Um sonho que já tem data marcada para se tornar realidade. Faltando um ano para a primeira edição da Copa do Mundo de Futsal Feminina, a ansiedade faz parte da rotina de atletas como Amandinha, referência na modalidade e um dos nomes importantes para a realização da competição.
Aos 30 anos, a craque brasileira leva no currículo oito prêmios de melhor jogadora do mundo e incontáveis títulos por seleção e clubes, incluindo a conquista do Mundialito de Futsal. Apesar do repertório de uma veterana, Amandinha revisita o passado e volta a ter entusiasmos de uma menina quando o assunto é Copa do Mundo.
A craque brasileira conversou com exclusividade com oGol e contou, com brilho no olhar e sem contar a ansiedade, sobre a expectativas para a chegada do Mundial.
"Quando esse dia chegar, eu tenho certeza que será a realização de um sonho. Tudo aquilo que passamos, a falta de apoio e de investimentos, as dificuldades, o preconceito, todos esses obstáculos que enfrentamos no passado, vão valer a pena. Vai ser um sonho realizado por todas, não só daquelas que estarão lá jogando, mas também de todas as meninas sonhadoras, que iniciaram essa luta e hoje não estão mais jogando. Será a realização de um sonho de uma nação de mulheres apaixonadas pelo futsal", revelou Amandinha.
O anúncio do Mundial veio após a Copa do Mundo de futebol, no Catar. Além da chancela na organização, a Fifa também confirmou a Filipinas, como país-sede, e o dia 21 de novembro como data de início da competição.
"Quando realmente ela foi confirmada pela Fifa, já foi a primeira vitória. O sonho havia se tornado realidade. Em seguida, vieram as confirmações das datas, do local e tudo foi aumentando a ansiedade de todo mundo que vive o futsal feminino. Sabemos que será apenas o início de uma história linda para a modalidade", contou.
"Nós merecíamos e esperávamos muito por esta Copa do Mundo. Aqui na Europa já se disputava a Euro, na América nós disputamos o Sul-Americano, a Ásia também está se movimentando neste sentido. E, com o Mundial, vamos mostrar para outros lugares, como a África, que o futsal feminino deve ser praticado em todos os lugares do mundo', completou Amandinha.
Por ser uma das referência para a modalidade, a craque brasileira foi convidada para ser um dos nomes a estampar uma campanha internacional para a realização da Copa do Mundo Feminina. O resultado positivo foi confirmado meses depois, mas a jogadora faz questão de ressaltar também as atletas que iniciaram esta luta pela modalidade.
"Esta foi uma luta que começou muito antes da Amandinha, antes de ter me chego na seleção, antes de me tornar uma atleta profissional. Muitas atletas até já pararam de jogar, mas fizeram parte desta conquista. Temos que agradecer a elas também, por terem iniciado essa luta. Eu me sinto uma pessoa realizada por saber que pude ajudar nessa construção e ter sido chamada para participar desta campanha que chegou até a Fifa e fez tudo isso se tornar possível. É um marco na minha história, algo que vou levar para a minha vida", contou Amandinha.
Com anos de estrada na seleção brasileira, a camisa 12 viveu na pele as dificuldades sofridas pela falta de investimento no futsal feminino. Desde 2021, a Amarelinha também passou a ser gerida pela CBF e os efeitos foram sentidos na prática pelas atletas.
"Passamos por inúmeras situações, onde não tínhamos recursos para poder viajar. Como a maior seleção do mundo, a campeã da Copa América, de competições mundiais, não tinha dinheiro para disputar um campeonato. Somos um país rico em talentos e apenas precisávamos desta organização para gerir nossa seleção", relembrou a ala.
"Hoje não temos dúvida se vamos ou não ter recursos financeiros para disputar um torneio. Temos a certeza que teremos os melhores profissionais, os melhores hotéis, a melhor estrutura de viagem e o que nos fizer falta eles correrão atrás para nos proporcionar. Isso sem dúvidas nos fortalece para o Mundial, sabendo que temos toda essa estrutura à nossa disposição", completou.
Além de Copa do Mundo e seleção , Amandinha também conversou sobre a evolução do futsal brasileira e as mudanças que ainda precisam acontecer. Veja o bate-papo completo no Programa De Bica, em oGol. Confira!