Foi uma noite de pesadelo para mais de 60 mil rubro-negros no Maracanã. Noite de mais uma atuação pobre do time. Como se as últimas partidas ruins fossem apenas a premonição de que o pior ainda estava por vir. E veio. O Peñarol foi eficiente, valente, mostrou bom futebol quando teve a bola e venceu o Flamengo, por 1 a 0, para ficar mais próximo das semifinais da Libertadores.
A vitória fora de casa faz o Carbonero levar a vantagem do empate para o Campeón del Siglo. Ao Fla, só resta a esperança de uma torcida já cansada, de que muita coisa mude em uma semana...
Fla sofre nas mãos do Peñarol
Inicialmente, o Peñarol adotou postura reativa. Se fechou e buscou sair na boa, nos contragolpes. Mas já mostrou qual seria uma das principais armas da equipe: os arremates de fora da área. Leo Fernández tentou primeiro, e assustou. Damián García, na sequência, arriscou de muito longe, e quase surpreendeu Rossi.
Enquanto isso, o Flamengo continuava a tentar ser dominante. Ficava com a bola, como fez nos últimos jogos. Rodava de um lado para o outro, sem ameaçar. Era um time, uma vez mais, lento nas transições. Na ofensiva, e também na defensiva...
Aos 13 minutos, o Carbonero avançou em contragolpe. Leo Fernández iniciou a jogada, e abriu para Baéz, que lançou Maxi Silvera na área. O atacante ajeitou de primeira e Javier Cabrera concluiu para colocar os uruguaios em vantagem.
A torcida rubro-negra não parou de cantar. E o time tentou não abaixar a cabeça. Pouco depois do gol, Fabrício Bruno cruzou da direita e Gonzalo Plata apareceu na segunda trave para concluir de cabeça. A bola pegou na trave.
Mesmo que mais recuado, o time uruguaio continuou mostrando sempre muita qualidade quando chegava no ataque. Aos 26, Leo Fernández levantou, Cabrera ajeitou e Silvera mandou arremate perigoso.
O jogo era perigoso para o time de Tite, que sofria na defesa com os contragolpes e, vez ou outra, traduzia seu volume de jogo no ataque em chances de gol. Aos 38, Arrascaeta cruzou na medida e Bruno Henrique mandou cabeçada forte. Aguerre evitou o gol com grande defesa.
O Rubro-Negro foi para uma pressão final. Aos 42, Arrascaeta bateu forte de fora da área. Aguerre espalmou. Aos 44, Gerson recebeu de Plata na área e teve chute desviado. A bola saiu por cima. O Peñarol respondeu em novo contra-ataque aos 47. Baéz fez a torcida carioca prender a respiração, mas Rossi fez a defesa.
Pesadelo rubro-negro
A única mudança de Tite no intervalo foi a entrada de Wesley na vaga de Varela. Um lateral mais ofensivo. Só que o problema não passava (tanto) por ali. Demorou menos de dez minutos para Tite chamar Alcaraz. Pulgar saiu logo depois de cabeçada para fora.
As alterações de Tite tampouco animavam o Fla. E muito menos a torcida. O time partida ao ataque muito mais na base do abafa. Carlinhos jogou Bruno Henrique para a ponta para se tornar referência na área para os cruzamentos. Ayrton Lucas entrou para acompanhar Wesley no ataque a profundidade, mas do outro lado.
O Flamengo, que no início entrou para buscar uma boa vantagem, já assinava um empate tranquilamente. E com sorriso no rosto. Mas estava difícil. O Peñarol se fechou bem. Povoou bem a área. Sofreu bem pouco, na verdade.
Nos instantes finais, foi um cruzamento atrás do outro. Bruno Henrique teve rara chance pelo chão, aos 45. Aguerre pegou, e viu Carlinhos tentar bicicleta na sobra. Mas para fora. O pesadelo rubro-negro acabou no sexto minuto de acréscimo. Foi aí que começou a festa carbonera. Em meio às vaias no Maracanã.