Treinar e jogar. Lionel Messi está ansioso para deixar de lado os bastidores, com toda a turbulência emocional do fim de sua longa jornada pelo Barcelona e mudança para o Paris Saint-Germain. Desconfortável nas suas primeiras palavras em Paris, Messi deixou claro que a linguagem que entende é aquela com a bola nos pés, e o objetivo declarado é um só: voltar ao topo da Europa.
O impacto da chegada do melhor jogador do mundo foi sentido rapidamente no PSG. O mundo do futebol parou para assistir a coletiva de apresentação de Lionel Messi. E o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, visivelmente extasiado com o maior feito de sua gestão, resumiu o sentimento.
"Um dia histórico para o clube e para o futebol mundial. Um momento fantástico. Todos conhecem o Leo, o único jogador do futebol que conquistou seis vezes a Bola de Ouro. Ele torna o futebol em algo mágico, e agora está conosco", comemorou emocionado o dirigente.
Al-Khelaifi ainda teve de responder durante a coletiva o como conseguiu convencer Lionel Messi e, ainda assim, fechar as contas. O dirigente garantiu que tudo foi possível por um "interesse mútuo" e que não há preocupações com o Fair-Play financeiro pois tudo foi bem pensado.
"Nós seguimos toda a regulamentação para as negociações. Sempre mantemos o Fair Play Financeiro, seguimos as regras, falamos com as pessoas do mundo jurídico, financeiro. Fizemos tudo com o maior cuidado, para saber que teríamos essa capacidade. Não queríamos prometer algo que não pudéssemos cumprir. E hoje Leo traz algo gigante para o clube. Não podemos olhar o lado negativo, mas os aspectos positivos que chegam ao clube", discursou.
Conhecido pelas poucas palavras e por ser avesso a entrevistas, uma imagem que até mudou com o tempo e a experiência, Lionel Messi deixou evidente logo no início de sua coletiva que, apesar de solícito e feliz pelo acerto com o PSG, não via a hora de começar a fazer o que faz melhor: jogar futebol.
"Estou muito feliz. Todos conhecem bem a minha história, sai do Barcelona há alguns dias e foi muito difícil. Foram muitos anos. Mas assim que cheguei em Paris senti uma felicidade enorme. Sinceramente, eu quero que essa apresentação passe logo para começar a jogar", disparou.
No campo, Messi dividirá as responsabilidades ofensivas com nada menos que Neymar e Mbappé, duas das principais estrelas do futebol mundial. Uma experiência que já anima o argentino.
"Felicidade enorme poder dividir meu dia a dia com esses jogadores fenomenais, e pessoas incríveis. Minha vontade é começar logo, a treinar, a competir. Vou fazer isso com os melhores e vai ser maravilhoso", comemorou.
Apesar da ansiedade, Messi evitou dar uma data para a estreia. Não deverá ser neste sábado, como chegou a ser cogitado. O argentino lembrou que vem de um período de pausa pós Copa América e que precisa ainda ajustar com a comissão técnica a melhor forma de recuperar a forma física.
"Não sei (quando estreio), acabo de voltar de férias. Estava há mais de um mês parado. Não sei. Eu acho que ainda vou ter de fazer uma pré-temporada sozinho, até voltar a jogar. Mas espero que seja o antes possível. Isso vai depender dos treinos e de decisões que não são minhas", explicou.
A ansiedade para voltar ao campo tem também outro motivo: superar o mais rápido possível a turbulência emocional vivida nos últimos dias. Messi pretendia seguir em Barcelona e foi forçado a sair, para logo assinar com o PSG em negociação rápida.
"Foi muito difícil por um lado, e emocionante por outro, e claro que não deixo para trás tudo que vivi em Barcelona. Isso não some de um dia para o outro. Minha semana foi de altos e baixos e muitos sentimentos... Estamos assimilando isso aos poucos", confessou.
Direto, Lionel Messi não escondeu também qual o seu objetivo ao assinar com o PSG. E, embora a presença de amigos, como Neymar, Di María e Paredes, tenha ajudado, o que o motivou foi a possibilidade de brigar pela Liga dos Campeões depois de um período conturbado no Barcelona, em que reclamava da falta de condições para vencer o maior torneio da Europa.
"É um time basicamente pronto e foram feitas contratações para a temporada. O PSG esteve perto de vencer a Champions em outras oportunidades. Estou aqui para ajudar, dar o melhor, com muita vontade, sede de jogar. Nunca tive tanta vontade de jogar. Tenho um objetivo, quero a Champions, e estou no lugar certo para ter a chance desse título", argumentou.
"Não é fácil. Às vezes um time excelente, o melhor do mundo, pode não ganhar. Isso é futebol, pequenos detalhes podem te deixar fora de um torneio. A Champions é muito difícil, o PSG sabe disso. Tinha um time excelente e não conseguiu conquistar", disse.
"Um grupo forte e unido é fundamental, e sei que no PSG tem isso. E tem que ter um pouco de sorte no futebol. E ela precisa ser conquistada, precisa estar do nosso lado. Mas nem sempre o melhor time ganha, muitos não conseguiram. E por isso a Champions é um torneio tão gostoso de assistir", completou.