Demoramos, mas alcançamos o Olimpo, e não saímos dele! Em Yokohama, uma espécie de santuário do futebol brasileiro na Ásia, a seleção brasileira venceu venceu Espanha, na prorrogação, por 2 a 1, e conquistou o bicampeonato olímpico.
Depois do ouro nos pênaltis no Maracanã em 2016, o Brasil novamente passou sufoco, mas superou a ótima seleção espanhola na prorrogação para ser bicampeão olímpico.
A Espanha teve a bola no início do jogo. Com postura reativa, muito mais por conta da agressividade do adversário, a seleção brasileira demorou a sair para o ataque.
Sem a bola, os espanhóis exerciam uma pressão alta, com linhas muito compactas. Bruno Guimarães e Douglas Luiz eram anulados. A saída brasileira dependia muito da individualidade de Antony, ou da capacidade de retenção de bola de Matheus Cunha e Richarlison.
No momento em que os brasileiros conseguiram sair mais para o jogo, a Fúria chegou muito perto do gol. Oyarzabal recebeu cruzamento na área e ajeitou para Dani Olmo, mas Diego Carlos apareceu soberano no lance para tirar o doce da boca da criança.
O Brasil conseguiu responder quando adiantou as linhas para marcar alto. Bruno Guimarães recuperou bola no campo de ataque, Richarlison ajeitou e Douglas Luiz bateu no canto, de três dedos. Unai Simon foi lá espalmar.
A primeira jogada maia bem trabalhada pela seleção brasileira aconteceu aos 25 minutos. Após uma longa troca de passes, Arana achou Richarlison nas costas de Eric Garcia. O atacante pegou de primeira, de canhota, e acertou no lado de fora da rede.
O Brasil foi assumindo o controle. Aos 35 minutos, após bola levantada na área, Unai Simon não deu em bola e acabou acertando Matheus Cunha: auxiliado pelo VAR, o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Richarlison isolou e desperdiçou grande oportunidade.
O lance não abateu o time brasileiro, que seguiu dominando o restante do primeiro tempo. Quando o duelo já se aproximava do intervalo, o lance decisivo: Claudinho cruzou da direita, Dani Alves, em um esforço dourado, evitou a saída de bola e Matheus Cunha, no meio de três zagueiros, ainda conseguiu ficar com a bola para bater no canto, sem reação de Simon. O gol tão desejado! Mas ainda tinha muito jogo pela frente...
O segundo gol brasileiro quase saiu no início do segundo tempo, após uma transição ofensiva muito eficiente. Dani Alves lançou na frente, Claudinho ajeitou de cabeça e Matheus Cunha avançou pela direita. O atacante abriu então para Richarlison, que cortou o marcador e tentou tirar de Simon, mas o goleiro desviou com a pena. A bola ainda pegou no travessão.
A bola que não entrou fez falta. Cada vez mais recuado, o Brasil, mesmo marcando com uma linha de cinco atrás, não fechou bem a profundidade. Soler apareceu bem na direita e cruzou para Oyarzabal, na canhota, deixar tudo igual.
O gol não mudou a cara cara jogo: a seleção espanhola seguiu pressionando no ataque. Até o duelo começar a ficar enroscado, amarrado, truncado. Com cara, cada vez mais, de prorrogação. Cara de drama.
A Fúria ainda teve duas boas chances para evitar mais 30 minutos de futebol com dois lances perigosos. Gil parou no travessão em um cruzamento que quase terminou em gol; e Bryan, com uma pancada, balançou de novo o poste.
A prorrogação começou com uma novidade no Brasil: Malcom entrou, e deu novo gás ao ataque. Os brasileiros voltaram a aparecer com frequência no último terço do campo, atacando bem a profundidade pelo lado esquerdo (com Arana sempre protagonista).
Após alguns bons lances no primeiro tempo, o Brasil conseguiu, de fato, recuperar a vantagem no marcador no início da segunda parte. Antony enfiou grande bola para Malcom, que ganhou na corrida de Eric Garcia e bateu de canhota para fazer o 2 a 1.
O final do jogo foi drama puro. Suor. Talvez lágrimas. Mas no fim o ouro: Yokohama, palco da conquista do penta de 2002, viu agora o Brasil ser bicampeão olímpico. É ouro!
2-1 Pro. | ||
Matheus Cunha 45' Malcom 108' | Mikel Oyarzabal 61' |