O momento é de euforia em Paris com a chegada de Lionel Messi, e Mauricio Pochettino certamente está mais que satisfeito com a oportunidade de treinar o melhor jogador do mundo. Mas, na prática, há ainda muito por fazer, e o desafio do técnico é imenso: como montar uma equipe equilibrada com tanto talento à disposição.
A responsabilidade no caso é toda de Pochettino, e as possibilidades são muitas. Enquanto não recebemos os primeiros sinais de como o técnico argentino vai armar o seu time de estrelas, nos resta apenas tentar encaixar as peças em um exercício de suposição. Entre escolhas de nomes e esquemas táticos, trazemos abaixo a nossa análise.
Começamos pelo mais fácil: a titularidade do trio MNM. O PSG já deixou sua mensagem de que Mbappé está no clube para ficar, e resta a Pochettino treinar sua equipe em função do trio com o francês, Messi e Neymar. Não que o treinador tenha motivos para reclamar. De qualquer forma, aqui percebemos quem mais "perde" com a chegada do craque ex-Barcelona - Icardi, Sarabia e Di María. Difícil imaginar um lugar para os dois primeiros neste ataque, e Di María certamente terá sua parcela de sacrifício se quiser jogar com frequência.
Atrás do trio, Verrati parece o único nome com presença garantida entre os titulares. A expectativa é que vejamos uma escalação combativa no meio-campo e nomes como Paredes, Danilo Pereira, Wijnaldum, Ander Herrera e Gueye estão entre os candidatos no setor. Aqui percebemos outro nome importante que já perdeu espaço e pode se tornar ainda menos frequente: Draxler, com concorrência pesada tanto no meio como no ataque.
Na defesa, Sergio Ramos e Marquinhos devem ter lugar garantido, com Kimpembe como outro nome importante. Hakimi foi contratado para ser titular e Bernat, em plenas condições físicas, encontra pouca concorrência na lateral esquerda. Isso se Pochettino decidir por utilizar uma linha de quatro... Vamos então ao nosso exercício tático.
Neste 4-2-3-1, Neymar, Di María, Mbappé e Messi formariam a ponta ofensiva. E poderiam revezar ainda em funções no setor. Pela idade, Messi seria forte candidato para voltar ao papel de "falso 9", abrindo espaço para a velocidade de Neymar e Mbappé pelas pontas, com Di María centralizado. Messi poderia ainda jogar como 10, atrás de Mbappé, ou na ponta direita. Em todos os casos, Neymar é o nome ideal pela esquerda.
Independente de quem forem os meias escolhidos para dar suporte ao quarteto, os dois terão de assumir o sacrifício defensivo. O sistema pode parecer um pouco desequilibrado, mas pode funcionar principalmente contra adversários inferiores tecnicamente.
4-2-3-1: Donnarumma (Keylor Navas); Hakimi, Sergio Ramos, Marquinhos e Bernat; Verrati e Wijnaldum (Paredes, Gueye, Danilo); Mbappé, Di María e Neymar; Messi.
A diferença é sutil, mas pode ser determinante. Para dar mais liberdade ao trio MNM, Pochettino pode optar por trocar Di María por um meia mais combativo. E a inspiração para o técnico pode vir junto com Wijnaldum: o Liverpool de Jürgen Klopp.
Imagine Messi, novamente centralizado, fazendo o papel de Firmino, com Neymar e Mbappé copiando a movimentação ofensiva de Sadio Mané e Salah pelos lados, sempre se apresentando na área para os espaços deixados pela inteligência do companheiro argentino. Um estilo direto e intenso, que exigiria muito fisicamente do trio e principalmente do brasileiro e do francês.
No meio-campo, Wijnaldum faria o papel de... Wijnaldum. Verrati estaria ao seu lado percorrendo todo o campo da defesa ao ataque. Atrás, o volante mais destruidor, com Gueye ou Danilo. O trio poderia ser mais ousado com Paredes, mas perderia em marcação.
4-3-3: Donnarumma (Keylor Navas); Hakimi, Sergio Ramos, Marquinhos e Bernat; Gueye (Danilo ou Paredes),Verrati e Wijnaldum; Mbappé, Messi e Neymar.
Se Wijnaldum pode dar dicas sobre as táticas de Klopp, outro reforço chega também com boas referências. Hakimi foi um dos trunfos de Antonio Conte na Internazionale, e o lateral pode explorar todo seu potencial se tiver a cobertura de três zagueiros. No caso, três grandes defensores, com Sergio Ramos, Marquinhos e Kimpembe, todos com qualidade para sair jogando.
Cabe dizer que esta é a opção preferida aqui na redação em oGol, ainda mais se for possível explorar a qualidade de Di María pela ala esquerda. Resta saber se o argentino teria, hoje, capacidade física para suportar a temporada com todo o desgaste físico de fazer o papel de ir e voltar durante os 90 minutos.
Para o sistema funcionar, um dos três atacantes teria de ser sacrificado recompondo o meio-campo em um 3-5-2. Neymar seria o nome ideal para isso, jogando como um 10, mas poderia muito bem revezar com Messi para evitar o desgaste, com Mbappé abusando de sua velocidade e força física para infernizar as defesas.
3-5-2: Donnarumma (Keylor Navas); Marquinhos, Sergio Ramos e Kimpembe; Hakimi,Verrati, Neymar, Wijnaldum e Di María; Mbappé e Messi.