhar, então a questão será como podemos alcançar essa meta. Essa é a mentalidade com que estou entrando nesse torneio. A nossa defesa e ataque precisam estar em sintonia, e, mesmo assim, não vamos ganhar se não trabalharmos duro. Mas é por isso que eu jogo futebol, e mal posso esperar", resumiu.
Humildade, trabalho e o sonho das conquistas
Ganhar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo pode parecer para muitos um desejo utópico do Japão. Mas a verdade é que os tempos de "freguesia" no futebol internacional ficaram no passado. O país trabalhou para evoluir com humildade, e agora se dá ao direito de sonhar mais alto.
Na última Copa do Mundo. O Japão caiu nas oitavas de final apenas nos pênaltis, contra o Paraguai, depois de ter se classificado em grupo difícil, com Holanda, Dinamarca e Camarões. Longe de ser uma potência mundial, a seleção mostrou que pode endurecer contra grandes seleções, chegou a vencer a Argentina, com Messi em campo, e a França.
Kagawa não é a única estrela nipônica. Mais da metade dos representantes do país na Copa das Confederações atuam no futebol europeu, alguns com certo destaque, como o lateral Nagatomo, da Inter de Milão.
"Não estamos no mesmo nível das potências do futebol mundial. A equipe toda precisa trabalhar muito, inclusive eu", reconheceu, embora com a certeza que desta vez não entram apenas para competir.
"O objetivo é vencer a Copa das Confederações, pois queremos mostrar ao mundo o que somos capazes de fazer. Como pessoa, quero que o nome 'Nagatomo' venha à cabeça quando se pense em grandes laterais esquerdos do futebol mundial", disse.
E se a experiência internacional é uma das armas da seleção japonesa, o Brasil, adversário da estreia, no sábado, não poderia deixar de ser uma das referências. Não apenas pela qualidade do futebol, como explicou o zagueiro Yoshida.
"Tem muitos brasileiros que jogam no Campeonato Japonês. Com eles aprendi a ter malícia na hora de jogar. Sabemos que o Brasil é um time forte, mas acredito que podemos surpreender e ganhar. Hoje, muitos japoneses já estão na Europa e isso nos ajudou também a atingir um bom nível internacional", analisou.
O Brasil deve ter cuidado. No retrospecto, foram sete vitórias e dois empates em nove jogos. Ninguém quer sofrer a primeira derrota logo em casa, na Copa das Confederações.
