Desempenho defensivo histórico é trunfo para o Atlético contra o Palmeiras

O primeiro finalista da Copa Libertadores 2021 será definido nesta terça-feira (28), em um confronto que promete ser tenso entre Atlético Mineiro e Palmeiras. Depois do empate em 0 a 0 no Allianz Parque, só a vitória interessa ao Galo para avançar às semifinais, enquanto o Verdão pode chegar na segunda decisão consecutiva com um empate com gols. A missão, porém, não deve ser fácil.

Um dos principais favoritos a títulos no futebol brasileiro, o Atlético chama a atenção pelo renomado poderio ofensivo, com jogadores como Hulk, Vargas, Diego Costa, Keno e Savarino puxando a linha de frente. É verdade que o ataque de Cuca impõe respeito, mas quem também tem papel fundamental nos bons resultados da temporada até aqui é o sistema defensivo.

Neste momento, o Atlético Mineiro defende uma sequência de cinco partidas sem sofrer gols. Não por acaso, com boa vantagem, o time tem a defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro.

Na temporada 2021, o Atlético já soma 30 partidas sem sofrer gols, resultado recorde para os últimos 30 anos do clube. O último ano em que o Galo chegou nesta marca foi 1990, quando tinha um sistema defensivo montado com Carlos Gallo, Netinho (Carlão), Toninho Carlos, Clebão e Paulo Roberto Prestes.

Na história, o ano em que o Atlético Mineiro conseguiu mais clean sheets, termo inglês que vem se popularizando para jogos sem sofrer gols, foi 1986. Naquela temporada, o Galo passou 36 jogos sem ser vazado e chegou a ser semifinalista do Brasileiro.

A verdade é que para o Atlético avançar para sua segunda final de Libertadores, todas as engrenagens do time de Cuca devem estar em perfeito estado. Não basta que Everson, Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana cumpram sua parte enquanto defesa, a não ser que a decisão acabe por ser em uma arriscada disputa de pênaltis. Nesta terça-feira, todo poderio de fogo puxado por Hulk também precisa funcionar...

Verdão copeiro

O Palmeiras vive o momento mais tenso desde a chegada do português Abel Ferreira ao clube, por mais incrível que pareça. Segundo colocado no Campeonato Brasileiro e semifinalista da Libertadores, o time vem sendo cobrado pela queda de desempenho e futebol praticado, num cenário em que o próprio Atlético tem se distanciado na Série A. Por isso, além da inerente importância de uma semifinal de Libertadores, o confronto desta terça vale tanto.

A carta na manga do Palmeiras é o entendimento estratégico de Abel do jogo. O empate em São Paulo por 0 a 0 em nenhum momento foi lamentado pelos palmeirenses, que sabem o que é preciso para chegar na final. Em 2020, na campanha vitoriosa, o Verdão passou apenas dois jogos da competição em branco, sendo um deles pré-Abel Ferreira, quando o time ainda era comandado por Luxemburgo. Nesta temporada, o único jogo que o time não fez gol na Libertadores foi justamente a ida da semifinal contra o Atlético.

A grande dúvida para o palmeirense para este jogo talvez seja depender do ponto mais criticado do elenco neste ano. O ataque não convence, seja com Luiz Adriano, Deyverson, Willian, Breno Lopes ou os jovens da base. A média de gols na temporada não chega a ser baixa, com um 1,6 gol/jogo. E nem é preciso de tanto: basta furar a consistente defesa atleticana e se segurar ao melhor estilo Abel Ferreira.