A uma semana das oitavas, como estão os rivais dos brasileiros na Libertadores?

A fase de grupos da Copa Libertadores se encerrou há exatos 40 dias, e esse período de pouco mais de um mês foi bem distinto para clubes brasileiros e os adversários sul-americanos. Enquanto no Brasil o calendário apertou, a Série A arrancou com rodadas de meio e final de semana, além da disputa da Copa do Brasil e alguns estaduais, para a maior parte dos rivais no mata-mata o tempo foi de descanso (e inatividade).

Nas oitavas de final, os seis brasileiros que avançaram de fase enfrentam clubes de três países: Argentina, Paraguai e Chile. À exceção da Universidad Católica, que joga contra o Palmeiras, todos outros clubes acumulam mais de um mês sem disputar uma partida oficial.

Universidad Católica

Diferente do Brasileirão, que não foi paralisado em decorrência da disputa da Copa América, a Liga Chilena não tem rodada há um mês, sendo a última disputada no dia 5 de junho. A Universidad Católica só não está inativa desde então porque, neste meio tempo, aconteceram partidas pela Copa do Chile.

Vice-líder do Campeonato Chileno, com um jogo a menos que o primeiro colocado Audax Italiano, a Católica sofreu nos quatro jogos que disputou nas últimas três semanas e acabou eliminada da copa nacional. Depois de dois empates, avançou nos pênaltis contra o Deportes Iquique, clube da segunda divisão chilena, mas acabou eliminada nas oitavas de final para o Everton. Nesses jogos, a Universidad Católica não contou com dois de seus principais jogadores, Marcelino Núñez e José Fuenzalida, ambos convocados pelo Chile para a Copa América.

Cerro Porteño e Olimpia

Fluminense e Internacional têm pela frente adversários paraguaios nas oitavas de final da Copa Libertadores. Nestes confrontos o que pode pesar depende sob a perspectiva sobre como se olha para o copo: meio cheio, ou meio vazio.

Com a fase Apertura do Campeonato Paraguaio finalizada no dia 30 de maio e sem jogos oficiais desde então, o que pesa mais: a inatividade competitiva dos paraguaios ou o cansaço acumulado dos brasileiros?

O Cerro Porteño, adversário do Fluminense, avançou em segundo lugar no grupo H da Libertadores e não teve campanha de grande destaque. Então integrante do mesmo grupo que o Atlético Mineiro, o Cerro passou de fase muito mais pela fragilidade dos outros clubes (América de Cali e Deportivo La Guaira), do que por suas mais valias. No próprio Campeonato Paraguaio, o clube fez participação tímida, terminando em 4º lugar, a 10 pontos do campeão Libertad.

A inatividade dos jogadores do Cerro Porteño só não é completa em termos de jogos oficiais porque o clube teve quatro convocados pela seleção pararaguaia. Santi Arzamendia, Alberto Espínola, Ángel Cardozo e Mathias Villasanti foram utilizados pelo técnico Eduardo Berizzo durante a Copa América.

A situação do Olimpia, adversário do Internacional, é bastante similar - com o adicional que o Inter já conhece bem o rival. Integrante do mesmo grupo na fase anterior, o Colorado levou a melhor nos dois confrontos, inclusive com uma goleada por 6 a 1. 

No Campeonato Paraguaio, o Olimpia até foi melhor que o Cerro Porteño e terminou em segundo lugar. Em termos de seleção, apesar de ter dois jogadores convocados, nenhum deles entrou em campo na Copa América.

Boca Juniors, Racing e Defensa y Justicia

O futebol argentino segue o calendário europeu, e como tal teve suas datas finalizadas no início de junho. A diferença de período longe dos gramados entre os clubes só existe devido ao estágio até o qual avançaram no torneio. O Racing, por exemplo, disputou seu último jogo no dia 4 e junho, quando perdeu a final do Argentino para o Colón.

Assim como Internacional e Olimpia já se conhecem da fase de grupos, o Racing também está habituado ao jogo do São Paulo, com quem dividiu espaço no grupo E da Libertadores. O time de Avellaneda não deve ser muito diferente do que os comandados de Crespo já enfrentaram, ainda que neste momento encontre-se em meio algumas mudanças no elenco. Para já, o Racing conta com o retorno confirmado do veterano Lisandro López e está próximo de anunciar outro centroavante, Javier Correa, atualmente no futebol mexicano.

O Defensa y Justicia, por outro lado, chega fragilizado para o confronto com o Flamengo. Além da fraca participação no Campeonato Argentino, em que terminou em 13º num grupo com 15 clubes, a equipe está próxima de perder seu principal jogador. Na Argentina, já é dada como certa a transferência de Braian Romero para o River Plate. O centroavante, de 30 anos, tem 21 gols na temporada 2020/21 e será o substituto de Borré no River.

O temido Boca Juniors, adversário do Atlético Mineiro, por fim, será bem diferente do que vinha sendo escalado até então neste ano. Apenas quatro titulares frequentes do Boca são presença certa contra o Galo: Rossi, Izquierdoz, Varela e Villa. Os colombianos Fabra e Cardona, a serviço da seleção na Copa América, são presença praticamente descartada.

Neste momento, os xeneizes enfrentam bastidores conturbados e a saída de jogadores importantes, como Carlitos Tévez, Ramón Ábila e Andrada. Outros tantos, como Emmanuel Más, Buffarini e Lisandro López (zagueiro) estão na porta de saída. Entre tantas baixas, o clube confirmou também alguns reforços, como o atacante Nicolás Orsini, ex-Lanús, e o meia Estebán Rolón, ex-Huracán.

Com tantas novidades e há um mês sem atuar, os rivais dos clubes brasileiros não terão vida fácil na Libertadores. Os confrontos pelas oitavas de final começam na próxima terça-feira, dia 17.