O técnico das seleção brasileira, Dorival Júnior, se mostrou contrário ao número de estrangeiros permitidos no Brasileirão. Em um páinel do "Summit CBF Academy", evento organizado nesta terça-feira, em São Paulo, o treinador abordou alguns temas envolvendo o futebol brasileiro.
Dorival se aprofundou no tema e comparou o possível futuro com o momento vivido pela seleção italiana na última década. De acordo com o ex-treinador de São Paulo e Flamengo, o futebol no país pode "pagar um preço alto".
"Hoje estamos com nove atletas estrangeiros autorizados a participarem de nossos clubes. Só para vocês terem uma ideia, um levantamento nosso interno (mostrou que) de 20 clubes da Série A, 12 tinham centroavantes estrangeiros. Daqui a um ano e meio, dois anos, vamos pagar um preço muito alto, porque não teremos quem vender, porque nossa iniciativa de lançar vai se concentrar exclusivamente nos fora de série."
"Chamo a atenção para um último detalhe: a Itália abriu para que dentro da comunidade europeia 11 jogadores (estrangeiros) pudessem transitar entre seus clube. Nós tínhamos equipes italianas com nenhum dos 11 atletas formados na Itália. E a Itália ficou duas Copas do Mundo afastada. Não perceberam o quanto foi prejudicial tudo isso", disse o treinador.
O técnico também falou sobre a venda precoce de jovens promessas pelos clubes brasileiros. Na visão do comandante da seleção, esta é uma situação que "merece atenção".
"É algo fundamental para a gente rever esse contexto, situações que acontecem no futebol brasileiro e merecem atenção maior de todos: a saída de nossos jovens prematuramente, sem que possam dar retorno técnico aos clubes, fazendo com que os jogadores finalizem suas formações em clubes europeus. Também pagaremos um preço alto daqui a pouco", afirmou.
O evento "Summit CBF Academy" promove o debate de temas importantes relacionados ao futebol, principalmente, o brasileiro. O encontro conta com a presença de treinadores, dirigentes e figuras ligadas ao mundo do futebol.