Um time de reforços, outro de saídas: A reformulação do Schalke 04

Nenhum clube da Bundesliga se movimentou mais no mercado de transferências que o Schalke 04. De volta à elite do futebol alemão, o time de Gelsenkirchen não se iludiu com o título da segunda divisão da Alemanha, abriu a porta de saída para um time completo de jogadores e a de entrada para outros tantos. Não há grandes estrelas no Schalke, mas um plano para uma temporada de readaptação. 

Do elenco de 32 jogadores que conquistou a segunda divisão da Bundesliga na temporada passada, 11 já não vestem mais a camisa do Schalke. Essencialmente, a maior parte dos que deixaram o clube eram reservas de menor importância, à exceção dos titularíssimos Ko Itakura, zagueiro que pertencia ao Manchester City e foi negociado com o Borussia M´gladbach, e do meia islandês Victor Pálsson, que se transferiu para o DC United da MLS. Além deles, o "12º jogador", Darko Churlinov retornou ao Stuttgart, clube com o qual tem contrato.

A base do time campeão da 2.Bundesliga está mantida, inclusive com a permanência do lateral esquerdo Thomas Ouwejan e do meia Rodrigo Zalazar, duas das principais dúvidas ao final da campanha de sucesso. Tanto o holandês, quanto o espanhol estavam emprestados ao Schalke, mas agora seguem em definitivo no clube. A manutenção dos antigos titulares, porém, não quer dizer que todos eles terão cadeira cativa em 2022/23.

A estreia do Schalke na nova temporada aconteceu no final de semana, com direito a goleada na primeira fase da Copa da Alemanha sobre o Bremen SV, por 5 a 0. No time titular que foi à campo, sete jogadores foram estreantes: Alex Schwolow (goleiro), Cédric Brunner (lateral direito), Maya Yoshida (zagueiro), Alex Kral (volante), Tom Krauss (meia), Tobias Mohr (meia) e Sebastian Polter (atacante). Entre eles, destaque para Mohr, que distribuiu duas assistências.

Dentro e fora de campo

Apesar de tantas estreias dentro das quatro linhas, a mais esperada pela torcida do Schalke, provavelmente, estava no banco de reservas. O time foi comandado pela primeira vez por Frank Kramer, treinador que traz consigo a marca negativa do trabalho no Arminia Bielefeld, de onde saiu em abril, mas ficou durante a maior parte da campanha que culminou no rebaixamento da equipe.

A mudança de comando no Schalke 04 pode causar confusão em quem não acompanhou a trajetória da equipe na segunda divisão. O time foi treinado na maior parte da campanha pelo grego Dimitrios Grammozis, que acabou demitido por viver seu pior momento no clube a 11 rodadas do fim da disputa, quando caiu para a 6ª posição. A solução do clube, à época, foi caseira com a aposta em Mike Büskens, ex-jogador e ídolo do Schalke que compunha a comissão técnica.

O trabalho de Büskens surpreendeu e encaixou rapidamente, com sete vitórias em 11 jogos na reta final do campeonato. O desempenho levou o Schalke ao título, mas o próprio Büskens não quis continuar no comando da equipe. Neste momento, o treinador volta a fazer parte da comissão técnica, agora como auxiliar de Kramer.

O retorno do Schalke para a elite alemã foi rápido e até mesmo surpreendente, dada a reconhecida dificuldade da segunda divisão local. Por lá, por sinal, segue o antes incaível Hamburgo, além de outras equipes tradicionais como St. Pauli, Hannover, Nuremberg e Fortuna Düsseldorf.

Em 2020/21, quando caiu, o Schalke protagonizou um vexame na Bundesliga, não apenas por ser rebaixado na última posição, mas por ter passado duas longas sequências sem vitória - uma de 14 e outra de 12 jogos sem vencer. Agora, reformulado, o time de Gelsenkirchen tenta fazer uma temporada para apagar a má imagem de outrora. A estreia é no domingo, às 12h30, contra o Colônia.