Gabriel Barbosa faz a pior temporada da carreira no Brasil. Perdeu a camisa 10, a faixa de capitão, chegou a ser afastado. Deixado de lado. Mas quando o assunto é final... Sem marcar com bola rolando há cinco meses, o predestinado artilheiro brilhou na decisão da Copa do Brasil, marcou duas vezes e comandou a vitória do Flamengo sobre o Atlético Mineiro, no Maracanã, por 3 a 1.
O Rubro-Negro vai para Belo Horizonte podendo perder por um gol de diferença para ficar com o troféu. Ao Galo, resta o alento do gol de Kardec, que manteve aberta a decisão.
Primeiro tempo rubro-negro
A decisão começou quente. Com roubada de bola atleticana no campo de ataque. Se Hulk não conseguiu vencer Léo Ortiz no mano a mano, Scarpa, na sobra, arriscou de fora da área e obrigou Rossi a uma grande defesa.
O Flamengo respondeu em contra-ataque, com uma grande bola de Gabigol para Michael, que avançou nas costas da defesa, foi para o mano a mano e, depois de cortar para a perna direita, mandou chute rasteiro perto da trave.
Em mais uma transição em velocidade, o Rubro-Negro chegou ao gol. Wesley aproveitou bom passe de Gerson para partir desde a defesa. O lateral abriu já na área com Michael, que deixou para passagem de Gabigol. O atacante bateu de perna direita, Everson soltou e Arrascaeta, na sobra, abriu o placar com bela finalização.
O Fla, depois do gol, encontrou ainda mais espaço para jogar, quase sempre depois de quebrar a primeira linha de pressão do rival. O time de Filipe Luís conseguia ter superioridade numérica no corredor central. Gonzalo Plata mandou chute colocado para fora, e Léo Pereira soltou a pancada do meio da rua. Everson foi no ângulo espalmar.
O segundo gol rubro-negro se tornou realidade após uma cobrança de lateral da direita. Gerson recuou para Léo Ortiz, que lançou na frente Gonzalo Plata. O equatoriano deu uma "casquinha" de cabeça e Gabigol saiu na cara do gol. Com tranquilidade, o ídolo flamenguista tirou de Everson e foi comemorar, meio incrédulo. Sua condição era duvidosa, e foram tantos gols anulados assim esse ano... Mas o VAR confirmou que valeu, e Gabriel vibrou com a Nação: 2 a 0.
Predestinado
Michael perdeu uma ótima chance de aumentar a vantagem carioca logo no início do segundo tempo, ao receber com liberdade lançamento de Léo Ortiz nas costas da defesa. O ponta nem deu o gol para Gabi, e nem finalizou. Na sequência da jogada, Gerson arriscou de fora com perigo.
O Atlético tentava se recuperar. Tinha mais a bola, acionava mais Hulk. Nem sempre como flecha, mas às vezes arco. O ídolo atleticano cruzou, da direita, e deixou Battaglia livre, na cara do gol. O argentino, que discutiu forte com Hulk na primeira etapa, mandou cabeçada raspando a trave e jogou fora grande oportunidade.
Apesar da maior posse, o Galo ameaçava pouco. Nos contra-ataques, o Rubro-Negro era mais perigoso. E conseguiu, assim, o terceiro gol. Michael roubou a bola próximo do meio-campo e deixou com Alcaraz, que avançou em velocidade e abriu na frente com Gabigol. Na área, a casa do artilheiro. Como nos velhos tempos, Gabi temporizou, procurou uma brecha e mandou no cantinho, na parede da rede. Everson não conseguiu fazer a defesa. O Maracanã explodiu.
Alan Kardec saiu do banco minutos depois para dar alguma esperança aos mineiros. Não no jogo, mas na eliminatória. Léo Ortiz falhou em corte e Alan Kardec ficou com a bola na meia-lua, bateu no cantinho e descontou: 3 a 1.
As alterações de Milito deram nova vida ao Alvinegro. O Fla diminuiu o ritmo, perdeu a intensidade. Mas sustentou os dois gols de vantagem para jogar a pressão para o outro lado no jogo da volta.