Neymar brilha, mas diferencial do Brasil está na defesa

Neymar é o craque da seleção brasileira, e o jogador com capacidade para atrair as atenções de quem gosta de espetáculo em campo. Neymar desequilibra, mas o diferencial da seleção brasileira está no outro extremo do campo. Tite é especialista em montar times seguros e conta com a defesa mais sólida das Américas, e talvez do mundo.

O Brasil confirmou presença na final depois de mais um jogo sem sofrer gols. Na atual edição da Copa América foram apenas dois gols sofridos em seis jogos, sendo que em um deles a seleção entrou em campo poupando grande parte dos titulares.

A fama de Tite em armar defesas difíceis de bater é antiga, de seu tempo de clube. E o Brasil tem sido uma fortaleza defensiva na maior parte do seu percurso na seleção. Nos 60 jogos disputados sob seu comando, a seleção sofreu apenas 21 gols. Um terço deles no segundo semestre de 2019, quando a equipe teve a sua pior sequência defensiva.

O Brasil não sofreu gols em 42 das 60 partidas disputadas sob o comando de Tite. Sem Neymar, foi a defesa que se destacou na conquista da Copa América passada. A seleção só sofreu o seu primeiro gol na final contra o Peru, e nunca chegou a estar atrás no marcador durante todo o torneio.

Na seleção, Tite conta com uma dupla de zaga que é uma das mais fortes do mundo, de forma incontestável. Capitão, Thiago Silva foi referência da posição na última década e representa a "velha guarda", com 36 anos, e ainda atua em alto nível, presente nas duas últimas finais da Liga dos Campeões. Na primeira delas, com o seu atual parceiro de seleção, Marquinhos, 10 anos mais novo. A dupla carrega ainda anos de entrosamento pelo Paris Saint-Germain. Marquinhos é, inclusive, o jogador que mais defendeu a seleção de Tite, ao lado de Gabriel Jesus, que embora seja atacante, é conhecido por ser combativo no campo de ataque.

O favoritismo brasileiro na Copa América não vem por Neymar, embora ele possa sempre fazer a diferença. Até por que a maior estrela do continente veste outra camisa, a da seleção argentina. E Messi pode ter até companheiros de alto nível, mas nunca teve a estabilidade que hoje o craque do Paris Saint-Germain encontra quando entra em campo trajando a amarelinha.