Renato Gaúcho ainda se recupera da saída emotiva do Grêmio, após quase cinco anos no clube. Em entrevista a Sportv, o técnico falou de "fim de ciclo" no Tricolor, revelou problemas de relacionamento com um dirigente importante da equipe e confirmou ter recusado convite do Santos.
A eliminação do Grêmio na pré-Libertadores acabou por ser o momento decisivo para Renato encerrar o trabalho mais longevo entre os clubes da elite nos últimos anos. Mas não apenas pelo resultado decepcionante - o desgaste com um dirigente específico, cujo nome preferiu não mencionar, foi também determinante.
"Muitas coisas foram faladas depois que o Grêmio foi eliminado do jogo da pré-Libertadores. Eu estava ainda me recuperando da Covid-19 e ouvi certas coisas de uma pessoa. Não vale a pena comentar, mas eu não gostei. Aí eu fui dormir. No dia seguinte, tocou o telefone. Era a minha esposa. E ela falou assim: arruma as malas e vem embora", relembrou.
"E aí me deu um estalo. Realmente, quatro anos e sete meses e eu não vou ficar aqui escutando umas coisas de uma pessoa que não faz nada pelo clube, não entende nada e fala um monte de besteira. Aí minha ficha caiu", completou.
Renato comunicou o Grêmio que estava decidido a sair, enquanto os dirigentes se reuniam para discutir o seu destino. No fim, o técnico teve um encontro emocionante com o presidente, Romildo Bolzan.
"Quando já estava recuperado da Covid-19, o presidente Romildo foi me visitar no hotel e chorou bastante, eu assinei algumas camisas para ele. Eu chorei também. Até porque não jogamos fora quatro anos e sete meses assim. Foi um grande trabalho, de muitas conquistas e eu fiquei muito feliz com a despedida da torcida. Vou mandar um abraço especial para a Geral do Grêmio", finalizou.
Desgastado pelo tempo no Grêmio, Renato Gaúcho decidiu dar um tempo para recuperar as energias. No período recebeu alguns convites. Entre eles, do Santos, que acabou por fechar com Fernando Diniz.
"Tive propostas de Cingapura e Dubai, com valores altos. E do Santos na semana passada. Conversas muito boas com o presidente, que tem ideias maravilhosas. Mas falei que queria descansar. Não adianta sair do Grêmio e pegar trabalho na sequência", explicou.
O Santos ainda se propôs a esperar um mês por Renato. O técnico recusou, por não saber se será tempo suficiente - "Poderia não cumprir a palavra".
"Daqui a pouco volto a trabalhar, sem problema algum. Se eu saí do Grêmio foi para descansar um pouco, e é isso que estou fazendo", resumiu.