Nove jogos de jejum contra o São Paulo foram encerrados em grande estilo neste domingo. A goleada de 5 a 1 reafirmou a grande fase do Flamengo, impulsionada pela volta de grandes nomes do elenco e pela troca de comando. Renato Gaúcho já pode se gabar de ser dono de sequência goleadora que nem mesmo o time multicampeão de Jorge Jesus conseguiu.
Depois de um início com vitória, mas sem brilho, com o placar de 1 a 0 contra o Defensa y Justicia pela Copa Libertadores, Renato Gaúcho comandou o Flamengo em três goleadas pesadas consecutivas. O primeiro a cair foi o Bahia, por 5 a 0, depois foi a vez do Defensa, 4 a 1, com o Tricolor Paulista encerrando a lista de vítimas (por enquanto) com o 5 a 1 deste domingo.
Não é comum no Brasil, onde o equilíbrio costuma ser a marca, vermos sequências de goleadas como esta. Até mesmo nos estaduais. Foram 14 gols em três partidas. Duas goleadas com cinco gols marcados. Nem mesmo no seu melhor momento recente, quando foi campeão Brasileiro e da Libertadores com Jorge Jesus, o Flamengo teve sequência parecida.
Ídolo maior do Grêmio, Renato Portaluppi, como é mais conhecido por lá, teve passagem marcante recente no comando do Tricolor Gaúcho, com direito a conquista da Libertadores. Uma das suas maiores decepções neste período, no entanto, foi justamente contra o Flamengo de Jesus. Um 5 a 0 pela Libertadores de 2019 que lhe rendeu muitas críticas.
Dois anos depois e Renato está agora do outro lado. E vai mostrando que o elenco de estrelas do Flamengo é propício para goleadas. Além de ter sequência de goleadas que nem Jesus conseguiu, o técnico já conta com três em quatro jogos, duas por quatro ou mais de diferença - o treinador luso conseguiu o feito três vezes em toda a sua passagem, incluindo a fatídica contra o Grêmio.
Ao todo, Jesus comandou o Rubro-Negro em 15 goleadas (três ou mais gols de diferença) durante sua passagem de sucesso pela Gávea. Renato começa no bom caminho para alcançar a marca.
Com tão pouco tempo para trabalhar, é difícil dizer que o Flamengo tem a cara de Renato Gaúcho. Na realidade, boa parte dos méritos do técnico neste curto intervalo passa pelo fato de ter resgatado a confiança, que parecia perdida com o desgaste do fim de ciclo de Rogério Ceni.
Ceni também teve suas goleadas pelo Fla. Oito ao todo em sua passagem, que não deixou de ser vitoriosa, apesar das críticas. Mas o desempenho definitivamente não vinha sendo dos melhores. Nos últimos dois jogos, o time anotou 10 gols e quase dobrou a marca da soma de nove jogos antes da chegada de Renato Gaúcho - 12 gols. Um verdadeiro salto de qualidade ofensivo.
O bom desempenho pode ter a contribuição de Renato, mas em grande parte o Rubro-Negro contou também com "reforços caseiros". A Copa América desfalcou a equipe e, em especial, o retorno de uma dupla de sucesso fez a diferença. Bruno Henrique e Gabriel Barbosa voltaram a atuar juntos no último dia 21, contra o Defensa y Justicia, depois de dois meses.
Embora tenham passado em branco contra o Defensa, a dupla traz outra dinâmica ao ataque rubro-negro. Os três gols de Bruno Henrique contra o São Paulo mostram isso. Na rodada anterior, contra o Bahia (sem BH), Gabigol brilhou com um hat-trick.
5-1 | ||
Bruno Henrique 70' 72' 77' Gustavo Henrique 86' | Robert Arboleda 48' Welington 90' (g.c.) |